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CEO da Activision Blizzard terá redução temporária no salário

Por| Editado por Bruna Penilhas | 28 de Outubro de 2021 às 18h43

Steven Simko/Wikimedia Commons
Steven Simko/Wikimedia Commons
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O chefe da ActivisionBlizzard, Bobby Kotick, afirmou que pediu para ter o próprio salário reduzido até que mudanças drásticas aconteçam na cultura da companhia, que desde julho está sendo investigada por manter uma cultura de assédio e discriminação entre os funcionários. O executivo receberá US$ 62.500 por ano, sem qualquer tipo de bônus.

Anteriormente, Kotick faturava US$ 1,75 milhão por ano. Em abril, seu salário foi reduzido em 50%, ou seja, US$ 875 mil por ano, por conta de um conflito entre investidores depois de a empresa demitir 800 funcionários em 2019 e mais 400 em 2020 pelo fechamento de uma filial na França. Mesmo assim, o executivo ainda poderia levar para casa um bônus anual de até 200% do seu salário, ou seja, US$ 1,75 milhão. Não à toa, o nome dele figura na lista de CEOs com salários considerados “exagerados”. Entretanto, vale lembrar que, recentemente, o executivo recebeu, sozinho, um bônus de US$ 155 milhões por conta de resultados obtidos em 2016.

Em uma carta aos funcionários, Kotick escreveu:

“Especificamente, pedi ao Conselho que reduzisse meu salário para o valor mais baixo que a lei da Califórnia permite, que neste ano é de US$ 62.500. Para ser claro, esta é uma redução na minha remuneração geral, não apenas no meu salário. Estou pedindo para não receber nenhum bônus ou receber qualquer participação durante este período”.
Bobby Kotick é um dos CEOs mais bem pagos do mundo (Foto: Divulgação/Activision Blizzard)
Bobby Kotick é um dos CEOs mais bem pagos do mundo (Foto: Divulgação/Activision Blizzard)

CEO promete que Activision Blizzard melhorará em 5 aspectos

Kotick também está assumindo cinco novos compromissos para mudar a cultura de assédio da empresa. O executivo promete que terá seu pagamento reduzido até que todos os tópicos sejam cumpridos. São eles:

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  1. Política de tolerância zero contra assédio em toda a empresa: qualquer funcionário;
  2. Aumento da porcentagem de mulheres e pessoas não-binárias no quadro de funcionários em 50%, e investimento de US$ 250 milhões para acelerar oportunidades para talentos diversificados nos próximos 10 anos;
  3. Fim da “arbitragem obrigatória” em alegações de assédio sexual e discriminação, ou seja, funcionários não serão mais obrigados a procurar soluções judiciais para fazer denúncias;
  4. Ser mais transparente em relação à equidade salarial. Bobby ressaltou que “nossa análise nos Estados Unidos mostrou que as mulheres na empresa ganhavam, em média, um pouco mais do que os homens em trabalhos comparáveis ​​em 2020”;
  5. Fornecer um relatório trimestral sobre as “iniciativas no local de trabalho”. Também atualizará anualmente os acionistas sobre “contratação por gênero, contratação por diversidade e progresso no local de trabalho”.

Desde que a companhia foi denunciada por assédio, discriminação e má conduta sexual pelo DFEH (Departamento de Emprego e Habitação Justos da Califórnia, em tradução livre) nos Estados Unidos em julho, pelo menos 20 funcionários foram demitidos e outros 20 enfrentaram “outros tipos de ação disciplinar”.

Vale lembrar que a empresa está sendo investigada pelo governo dos Estados Unidos. Em agosto, a companhia também foi processada pelos próprios investidores por omitir escândalos de assédio. O nome de Bobby Kotick foi citado como réu, além do diretor financeiro Dennis Durkin e do seu antecessor, Spencer Neumann. Segundo os acionistas, os três foram “fundamentais na divulgação de informações falsas”.

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Fonte: Eurogamer (1, 2, 3, 4), Kotaku, VGC