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O que é cognição e como melhorá-la?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Outubro de 2022 às 15h48

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Gerd Altmann/Pixabay
Gerd Altmann/Pixabay

Muito se fala sobre doenças cognitivas na área da saúde, especialmente quando os indivíduos vão ficando mais idosos e propensos a desenvolver Alzheimer, Parkinson, afasia e afins. Mas o que é cognição, afinal, e quais processos envolvem essa área tão importante para nossas vidas e corpos? Dica: ela vai muito além do simples pensar.

A cognição é um conjunto de processos e ações mentais envolvidos na aquisição do conhecimento, como pensar, experienciar, sentir o mundo à nossa volta. Ela abrange todas as etapas dessa absorção, indo do recebimento das sensações até o armazenamento de informações no cérebro, que, por sua vez, guia o comportamento humano.

Do ponto de vista fisiológico, isso abrange a criação e reforço de memórias, retenção de conhecimento, raciocínio lógico e aprendizado linguístico — além, é claro, do pensamento. Cognição vem do latim "cognoscere", que significa "conhecer": isso tem relação com a maneira com que conhecemos o mundo e como isso nos ajuda a interagir melhor com ele, filtrando as informações que recebemos através das sensações para focar no que realmente é importante.

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Como é o processo de cognição

Como estamos falando do cérebro, não há como escapar de falarmos de células nervosas, neurônios e todo o pacote incluso na massa encefálica. No órgão, temos mais de 100 bilhões de células nervosas, com até 10.000 conexões com outras células — os neurônios. Isso torna o processo de raciocinar incrivelmente complexo, então é claro que não conseguimos abranger todas as sinapses em uma catalogação completa. Mas há, sim, aproximações muito boas e modelos científicos eficientes para entender a cognição.

Os circuitos cerebrais têm diversos sistemas de neurotransmissores, que regulam nosso processo cognitivo com substâncias químicas cerebrais, como a dopamina, serotonina, glutamato, GABA, noradrenalina e acetilcolina, e muitas mais. Ao analisar quais áreas do cérebro estão sendo ativadas e quais substâncias estão envolvidas, conseguimos entender como cada comportamento é ativado, proporcionando-nos as funções cognitivas. Somos conscientes, no entanto, de muito poucos deles.

Já mapeamos diversos domínios e processos cognitivos, como memória, atenção, cognição emocional e social, viés emocional, memórias episódica e funcional, velocidade psicomotora, etc. É mais complicado, no entanto, encontrar locais direta e especificamente relacionados a eles no cérebro, já que o órgão é muito complexo e diversas regiões se envolvem em cada função.

A cognição está em constante evolução e adaptação, sendo influenciada tanto por fatores genéticos quanto ambientais. Isso vai desde a gestação, quando o feto pode ser afetado por condições como a síndrome alcoólica fetal (quando a mãe consome álcool durante a gravidez), que causa distúrbios cognitivos sérios.

Mesmo pessoas saudáveis sofrem de um declínio das funções cognitivas durante o envelhecimento, e muitos dos desafios de saúde globais têm a ver com doenças relacionadas, como o mal de Alzheimer. Algumas atividades e tratamentos podem, ao longo da vida, melhorar a cognição e garantir uma velhice mais saudável e longe de declínios nessas funções.

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Como melhorar a cognição

Os processos da cognição podem ser muito complexos, tornando sua identificação e melhoria difíceis, mas isso também permite que muitas abordagens diferentes possam ser aplicadas no reforço cognitivo. Alguns desses processos, por exemplo, são os vieses cognitivos, as tendências que temos na hora de acreditar e interpretar informações. O viés de confirmação, por exemplo, nos faz focar apenas em dados que confirmem nossos argumentos e opiniões. Buscar derrubar esses vieses é uma ótima atividade.

A cognição também está ligada à tomada de decisões: alguns processos internos estão relacionados, como a ansiedade acerca de podermos tomar a decisão errada. Pesquisas já notaram que escolhas que levam a resultados parecidos são as mais difíceis. Para contornar essa dificuldade, é recomendado tomar decisões quando descansados e com o estresse no mínimo, tomando um tempo para pensar, buscando fatos que suportem a escolha e criar regras para ajudar em decisões futuras.

Nosso cérebro aprende através de repetições e reforços: caminhos neuronais formam espinhas dendríticas, ou seja, caminhos que o órgão notou serem importantes e, portanto, que merecem atenção, armazenando melhor as memórias e facilitando as conexões. Eles são feitos ao repetirmos e reforçarmos a importância de certos pensamentos. Quando os deixamos de lado, essas espinhas definham e podem até sumir, quando o cérebro entende que o caminho neuronal em questão não tem mais valor.

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Para reforçar pensamentos, conhecimentos e ideias considerados relevantes, a dica é quebrar esse aprendizado em pedaços espaçados e curtos, mais efetivos do que tentar aprender tudo de uma vez. O sono é de suma importância para esse processo, já que ajuda a consolidar memórias de curto prazo, as tornando memórias de longo prazo, e cortando informações e caminhos cerebrais irrelevantes. A memória é de suma importância ao aprendizado e à cognição.

Por fim, há a metacognição, ou seja, o pensamento sobre nossos próprios processos mentais. Com ela, podemos identificar, monitorar e evitar pensamentos e reforços negativos e autolimitantes, focando em deixar a mente mais eficiente na definição de objetivos e execução de tarefas. Desafiar os próprios pensamentos faz parte de diversas terapias psicológicas, como a cognitivo-comportamental (TCC).

Com metacognição, é possível também identificar áreas do conhecimento ou compreensão faltantes no nosso aprendizado, buscando expandi-las. Pensar em voz alta é uma das técnicas que nos ajudam a prestar atenção no processo do pensar: falar os pensamentos ajuda na concentração e em alguns momentos nos quais estamos sob pressão, como durante competições. Em terapias que envolvem essa prática, pesquisas notaram melhorias em sintomas de depressão e ansiedade. Não sinta vergonha de conversar consigo mesmo!

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Fonte: Cambridge Cognition, Psychology Today