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Review Nova Chevrolet Montana | Ameaça real ao domínio da Fiat

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Review Nova Chevrolet Montana | Ameaça real ao domínio da Fiat
Review Nova Chevrolet Montana | Ameaça real ao domínio da Fiat

A Nova Chevrolet Montana deixou claro seu objetivo no mercado automotivo antes mesmo de chegar às lojas: acabar com a hegemonia dos modelos da Fiat no segmento de veículos comerciais leves, em especial com a fatia de mercado pertencente à Toro.

Durante o primeiro contato que a reportagem do Canaltech teve com a picape da GM, porém, tivemos a impressão de que o alvo ideal a ser combatido era a outra representante da família italiana no setor: a Fiat Strada. E agora, após passar um tempo maior a bordo da Nova Montana, qual será o veredicto?

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É isso o que mostraremos nesse review mais detalhado a respeito da mais nova representante da Chevrolet no segmento. Ficamos mais de uma semana com a versão Premier, topo de linha da família, que ainda conta com a 1.2 T, a LT e a LTZ, todas dotadas do mesmo motor 1.2 turbo, que também equipa o Tracker.

Conectividade e Segurança

Uma das ideias da GM ao reformular completamente o conceito da Montana foi o de transformar a picape no “carro da família”. E, para isso, não dava para o modelo da Chevrolet sair de fábrica sem um pacote caprichado em conectividade e segurança.

Itens fundamentais para quem realmente vai usar o carro no dia-a-dia foram incluídos pela montadora estadunidense na variante Premier, a mais completa de todas, e se mostraram extremamente úteis em diversas situações, tanto no trânsito urbano quanto nas rodovias.

Destaque principalmente para o alerta de ponto cego, que não à toa vem sendo cogitado para passar a ser item obrigatório em carros novos no Brasil. O recurso que emite um sinal luminoso nos retrovisores da Nova Montana é, realmente, uma ajuda preciosa na hora de ultrapassagens ou de uma simples mudança de faixa no trânsito.

Sentimos falta, porém, de itens voltados para assistência à direção, como, por exemplo, o alerta de permanência em faixa ou o ACC, piloto automático adaptativo. Estes dois itens poderiam ser incorporados ao menos ao combo de recursos do modelo topo de linha.

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O pacote completo da Nova Chevrolet Montana entrega ao dono os seguintes itens:

  • 6 airbags;
  • Alerta de ponto cego;
  • Alerta de frenagem de emergência;
  • Aviso sonoro de cintos de segurança;
  • Monitoramento da pressão dos pneus;
  • 4G nativo;
  • Espelhamento de celular sem fio;
  • Carregador de celular por indução;
  • Retrovisor interno eletrocrômico;
  • Sistema OnStar com My Chevrolet;
  • Conjunto óptico Full LED;
  • Ar-condicionado digital e automático;
  • Sensores de estacionamento dianteiros e traseiros;
  • Sensores de chuva e crepuscular;
  • Chave presencial.

Conforto e Experiência de uso

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Apresentada como “uma picape com conforto de SUV” pelos executivos da GM, a Nova Chevrolet Montana não decepcionou nestes quesitos. A picape realmente tem um “Q” diferente, e isso pôde ser percebido já na primeira tocada, e confirmado durante o teste mais longo ao volante do modelo.

A escolha pelo motor 1.2 turbo, que também equipa o Tracker, não foi por acaso. Combinado com o câmbio automático de 6 velocidades, o conjunto que entrega 133cv de potência e 21,4 kgf/m de torque faz da Nova Montana uma picape poderosa e ágil.

O comportamento dela, tanto em trechos na cidade quanto no trajeto em rodovias, mostra que as novas calibrações de suspensão também foram acertadas. A Nova Montana jogou por terra o mito de que “picape vazia não tem estabilidade” e se comportou bem até mesmo nas curvas mais fechadas.

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Os pneus 215/55 R17, que nos trajetos em estrada de terra na Serra da Graciosa, em Curitiba, se mostraram um pouco escorregadios, desta vez entregaram o que o condutor de uma picape espera em seu uso diário: segurança e estabilidade em todas as situações.

