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Crítica Drácula: A Última Viagem do Demeter | Terror agrada, mas é esquecível

Por| Editado por Jones Oliveira | 22 de Agosto de 2023 às 18h05

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Divulgação/Dreamworks Pictures
Divulgação/Dreamworks Pictures

Drácula, o vampiro mais famoso do mundo, já apareceu em várias produções audiovisuais como a série dramática homônima da Netflix, de 2020, e o terror cômico Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe, de 2023, no qual é vivido por Nicolas Cage. Dessa vez, ele surge em Drácula: A Última Viagem do Demeter, um filme baseado em um único capítulo do livro original de Bram Stoker e cuja trama principal até agrada, mas não se torna boa o suficiente para ser inesquecível.

Vale falar que o longa surge com a ideia de contar uma parte da história de Stoker pouco conhecida pelo público e esse é um grande acerto, afinal a narrativa de Drácula já foi tão explorada que um novo filme com a mesma trama poderia ser cansativo e “chover no molhado”. Ainda assim, o roteiro não traz nada de chocante ou inovador que a faça arrancar suspiros da plateia.

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O enredo se concentra no navio Demeter, uma embarcação comandada pelo capitão Eliot (vivido pelo excelente Liam Cunningham) e que conta com mais alguns homens, seu neto Toby (Woody Normam) e Anna, uma mulher que aparece misteriosamente dentro de uma das caixas que estão sendo transportadas da Romênia para a Inglaterra.

Após ser cuidada por Clement (Corey Hawkins), o médico do navio, ela se recupera e alerta a todos de que o mal embarcou junto com eles. O tal “mal” é ninguém menos que Drácula, que aqui aparece muito menos charmoso do que já o conhecemos, ostentando um corpo raquítico, uma cara desfigurada, boca lotada de dentes e asas de morcegos nojentas. Pouco a pouco, ele vai dilacerando o pescoço dos membros da embarcação até que alguém consiga pará-lo.

Com bons momentos de tensão e algumas cenas bem tristes, A Última Viagem do Demeter caminha pela angústia de contar uma história claustrofóbica ambientada em mar aberto. Assim como em Alien: O Oitavo Passageiro, essa aflição é o que prende a atenção do público que fica na expectativa de saber quem será a próxima vítima do vampiro.

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O diretor norueguês André Ovredal acerta nos planos abertos para explorar o alto mar e também nos closes nos personagens a fim de mostrar o desespero que eles estão sentido. A direção de arte também faz um bom trabalho, entregando figurinos e cenários do século XIX que ajudam a contextualizar a história.

Já nas atuações, o destaque fica para o trio Cunningham (Game of Thrones), Corey Hawkins (Infiltrado na Klan) e Javier Botet (REC), que vive o Drácula. Veteranos, eles entregam personagens bem trabalhados e consistentes. Corey e Cunningham oscilam entre a esperança e o desespero e o momento mais emocionante do filme é quando eles percebem que o menino Toby foi morto pelo vampiro.

Por falar nele, o personagem ganha vida com o pequeno Woody Norman, que entregou uma atuação primorosa e não se intimidou ao contracenar com os demais. Bom acerto do filme, que apostou em um personagem meigo e carismático para contrastar com a aspereza do vilão e o ambiente hostil do navio.

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Muita morte e pouco Drácula

Se o enredo acerta em certos pontos, no principal ele erra: contar a história de Drácula. Apesar do nome do vampiro ser o grande chamariz do filme, o personagem é mal trabalhado. Isso porque ele aparece como uma criatura asquerosa que mata à revelia, mas cuja motivação não é esmiuçada.

Se o próprio título não entregasse do que se trata, o espectador poderia pensar que a criatura fosse um animal ou um monstro qualquer criado pela cabeça do diretor, mas não o grande vampiro que habita o imaginário popular.

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É compreensível que a história foque mais no Demeter e em seus tripulantes, já que o capítulo que está servindo de base para ela fala sobre isso. Ainda assim, com Drácula sendo o personagem principal, era imprescindível que o vampiro fosse melhor construído.

Essa falha faz com que o filme se torne morno, ou seja, é interessante em certos momentos, tem um ótimo elenco e se firma como uma boa história para assistir em um domingo à tarde, mas não consegue conquistar o público ao ponto de se tornar memorável ou uma referência quando pensamos em Drácula.

Desse modo, pode-se dizer que Drácula: A Última Viagem do Demeter não vale o ingresso no cinema, mas é uma boa opção para assistir no streaming em um dia entediante. Ainda assim, quem quiser dar uma chance ao terror poderá assisti-lo nas telonas a partir do dia 24 de agosto.