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E-fuel | O que são combustíveis sintéticos?

Por  • Editado por Jones Oliveira |  • 

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ARTFULLY79/Envato/CC
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Os combustíveis sintéticos têm se tornado assunto comum no meio automotivo recentemente. O motivo? Algumas montadoras, como Audi, Honda e Porsche, têm apostado alto no desenvolvimento deste tipo de produto na esperança de “salvar” os motores a combustão da completa extinção no futuro.

A Porsche, por exemplo, se juntou a um grupo de investidores e realizou um aporte de quase R$ 600 milhões para o desenvolvimento dos chamados e-fuels (electrofuels), combustíveis sintéticos capazes de substituir os fósseis, como a gasolina.

Segundo Bárbara Frenkel, que faz parte do Conselho Executivo da montadora, o investimento faz parte do compromisso da marca alemã de carros de luxo com a mobilidade sustentável.

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“Os e-fuels dão uma importante contribuição para a proteção do clima e complementam nossa eletromobilidade de forma significativa. Ao investir na produção industrial de e-fuel, a Porsche está expandindo ainda mais seu compromisso com a mobilidade sustentável”, comentou a executiva, em coletiva durante evento realizado no Chile, em 2022.

O que é um combustível sintético?

Mas, afinal, o que são combustíveis sintéticos? Em poucas palavras, o combustível sintético é aquele que é produzido a partir da combinação de gás de hidrogênio (H2) e dióxido de carbono (CO2) por meio de processos sem a utilização do petróleo.

Este tipo de processo, também chamado de antropogênico, produz um combustível mais puro, capaz de realizar uma combustão mais limpa, eficaz e, claro, com menor emissão de poluentes do que os combustíveis fósseis.

Como é feito o combustível sintético?

Fruto da tecnologia que combina CO2 e oxigênio para formar uma fonte alternativa limpa, o combustível sintético pode ser produzido a partir de carvão mineral, biomassa, água e dióxido de carbono presentes na atmosfera.

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Há diversas maneiras de se produzir combustível sintético. O passo inicial é a eletrólise, que separa a água em hidrogênio e oxigênio para, posteriormente, misturar o hidrogênio com dióxido de carbono e, assim, dar forma líquida ao combustível.

Há ainda outros processos que podem ser envolvidos na produção de combustíveis sintéticos.

  • Hidrólise: quebra de uma molécula maior em moléculas menores com a presença de água;
  • Gaseificação: conversão termoquímica da biomassa em atmosfera de vapor ou ar para produzir um gás de médio poder calorífico;
  • Pirólise: decomposição de uma matéria pelo calor ou pela energia térmica, a fim de aproveitar todo tipo de resíduo para gerar energia.
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Independentemente da maneira com que é feito o combustível sintético, o importante é que sejam usadas exclusivamente energias renováveis. Essa é a única forma de ele ser totalmente neutro em emissão de carbono.

Vantagens e desvantagens do e-combustível

Quem defende pura e simplesmente o uso do combustível sintético ao invés da adoção em massa de carros elétricos precisa saber que há vantagens e desvantagens neste tipo de componente.

"Os combustíveis sintéticos perderam a corrida para limpar os carros, mas na verdade nunca chegaram nem perto. Os carros elétricos a bateria oferecem aos motoristas a maneira mais limpa, eficiente e acessível de descarbonizar, enquanto os combustíveis sintéticos são mais adequados para aviões onde a eletrificação não é uma opção", opinou Julia Poliscanova, da consultoria Transport & Environment

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Combustível sintético: Vantagens x Desvantagens
VantagensDesvantagens

Não depende do petróleo para ser produzido; compatíveis com tecnologias já existentes nos veículos e em equipamentos que hoje utilizam combustíveis fósseis em empresas e indústrias

São muito mais caros que os combustíveis fósseis e podem custar até R$ 60 mil a mais ao motorista em um período de 5 anos

Poderiam dar uma sobrevida aos motores tradicionais a combustão caso eles venham mesmo a ser proibidos no futuro

A produção é menos eficiente que a dos carros elétricos, já que exige 23% a mais de geração de energia limpa em sua fabricação, segundo dados da T&E Consultoria

Emitem menos gases poluentes na atmosfera que os combustíveis fósseis

Carros com gasolina sintética emitem altos níveis de NOx tóxico, derivado do nitrogênio, e o triplo de monóxido de carbono e amônia do que os que rodam com a gasolina E10, padrão na União Europeia


Gasolina sintética x etanol? Brasil é opção?

Se o e-fuel, particularmente a gasolina sintética, emplacar de vez e passar a ser considerado solução para manter vivos os motores a combustão, qual o papel do Brasil nessa equação? Afinal, o etanol também é um biocombustível considerado limpo e taxado como essencial no caminho para a eletrificação.

Em entrevista recente ao Uol, Everton Lopes, especialista em energia a combustão da SAE Brasil, não entrou no mérito de uma possível disputa futura entre etanol e gasolina sintética, mas rotulou o Brasil como fundamental para o desenvolvimento deste tipo de combustível.

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Segundo Lopes, a Europa não é autossuficiente na produção de hidrogênio para a fabricação em massa do e-fuel. Por conta disso, a relevância do Brasil se torna imensa, pois o país “surge como potencial exportador de H2 para outros mercados”.

O especialista da SAE Brasil pontuou ainda que algumas regiões do Nordeste têm um potencial enorme para a produção de energia eólica, e isso pode gerar diversas oportunidades no país, já que os combustíveis sintéticos priorizam a matriz energética limpa.