Review Redmi 12 | Apenas mais um celular sem 5G
Por Felipe Junqueira | Editado por Léo Müller | 16 de Julho de 2023 às 11h00
Redmi 12 é mais um celular da marca que pode se confundir com algum dos outros cinco modelos da linha Redmi Note 12. Porém, ele está em uma categoria um pouco abaixo, apesar de ter especificações semelhantes às do Note 12 4G.
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Com tanto aparelho que tem diferenças tão pequenas, é fácil se confundir na hora de procurar um celular. O Canaltech testou o Redmi 12 e explica, a seguir, se o modelo vale a pena. Ou se é melhor investir em um dos Note 12.
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Design, construção, tela e som
- Dimensões: 168,6 x 76,3 x 8,2 mm;
- Peso: 198,5 gramas;
- Tela: IPS LCD de 6,79 polegadas;
- Resolução: Full HD+ (1080 x 2460 pixels), 90 Hz.
O Redmi 12 é um celular em barra, com laterais retas e acabamento em plástico. A traseira tem o mesmo material, mas imita o vidro — e imita bem. Na frente, a tela é protegida por vidro. O dispositivo tem conector USB-C na parte inferior e P2, para fones de ouvido, na superior.
As câmeras do celular da Redmi são um charme à parte. Com dois círculos maiores em uma coluna e um menor ao lado, fica parecendo um emoji. Os módulos são separados e ficam direto na parte traseira. Na frente, a câmera frontal fica em um furo centralizado na parte superior.
A tela é do tipo IPS LCD, ou seja, não tem aquele brilho e contraste fortes de uma OLED. Mas até que o Redmi 12 não é ruim de usar em ambientes externos. E uma vantagem para alguns de seus concorrentes diretos é o fato de utilizar resolução Full HD, com nitidez melhor que o HD. A taxa de atualização de 90 Hz confere fluidez em algumas animações.
O áudio é mono e está dentro do esperado. Tem uma boa potência, mas apresenta distorções em volumes mais altos. Dá para acompanhar alguns vídeos e áudios de internet, mas para um som mais preciso, é recomendado o uso de um fone de ouvido. Ao menos o aparelho tem conector para isso.
Configuração, desempenho e usabilidade
- Sistema operacional: Android 13 sob MIUI 14;
- Plataforma:MediaTek Helio G88 (12 nm);
- Processador: Octa-core (2x 2,0 GHz Cortex-A75 + 6x 1,8 GHz Cortex-A55);
- GPU: Mali-G52 MC2;
- RAM e armazenamento: 4/128 GB, 8/128 GB, 8/256 GB.
O Redmi 12 pode ter até 8 GB de memória RAM e 256 GB de armazenamento. Aqui no Canaltech, testamos a versão mais básica, com 4/128 GB. Ou seja, temos uma ideia de como o modelo mais em conta desempenha as tarefas do dia a dia. E não achei uma experiência muito boa.
No geral, achei o celular da Redmi um pouco mais lento em alguns processos. A câmera é lenta para abrir e fotografar. Os apps às vezes demoram a abrir ou dar resposta. No teste de bateria, o Instagram fechou sozinho nada menos que sete vezes em 30 minutos. E ainda travou quando eu fui fechar para encerrar.
Apesar de alguns engasgos e demora em realizar comandos pontuais, o Redmi 12 consegue rodar jogos com boa fluidez. Não tive problemas com Subway Surfers nem Asphalt 9. Jogos mais pesados, como PUBG Mobile e afins, devem rodar bem com uma redução na qualidade gráfica.
Resultado no AnTuTu
O Redmi 12 alcançou 280 mil pontos no AnTuTu, mais do que Moto G23 e Realme C55. O primeiro tem o Helio G85, que traz as mesmas configurações do Helio G88. O segundo tem o mesmo processador, mas muito mais memória. O celular da Motorola ficou em 218 mil pontos, enquanto o da Realme foi a 265 mil.
Mas você pode preferir o Redmi Note 12 4G, que teve pontuação ainda melhor. O modelo da linha mais popular da Redmi chegou a 290 mil pontos no benchmark.
