Activision Blizzard demitiu mais de 20 funcionários após denúncias
Por Felipe Goldenboy • Editado por Bruna Penilhas |
Pelo menos 20 funcionários da Activision Blizzard — responsável por jogos como Call of Duty, World of Warcraft e Overwatch — foram demitidos desde que a empresa foi denunciada por assédio, discriminação e má conduta sexual pelo DFEH (Departamento de Emprego e Habitação Justos da Califórnia, em tradução livre) nos Estados Unidos em julho. Outros 20 colaboradores enfrentaram “outros tipos de ação disciplinar”.
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A informação foi revelada pela vice-presidente executiva para assuntos corporativos, Frances Townsend, em comunicado interno da empresa — o texto foi postado no site oficial. Ela não citou o nome dos funcionários demitidos, mas é suposto que eles estavam envolvidos nas denúncias.
A executiva também afirmou que a companhia contratou mais três pessoas à equipe de Ética e Compliance, e a previsão é que mais 19 sejam adicionadas ao quadro no futuro. Além disso, a Activision Blizzard promete que triplicará seu investimento em recursos de treinamento.
“Estamos trabalhando incansavelmente para garantir que, no futuro, este seja um lugar onde as pessoas não sejam apenas ouvidas, mas empoderadas”, diz a executiva no comunicado. Ela também reforça: “ não há lugar para assédio, discriminação ou retaliação nesta empresa.”
Frances garantiu que o estúdio está trabalhando para ser mais transparente em relação a investigações internas, ou seja, quando um funcionário reporta um comportamento inadequado.
“Sabemos que há um desejo de saber sobre o resultado quando uma má conduta é relatada. Às vezes, existem motivos de privacidade que não podemos compartilhar. Mas onde pudermos, estaremos compartilhando mais informações com você. Também forneceremos dados agregados regulares sobre os resultados da investigação.”
Frances chamou processo contra Activision de “sem mérito”
Quando as denúncias do DFEH surgiram, lideranças da Activision Blizzard se manifestaram internamente através de e-mails. Frances deixou os funcionários furiosos ao escrever que o processo “apresentou uma imagem distorcida e falsa de nossa empresa, incluindo histórias factualmente incorretas, antigas e fora de contexto — algumas de mais de uma década atrás”. Esse foi o estopim para uma greve geral em frente à sede da companhia em julho.
“Não podemos permitir que ações escandalosas de terceiros e um processo judicial verdadeiramente sem mérito e irresponsável prejudiquem nossa cultura de respeito e oportunidades iguais para todos os funcionários", disse ela na época.
Frances também excluiu sua conta pessoal do Twitter em agosto, após bloquear funcionários da empresa. Ela havia retweetado um artigo da revista Atlantic com o comentário “o problema das denúncias”, o que causou revolta entre pessoas da indústria de games.
Fonte: Activision Blizzard, IGN, Kotaku