Os 10 melhores filmes pós-apocalípticos para assistir na Netflix
Por Durval Ramos • Editado por Jones Oliveira |
O cinema adora destruir o mundo. Só que, enquanto os filmes catástrofe estão aí pelo simples prazer de mostrar a fragilidade de tudo aquilo que construímos, as produções que exploram futuros pós-apocalípticos trazem um olhar um pouco diferente e ainda mais desolador. São longas que escancaram o quanto somos frágeis quanto sociedade e indivíduos.
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Basta pensar em qualquer história de zumbi para perceber que a verdadeira ameaça apresentada nessas tramas nunca são os mortos-vivos em si, mas como eles fazem com que o que restou da humanidade seja o verdadeiro monstro. É uma percepção desoladora e que só se reforça à medida que olhamos para outras narrativas do tipo. Como não ficar deprimido quando pensamos nesse futuro à la Mad Max?
E a Netflix tem uma vasta lista de filmes dentro dessa temática que mostram diferentes maneiras como a nossa sociedade foi devastada e como, diante dos frangalhos do que restou, somos pouco diferentes de qualquer animal. Seja por causa de uma pandemia mortal que dizimou a população a catástrofes ambientais, o cinema é bastante criativo na hora de explorar as diferentes formas de mostrar como nossas bases podem se desfazer com facilidade.
Assim, o Canaltech listou 10 dos melhores filmes pós-apocalípticos para assistir na Netflix.
10. Amor e Monstros
Comecemos nossa lista com algo um pouco mais leve. Afinal, não é porque a sociedade ocidental moderna foi esfacelada a nada diante do surgimento de monstros e o que restou da humanidade se vê obrigada a viver escondida em áreas subterrâneas que não há espaço para o amor.
Amor e Monstros é um título bem direto do que o filme trata. O longa se passa sete anos após o surgimento dessas criaturas gigantes acabar com boa parte da humanidade. E é no isolamento de seu abrigo que o jovem Joel (Dylan O’Brien) encontra uma ex-namorada durante uma comunicação via rádio. Assim, não demora para que aquele sentimento da época de escola em um mundo muito mais fácil apareça, servindo de desculpa para ele encarar o mundo para ir até ela.
Com Jessica Henwick (Glass Onion: Um Mistério Knives Out) e Michael Rooker (Guardiões da Galáxia) no elenco, o longa traz um olhar menos desolador sobre esse mundo pós-apocalíptico e mostra que, mesmo na desgraça, ainda é possível encontrar algo pelo que lutar.
9. Caranguejo Negro
O filme sueco Caranguejo Negro também traz um olhar diferente para esse mundo pós-apocalíptico. Isso porque, ao invés de escancarar a desgraça que tudo se tornou, o longa esconde tudo isso do espectador e deixa apenas um pequeno fragmento do inferno que os personagens têm de viver dentro dessa realidade.
No caso, a história é situada em um mundo engolido por uma guerra de proporções tão grandes que o pouco que restou para além do conflito é sucateado ao seu limite. E é em meio a essa desgraça que acompanhamos uma mãe (Noomi Rapace) se vendo obrigada a entrar na luta por uma razão mais do que justa: participar de uma missão suicida com a promessa de reencontrar sua filha sequestrada pelo mesmo exército que a capturou.
Caranguejo Negro não é o tipo de filme pós-apocalíptico que nos acostumamos a ver e, por isso mesmo, traz um tipo de história que pode ser bastante incômoda — assim como a sua mensagem, que é bastante contundente.
8. Oblivion
Em Tom Cruise no papel principal, Oblivion traz um outro tipo de mundo devastado que o cinema adora: o futurista devastado por alienígenas. Só que o longa brinca muito bem com essa imagem clássica para mostrar que as coisas nem sempre são o que parecem — ou, pior, como querem nos fazer acreditar.
O astro vive um dos poucos humanos que restaram na Terra após nosso mundo ter sido destruído por uma raça invasora. Ele é responsável pela manutenção em um dos setores do planeta e trabalha contando os dias para deixar seu posto e poder voltar para a colônia lunar onde o restante da humanidade se refugiou desde o ataque.
Só que suas crenças e esperanças desmoronam quando uma nave com uma mulher cai em seu território e ela passa a mostrar que tudo o que ele acreditou não passou de uma fantasia e que a verdade na qual ele está inserido é ainda mais cruel. É um filme que pega principalmente pelo plot twist que apresenta.
7. Waterworld: O Segredo das Águas
Se Mad Max nos fez acreditar que o futuro que nos reserva é com muita areia e de uma aridez agoniante, o clássico Waterworld: O Segredo das Águas vai para o extremo oposto. Com o aquecimento global e o derretimento das geleiras, o mundo é praticamente tomado pela água e a sociedade se desfaz e o pouco que resta vive em grandes embarcações ou plataformas improvisadas.
E é aí que temos desde o surgimento de vestígios de terra seca em algum canto do planeta, pessoas evoluindo nesse mundo aquático e desenvolvendo guelras até o surgimento de piratas querendo chegar a uma terra lendária em que é possível plantar e colher.
Protagonizado por Kevin Costner, Waterworld foi bastante divisivo em seu lançamento. O alto custo de produção fez com que ele fosse um fracasso comercial e as críticas medianas não ajudaram a alavancar os números. Contudo, o tempo ajudou a fazer as pessoas olharem para a história com outros olhos e o longa se tornou um clássico cult.
