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Por que o iPhone não é mais tão inovador como costumava ser?

Por  • Editado por  Wallace Moté  | 

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Erick Teixeira/Canaltech
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O lançamento de novas gerações do iPhone não costuma reunir o mesmo conjunto de inovações em relação ao que já se viu no passado, já que os modelos mais recentes têm sido relativamente parecidos com os anteriores. Esse fato já causa críticas por parte de fãs da marca e entusiastas da tecnologia em geral, mas alguns fatores podem explicar o porquê de as novidades do iPhone serem mais escassas.

Tendência do mercado de celulares

A falta de novidades que geram entusiasmo não é exclusividade da Apple. Críticas semelhantes já foram feitas à Samsung, sua principal concorrente na disputa pela liderança do mercado de smartphones.

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Os comentários são feitos especialmente por conta da linha Galaxy S, que costuma trazer mudanças bastante tímidas a cada novo modelo — geralmente com novas tecnologias de câmera, e não muito mais que isso.

Contudo, é fato que a rival coreana é responsável por uma das grandes inovações em smartphones nos últimos anos, com os aparelhos que trazem estrutura dobrável em diferentes formatos. Até o momento, a Apple não seguiu esse caminho, e há um motivo bastante claro para isso:

O conservadorismo da Apple

Uma das características mais marcantes da Apple é que a marca não costuma apresentar produtos sem que eles tenham um funcionamento perfeito, por muitos anos. Isso é positivo no quesito de confiabilidade dos iPhones, mas faz com que a marca tenha tido uma abordagem conservadora no que diz respeito à inovação nos últimos anos.

Entre as cinco empresas que mais vendem celulares no planeta, a Apple é a única que não tem nenhum celular dobrável em sua linha de modelos, por exemplo. Esse fato se sustentou relativamente bem alguns anos atrás — especialmente quando a série Galaxy Z ganhou seus primeiros representantes —, mas já temos até mesmo empresas "jovens" como a Tecno apostando no formato e visando voos mais altos.

Contudo, é bastante comum que rumores apontem para o lançamento de um iPhone dobrável eventualmente, inclusive com patentes já registradas por parte da Apple. Assim como aconteceu com outros produtos, a novidade será apresentada apenas quando a marca tiver total certeza de que o celular funcionará bem, e sem dores de cabeça para o usuário.

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Inovação vs praticidade

Realizar mudanças inovadoras em um celular é um processo mais difícil em relação ao que já foi há alguns anos. Em alguns casos, manter as tendências de desenvolvimento pode não ser a alternativa mais prática para os consumidores do iPhone.

Um exemplo é o aumento no tamanho de tela dos smartphones: atualmente não faz sentido aumentar as dimensões de display dos iPhones, pois eles ficariam mais difíceis de operar, e ainda chegariam em um patamar relativamente próximo do iPad Mini.

Um fenômeno semelhante acontece com o conjunto de câmeras: o aumento da quantidade de lentes e qualidade das fotos já foi considerado um diferencial entre cada geração, mas atualmente a implementação de novos sensores extras seria apenas um custo extra para a Apple, sem grandes consequências no que diz respeito à atratividade dos smartphones.

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O investimento em outras áreas

Mesmo que a Apple seja uma marca muito relacionada ao iPhone, não há como negar que a empresa tem dado ênfase a outros produtos também. Além dos seus já tradicionais MacBooks e iPads, outros itens trazem as características inovadoras mais recentes da marca.

É o caso do Apple Vision Pro, o primeiro headset de realidade virtual e aumentada (VR/AR) da marca. Mesmo que não seja o tipo de produto que inaugura uma nova categoria (afinal, outros headsets são vendidos há anos), ele chegou com a ambição de popularizar esse tipo de dispositivo, algo que não aconteceu na última década.

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Outra tendência muito marcante nas estratégias da Apple é o investimento em serviços, que se tornaram mais amplos e diversificados nos últimos anos. Um exemplo disso é a Apple TV Plus, plataforma de streaming apresentada em 2019 com foco em filmes e séries originais — algo que costuma custar bastante caro.

Caso semelhante também é o Apple Pay, que evoluiu de uma mera carteira digital para uma plataforma de serviços financeiros mais qualificados, incluindo o Apple Pay Later que permite o parcelamento de compras no próprio aplicativo.

No mais, outros exemplos também foram o foco de desenvolvimento da Apple nos últimos anos, como o Apple Music (para streaming de músicas), Apple Arcade (com acesso a jogos), Apple Fitness Plus (para exercícios físicos), iCloud (armazenamento em nuvem), entre outros.

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No final das contas, é difícil imaginar que os iPhones — ou os celulares em geral — serão tão inovadores e diferentes quanto já foram um dia. Mesmo assim, as alterações mais pontuais nos aparelhos apresentados anualmente continuam com o potencial de mudar a forma como interagimos com os smartphones, ainda que de forma bem mais sutil.