Não dá para deixar de citar também as divisórias Multi-Board da nova caçamba da picape. Eles se mostraram muito mais do que simplesmente estéticos no uso diário e ajudaram a acomodar uma boa compra no supermercado de forma segura e eficaz na parte superior do “porta-malas” da Nova Montana, deixando o compartimento inferior livre para as sacolas maiores.

A eficiência da Montana também está de parabéns. Nota A segundo o Inmetro, a picape apresentou números bem próximos aos oficiais do órgão, que apontam consumo médio de 11,1 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada, com gasolina. Sob a responsabilidade do Canaltech, a picape chegou a rodar mais de 14 km/l em trechos rodoviários e 11,8 km/l em urbanos.

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Assim como já havia sido destacado pela reportagem durante o preview, um ponto acabou se confirmando como negativo no desenvolvimento da Nova Montana: a posição da barra horizontal na caçamba.

O posicionamento escolhido para o acessório que, segundo o executivo da GM, foi um pedido do consumidor que “desejava um ponto” extra de amarração, atrapalha demais a visibilidade do espelho retrovisor central.

O isolamento acústico também é um ponto que precisa ser mais bem trabalhado. Apesar de “gostoso”, o som do motor 1.2 turbo de 3 cilindros acaba invadindo demais a cabine, algo que em viagens mais longas acaba gerando um certo incômodo.

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Design e Acabamento

O design da Nova Montana é um dos pontos altos. A Chevrolet alegou ter se inspirado em outras picapes maiores da própria marca, mas a inegável semelhança com as rivais da Fiat não deixa dúvidas de que algumas ideias provavelmente tenham saído de lá.

Por fora, as linhas agressivas na dianteira, com faróis em LED, as laterais com visual mais robusto, e a traseira redesenhada fizeram da Nova Montana uma das mais belas picapes da categoria no Brasil.

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O interior foi desenhado para quem busca a versatilidade de uma picape com o conforto de um SUV, formam um pacote capaz de conquistar quem antes enxergava esse tipo de carro com certo preconceito, mas hoje já pensa em migrar para algo que possa agradar tanto no uso cotidiano quanto no trabalho.

A GM poderia, claro, ter usado um pouco menos de plástico duro nos painéis ou nas portas da Montana, opção que certamente evitaria alguns barulhos que a reportagem detectou na área do volante na unidade testada, mas esse parece ser um conceito que todas as montadoras adotaram para não encarecer ainda mais os custos de produção.

Concorrentes

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A Chevrolet Montana tem como principais rivais as duas representantes da Fiat já citadas, Toro e Strada, além de uma outra picape que, em breve, deve sofrer atualizações (visuais e mecânicas) para não ficar para trás: a Renault Oroch.

Apesar de custar mais do que a Strada, em nossa visão sua principal concorrente, a Montana sonha tirar mercado da Toro, essa sim mais cara que o modelo da GM até mesmo em sua versão de entrada. A picape da Renault, por sua vez, também é mais barata, até mesmo no topo de linha, mas, a princípio, não é uma ameaça clara à briga entre Fiat e General Motors.

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Nova Chevrolet Montana | Vale a pena?

A conclusão após passar um bom tempo ao volante da Nova Montana é simples e direta: o modelo da Chevrolet chega em condições de brigar forte por um lugar de destaque no segmento.

Para vencer a briga com o trio de concorrentes, a aposta da GM foi principalmente no tripé motorização + acessórios + baixo consumo de combustível. E a representante da Chevrolet tem, nestes três pontos, as armas necessárias para movimentar um segmento que vem crescendo a cada ano e precisando de novidades.

A picape da Chevrolet chegou ao mercado com versões entre R$ 116.890 (1.2 com câmbio manual) e R$ 140.490 (topo de linha). A Nova Montana fechou março como a quarta mais vendida do país e, com isso, provou que a dor de cabeça da Fiat pode estar apenas começando.

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* A Nova Chevrolet Montana utilizada para a confecção deste review foi gentilmente emprestada para a reportagem do Canaltech pela General Motors do Brasil.