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Samsung oficializa as telas QD-Display, concorrentes do OLED para TVs

Por| Editado por Wallace Moté | 16 de Agosto de 2021 às 10h57

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Divulgação/Samsung
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A Samsung Display, divisão da gigante sul-coreana voltada para a fabricação de telas de variados produtos, anunciou sem alarde nesta semana a nova geração de painéis da companhia — o QD-Display.

Desenvolvida com grandes painéis em mente, especialmente TVs, a tecnologia promete entregar alta fidelidade de cores e brilho intenso em corpo mais fino, evoluindo o que o QLED entrega e oferecendo desempenho que compete de frente com o OLED.

A batalha do QLED vs OLED: entendendo as tecnologias

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As TVs mais robustas disponíveis no mercado são atualmente baseadas basicamente em duas tecnologias: o QLED, encabeçada pela Samsung, e o OLED, cujo principal representante é a LG.

De maneira resumida, os painéis QLED são telas LCD tradicionais, isto é, contam com uma camada de cristal líquido responsável por exibir as imagens e as cores, necessitando de um conjunto de luzes de LED, o backlight, para que o conteúdo possa ser visualizado.

O grande trunfo do QLED está justamente na camada de cristais, que utiliza o que a Samsung chama de Quantum Dots, ou pontos quânticos, componentes microscópicos que filtram a luz branca e entregam cores mais intensas, próximas às do rival OLED, tendo a vantagem de atingir brilho consideravelmente mais forte. A Samsung pretende eliminar o backlight desse tipo de painel futuramente, mas ainda deve haver iluminação dedicada, ao menos por enquanto.

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No entanto, assim como outros tipos de LCD, há vazamento de luz do backlight, fazendo com que áreas escuras ou pretas acabem entregando uma tonalidade acinzentada, já que essa luz não é totalmente barrada. Para tentar lidar com essa limitação, a gigante sul-coreana trouxe ao mercado neste ano o Neo QLED, com uma diferença importante no sistema de iluminação: o uso de miniLEDs.

Significativamente menores que os LEDs tradicionais, os miniLEDs entregam mais brilho e um número maior de zonas de iluminação, que se apagam em áreas escuras para tentar emular os pretos profundos do OLED. As telas Neo QLED entregam melhorias notáveis, mas ainda não são perfeitas, considerando que ainda há vazamento de luz. Isso ocasiona auras em torno do conteúdo exibido, problema que afeta, por exemplo, o novo iPad Pro.

Do outro lado, o OLED se destaca por utilizar moléculas de carbono que se autoiluminam, característica que dá o nome de orgânico à tecnologia (Organic LED). Já que a própria camada de cores, o substrato, emite luz, um backlight não é necessário, fazendo com que telas que adotem essa tecnologia sejam muito mais finas que displays LCD.

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Isso também aumenta o contraste, já que regiões escuras são de fato pixels desligados, e entregam cores mais intensas, sem os problemas de vazamentos de luz presentes no LCD.

Ainda assim, o OLED tem sua própria parcela de problemas: por utilizar componentes orgânicos, esse tipo de painel está suscetível ao burn-in, evento em que uma imagem pode ficar marcada na tela. O brilho máximo também acaba sendo inferior, muitas vezes como maneira de evitar o burn-in.

QD-Display: os pontos quânticos encontram o OLED

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É aí que entra o QD-Display, o novo painel desenvolvido pela Samsung Display. O painel estreante mescla os Quantum Dots com um substrato azul "que se autoilumina", componente que atua exatamente como o OLED. A fabricante curiosamente não faz referência ao OLED em nenhum momento, possivelmente como maneira de evitar associações com o OLED da LG e ao histórico ruim de burn-in desse tipo de painel.

Com isso, o QD-Display promete entregar HDR superior com brilho mais intenso, de até 1.000 nits, ângulos de visão aprimorados, menor refletividade de luz de fontes externas, menor emissão de luz azul prejudicial aos olhos, 80% de cobertura da gama de cores BT.2020 utilizada no cinema, além dos pretos profundos característicos do OLED.

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Caso o substrato azul utilizado pela Samsung realmente seja OLED, há ainda uma questão interessante que merece atenção: dentre todos os substratos de OLED (verde, vermelho, azul), o azul é o que se deteriora mais rápido.

Por não se referir a esse substrato como OLED, a companhia não explica como contornaria esse problema, mas os rumores indicam que a gigante sul-coreana utilizaria múltiplas camadas, prolongando assim a vida útil do componente. Seja como for, devemos aguardar pela chegada das primeiras TVs com QD-Display para sabermos como a tecnologia se comportará.

Novos painéis podem estrear no início de 2022

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Com o anúncio silencioso, a Samsung Display não revelou quais aparelhos estrearão os QD-Displays, muito menos quando veríamos os primeiros televisores com a nova tecnologia. Ainda assim, os rumores, que já acertaram boa parte das informações até o momento, sugerem que a divisão de eletrônicos da fabricante, a Samsung Electronics, deve empregar os painéis já no início de 2022. Isso deixa margem para apresentação das novas TVs já na CES 2022, que ocorre entre os dias 5 e 8 de janeiro em Las Vegas. 

Ao que se sabe, a linha deve se posicionar acima das TVs QLED tradicionais, mas ainda abaixo do próximo avanço da marca: os painéis Micro LED. Evolução do Mini LED, esse tipo de iluminação utiliza LEDs ainda menores para cada um dos pixels do display, teoricamente emulando com perfeição os pretos profundos do OLED. Essa tecnologia já está presente em outdoors feitos pela Samsung, e pode estrear também no ano que vem em TVs, junto ao QD-Display.

Fonte: Samsung DisplayWhat Hi-Fi?, The Guru of 3D