6. Zumbilândia: Atire Duas Vezes
A franquia Zumbilândia trouxe um novo gás para as histórias de zumbi. Embora conceitualmente não seja diferente de outras histórias do gênero, o olhar mais cômico para a destruição da sociedade pelos mortos-vivos já faz valer sua indicação nesta lista. Basta lembrar a explicação sobre como as coisas chegaram ao fundo do poço na abertura do primeiro longa.
Na sequência Zumbilândia: Atire Duas Vezes, vemos um pouco mais desse olhar satírico do apocalipse — ainda mais quando as criaturas parecem ter evoluído para versões mais ágeis e letais. E tudo isso carregado no carisma dos protagonistas de Jesse Eisenberg, Woody Harrelson e Emma Stone.
5. O Livro de Eli
Um dos mundos pós-apocalípticos mais desoladores é o de O Livro de Eli pelo simples fato de ele ter sido causado pela própria humanidade. Nada de zumbis, alienígenas ou cataclisma climático: foi uma grande guerra que dizimou o planeta, forçando os sobreviventes a existir em um mundo em ruínas.
É nesse contexto que encontramos Eli (Denzel Washington), um homem solitário que vaga por aí dando esperanças às pessoas carregando um misterioso livro. E é quando surge outra pessoa interessada no poder contido naquelas páginas é que o herói terá que lutar não apenas por sua vida, mas para garantir que haja uma possibilidade de futuro para a humanidade.
Além do próprio Denzel, O Livro de Eli tem Gary Oldman no elenco principal e traz uma visão mais mundana desse mundo pós-apocalíptico, mas sem abrir mão da ação e até de uma pegada um pouco mística e religiosa.
4. Nausicaa do Vale do Vento
Um dos maiores clássicos do Studio Ghibli, o filme é um belo exemplo de como essa ideia de mundos pós-apocalípticos funciona bem tanto em animação quanto dentro da temática ambiental que ele propõe discutir.
A trama mostra que o planeta foi devastado por um grande conflito — a tal Guerra dos Sete Dias de Fogo — que tornou a atmosfera praticamente irrespirável. E é nesse planeta já agonizante que conhecemos a heroína Nausicaa, uma princesa que decide partir em uma cruzada para impedir que duas nações voltem a guerrear, o que seria o fim definitivo da vida.
Além dessa mensagem bastante contundente contra a guerra e a própria preservação da vida, Nausicaa do Vale do Vento traz ainda a belíssima arte de Hayao Miyazaki e todo seu estilo narrativo mais contemplativo para tornar sua história um verdadeiro clássico.
3. Cargo
Embora pouco conhecido, Cargo é um dos melhores filmes pós-apocalípticos já feitos por uma razão bem simples: ele é desolador. É uma daquelas produções que quebram o espectador tanto pela realidade que apresenta como também pelos rumos que a história toma, nos lembrando de que a esperança é mesmo um sentimento muito frágil.
Baseado em um curta-metragem, o filme de 2018 traz Martin Freeman (O Hobbit) em meio a uma infestação zumbi na Austrália. E a história já começa com esse protagonista sendo infectado. Sabendo que não há salvação, ele tem apenas 48 horas para encontrar um lugar seguro para sua filha, uma criança ainda de colo.
Assim, sua única esperança é desbravar as áreas desérticas do país para encontrar uma tribo aborígene isolada que possa cuidar da menina. É o tipo de trama que a gente sabe que não vai acabar bem e que vai nos destruir em algum momento — e, por isso mesmo, é tão incrível.
2. Bird Box
Se encarar as ruínas do nosso mundo já é desesperador, imagine lutar para sobreviver de olhos vendados. Pois Bird Box parte dessa premissa ao mostrar que a Terra foi devastada após o surgimento de um tipo de criatura muito específica: um ser capaz de levar às pessoas à loucura com um simples olhar.
Assim, quem encara esses monstros perde a sanidade a ponto de tirar a própria vida, fazendo com que a única maneira de se manter vivo seja fechando os próprios olhos. E a história gira em torno dessa mãe — vivida por Sandra Bullock — tentando sobreviver ao lado das filhas em uma jornada vendada pelo país.
E a grande sacada de Bird Box é que, além de jamais mostrar a forma dessas criaturas, ainda costura muito bem passado e presente para contar o que realmente aconteceu com essa protagonista e trabalhar toda a sua angústia e remorso que a acompanha nessa viagem suicida.
1. Um Lugar Silencioso
O grande expoente dos filmes pós-apocalípticos modernos, Um Lugar Silencioso tem uma premissa bastante parecida com Bird Box. Também temos o mundo sendo atacado por criaturas misteriosas que forçam as pessoas a abrir mão de um de seus sentidos para sobreviver. No caso, qualquer som emitido por elas pode atrair esses monstros.
E é em meio a essa desgraça sem tamanho que acompanhamos o drama da família Abbott, liderada por Lee (John Krasinski) e Evelyn (Emily Blunt). Isso porque ela está grávida e precisa dar à luz de forma silenciosa para não colocar seus demais filhos em risco. Além disso, uma de suas filhas é surda, o que torna ainda mais complicada a tarefa de evitar até os mínimos ruídos. Afinal, como saber que você não está vacilando quando o mundo sempre lhe foi silencioso?
Um Lugar Silencioso é um filme agoniante do começo ao fim porque constrói esse mundo pós-apocalíptico que oprime também o espectador. Assim como seus personagens, o público também se sente obrigado a não fazer som algum, segurando até mesmo a respiração em muitos momentos.