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Maiores garras do mundo dos dinos não eram usadas para lutar, mas para se exibir

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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ABelov2014/CC-BY-3.0
ABelov2014/CC-BY-3.0

Um dinossauro aparentemente assustador, com enormes e ameaçadoras garras como as de Edward, Mãos de Tesoura,foi estudado a fundo por paleontólogos com escaneamento 3D, e descobriu-se mais uma evidência de que o animal era, na verdade, um gigante gentil — suas garras eram fracas, com função provavelmente mais estética do que outra coisa. O grande herbívoro em questão era o Therizinosaurus.

O enorme terópode viveu entre o final do período Triássico e o Cretáceo, cerca de 220 milhões a 66 milhões de anos, evoluindo desde o tamanho de um peru até chegar a 10 metros de altura, com garras de 1 metro de comprimento. Era tão grande quanto um Tyrannosaurus rex, parecendo uma girafa emplumada com pernas curtas e uma traseira grande.

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Menos luta, mais salada

A criatura chegou a figurar no último filme da franquia Jurassic World, mas, no filme, é um temível predador que rasga seus oponentes e chega a empalar dinossauros rivais, mas ela era, na realidade, um herbívoro pacífico, cujas garras não aguentam estresse algum. Apesar de serem as maiores de todos os tempos no mundo animal, eram tão fracas que não conseguiam agarrar e derrubar galhos para a alimentação.

Isso foi descoberto ao escanear seus fósseis com tomografias computadorizadas, gerando modelos em 3D e testando suas funções mecânicas, como escavar, furar e puxar. Outro dinossauro relacionado a eles, o Alvarezsaurus, também foi estudado. Ele era basicamente o contrário dos Therizinosaurus, já que evoluíram para ser pequenos, menores do que uma galinha, mas com pequenas garras bastante fortes, robustas o bastante para conseguir cavar, por exemplo.

Mistérios e discussões circundaram as garras dos grandes terópodes por muito tempo, já que, com crânios e dentes indicando que era um herbívoro, uma extensão tão longa não fazia muito sentido. Agora que temos certeza de que eram fracas, outra função deve ser imaginada. A teoria mais forte diz que seriam como as penas do pavões ou aves-do-paraíso, ou seja, utilizadas para atrair parceiros — quanto maior a garra, mais sedutor o Therizinosaurus.

Os machos poderiam, por exemplo, balançar e tilintar as grandes estruturas para chamar a atenção, selecionando geneticamente a característica ao longo de sua evolução. Outra possibilidade é que fossem usadas para o cuidado das penas, como grandes “pentes” para espalhar substâncias protetoras uns nos outros, como fazem os pássaros.

O uso das garras seria, então, mínimo na alimentação, caso sequer tenha tido essa utilidade. Na evolução, é comum que estruturas grandes, estranhas e elaboradas sejam usadas para se mostrar e seduzir parceiros, o que se encaixa muito bem na característica do Therizinosaurus. Melhor imaginar o grande dino mais como retratado na série Planeta Pré-histórico do que em Jurassic World.

Fonte: Communications Biology