Beber álcool moderadamente pode gerar declínio cognitivo, segundo estudo
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 15 de Julho de 2022 às 11h35
O consumo moderado de álcool também pode gerar prejuízo à saúde, segundo um estudo publicado na PLoS Medicine: mais precisamente, por meio do declínio cognitivo. Para descobrir essa consequência, pesquisadores analisaram 21 mil pessoas. A razão para isso, conforme comentam os pesquisadores, é o acúmulo de ferro no cérebro.
Acontece que esse acúmulo tem sido associado às doenças de Alzheimer e Parkinson, e é um mecanismo potencial para o declínio cognitivo relacionado ao álcool. Ao analisar os dados disponíveis no britânico Biobank, os cientistas coletaram relatos e conduziram ressonância magnética. Os participantes também testaram suas funções cognitivas e motoras.
A média de idade dos participantes foi de 55 anos, e a ingestão média foi de cerca de sete latas de cerveja ou seis taças grandes de vinho por semana.
A equipe descobriu que metade desse consumo médio já traz marcadores de ferro mais alto nos gânglios da base, um grupo de regiões do cérebro associado ao controle dos movimentos motores, aprendizado, movimento dos olhos e cognição, e o acúmulo de ferro nessas regiões foi associado a uma pior função cognitiva.
No entanto, os próprios cientistas envolvidos reconhecem uma limitação do trabalho: as medidas derivadas da ressonância magnética são representações indiretas do ferro cerebral e podem confundir outras alterações cerebrais observadas com o consumo de álcool com alterações nos níveis de ferro.
De qualquer forma, levando em consideração a prevalência do consumo moderado de álcool, mesmo pequenas associações podem ter um impacto substancial em populações inteiras, e pode haver benefícios em intervenções para reduzir o consumo na população em geral.
Fonte: PLoS Medicine via Medical Xpress