Toyota afirma que “não há recursos” para mundo ter 100% de carros elétricos
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |
A frase “hoje sim, hoje não”, proferida por um famoso narrador no momento da bandeirada final em uma corrida de Fórmula 1, representa fielmente o sentimento da Toyota com relação aos carros elétricos.
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Depois de se posicionar, em mais de uma oportunidade, contra a eletrificação total dos carros no planeta, mas, em paralelo, anunciar a inauguração de uma fábrica dedicada a esses veículos, além de investimentos pesados e 10 lançamentos na linha até 2026, o sentimento de “hoje não” voltou a predominar.
Um pouco antes da reunião da cúpula do G7 realizada em Hiroshima, Gill Pratt, executivo-chefe do Toyota Research Institute, abordou o futuro dos carros elétricos no mundo e apontou uma razão pela qual não acredita que a adoção maciça seja possível em um curto espaço de tempo.
“Creio que vai levar décadas para minas de material de bateria, geração de energia renovável, linhas de transmissão e instalações sazonais de armazenamento de energia aumentem. Ainda vai demorar muito para termos materiais para bateria e recursos de recarga renováveis suficientes para uma solução exclusiva com carros elétricos”.
Na visão do executivo, a neutralidade total de carbono passa primeiro pela hibridização do mercado. Posição semelhante também já foi adotada por outras montadoras, como a GWM e a Volkswagen, que também defenderam abertamente o uso do etanol por meio de carros híbridos-flex e movidos a hidrogênio.
Combustível sintético?
A Toyota também colocou o pé no freio com relação à adoção dos chamados combustíveis sintéticos — produzidos sem o uso de petróleo — como fonte alternativa para seus carros em um futuro próximo.
Koji Sato, CEO da montadora japonesa, afirmou que esse tipo de combustível ainda precisa evoluir muito para que a produção em massa se torne viável, pois ainda não encontrou uma forma de reduzir a energia substancialmente durante o processo de fabricação.