Software e conectividade
A Xiaomi utiliza a interface MIUI por cima do Android, com bastante modificações. A empresa, inclusive, não necessariamente altera a versão do sistema operacional ao soltar updates de sua interface. No caso do Redmi 12, o celular está com ambos na versão mais recente: MIUI 14 e Android 13.
Estranhamente, este celular da Redmi não possui o Centro de Controle. Tentei ver se tinha como ativar nas configurações e não encontrei, apesar de ter uma área chamada Notificações e Centro de Controle. De resto, não vi muito recurso da interface ausente no aparelho, tirando algumas limitações de personalização por conta do hardware.
Câmeras
- Principal: 50 MP, abertura f/1.8;
- Ultrawide: 8 MP, abertura f/2.2;
- Macro: 2 MP, abertura f/2.4;
- Selfies: 8 MP, abertura f/2.1;
- Vídeos: até 1080p a 30 fps.
As câmeras do Redmi 12 são boas, nada além disso. Há um bom nível de texturas, e a faixa dinâmica é razoável, considerando que é um celular de entrada. O foco é um pouco difícil de acertar, mas é só tocar na tela para ajudar o aparelho a encontrar onde ele deve estar.
Eu achei um pouco esquisita a diferença na saturação da ultrawide para a câmera principal, só. E a macro tem poucas texturas, mas consegue fazer boas fotografias. Ao menos em ambientes bem iluminados: com pouca luz a coisa já fica bem ruim.
A câmera frontal é apenas razoável. Não faz selfies muito boas, mas dá para o gasto. Um HDR ativado ajuda um pouco, mas ainda assim a faixa dinâmica deixa a desejar.
Bateria e Carregamento
- Capacidade de carga: 5.000 mAh;
- Recarga: até 18 W com fio.
O tempo de duração da bateria do Redmi 12 é decepcionante. No teste padrão do Canaltech, realizado em todos os celulares aqui analisados, ele consumiu 31% de carga. Verdade que o teste tem seis horas de uso intenso, mas o consumo foi alto, comparado com outros intermediários.
Isso dá uma autonomia prevista menos de 19,5 horas. Se bem que o teste tem cerca de 60% de tempo de tela ativa. Então, é possível que a duração seja maior, chegando talvez a quase metade do segundo dia. E só aí você vai precisar de uma tomada. Se carregar um pouco todos os dias, não fica sem bateria.
A recarga não é tão rápida, mas não está ruim para um celular na faixa de preço do Redmi 12. Com o carregador de 18 W que vem na caixa, o dispositivo precisa de cerca de 2 horas para ir de 0% até 100%.
Concorrentes diretos
Existem alternativas de outras marcas e da própria Xiaomi para o Redmi 12. A meu ver, todas são mais interessantes que o apenas bom celular desta análise. Até porque ele está em um preço acima do que deveria: acima de R$ 1.200.
O Moto G23 é um pouco menos potente e tem câmeras ligeiramente inferiores, mas a bateria é um pouco melhor. E pode ser encontrado por R$ 950. Preço bem melhor que o Realme C55, que tem câmeras melhores e muito mais memória. O preço deste modelo, com importadores, fica em torno de R$ 1.200.
Da Xiaomi, você pode pensar no Redmi Note 12 4G, que também custa cerca de R$ 950 com importadores. Ele é um pouco mais potente e tem câmera frontal melhor que o Redmi 12, além de MIUI mais completa. Outra opção seria o Redmi Note 12 5G, bem melhor que todos os citados, mas com preço mais perto dos R$ 1.300.
Redmi 12: vale a pena?
O Redmi 12 deveria ser uma opção mais simples entre os modelos da marca Redmi. Porém, seu preço não reflete isso, já que está mais caro do que o Redmi Note 12 4G, que é superior — ao menos em tese.
Além disso, o celular apresenta desempenho instável, com pequenos engasgos em processos simples. E a duração de sua bateria é decepcionante, apesar de estar próxima à de alguns de seus concorrentes. De bom, apenas a presença do conector de fone de ouvido, sensor infravermelho e NFC. Que estão presentes em outros modelos.
Pessoalmente, eu não recomendaria este modelo. Já citei o próprio Redmi Note 12 4G, que tem preço melhor. Mas eu ainda investiria um pouco mais em um modelo 5G, e aí tem o próprio Redmi Note 12 5G com esta tecnologia a cerca de R$ 1.300.