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Review Moto G30 | Intermediário honesto, mas só no preço certo

Por| Editado por Léo Müller | 21 de Julho de 2021 às 17h00

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

A Motorola expandiu a linha Moto G em 2021, incluindo um modelo muito poderoso e mais completo (Moto G100) e um intermediário poderoso (Moto G60), mas não deixou de trazer celulares mais modestos. O Moto G30 tem a assinatura da linha, com especificações honestas e um pouco além de se espera de um intermediário simples.

Considerando os irmãos mais avançados, este celular não parece impressionar. Além disso, ele possui muitas semelhanças com os Moto G9 Play e Power, e pode acabar preterido na hora de você comprar um novo smartphone. Mas o Moto G30 tem suas particularidades e pode ser uma boa opção dependendo do que você precisa em um celular hoje.

Nos próximos parágrafos, eu explico a proposta do aparelho e lhe ajudo a entender para quem o Moto G30 foi pensado e se ele realmente entrega o que promete. Afinal, no preço certo, qualquer smartphone atual pode ser uma boa opção de compra — tudo depende da necessidade, exigência ou até urgência em comprar um celular.

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Prós

  • Tela de 90 Hz;
  • Hardware decente;
  • Bastante memória RAM e armazenamento;

Contras

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Design e Construção

A traseira do Moto G30 lembra bastante a do Moto G9 Plus, com algumas pequenas diferenças. O módulo de câmeras é bem parecido, encostado na parte superior esquerda, com três câmeras em fila vertical próximas à borda. Ao lado tem um flash LED e, abaixo, o quarto sensor, ambos em tamanho menor que as outras lentes. O leitor de impressão digital fica atrás, um pouco abaixo do conjunto fotográfico.

As dimensões e peso são iguais às especificações do Moto G9 Play, celular com o qual o Moto G30 compartilha muitas características.

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  • Dimensões (A x L x P): 165,2 x 75,7 x 9,1 mm
  • Peso: 200 g

O acabamento é em plástico, com vidro apenas na parte frontal, protegendo a tela. O dispositivo é vendido em duas opções de cores, Dark Prism (preto) ou White Lilac (lilás), ambos com efeitos de cores que mudam a depender da reflexão da luz. Testei o modelo lilás, que pode variar para um cinza clarinho e um tom azulado nas bordas.

O visor ocupa quase toda parte da frente — 82,2% de aproveitamento —, com um recorte em formato de gota para a câmera frontal e bordas pequenas. Todos os botões ficam no lado direito, começando pela tecla do Assistente do Google, diminuir e aumentar volume, e energia, na ordem de cima para baixo. A parte inferior abriga a entrada USB-C, enquanto o conector de fone de ouvido fica na parte superior. A gaveta de chips fica à esquerda, com dois slots, sendo um deles híbrido (cartão de operadora ou micro SD).

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Tela

Com as mesmas dimensões e peso do Moto G9 Play, o G30 traz tela também com a mesma proporção e tamanho diagonal. O display 20:9 tem 6,5 polegadas e também repete a resolução HD+, com 720 x 1600 pixels, densidade de aproximadamente 269 pixels por polegada. A tecnologia também é a mesma, com um painel IPS LCD que entrega cores naturais, com brilho baixo para usar na rua e contraste que fica devendo um pouco.

No geral, é um bom visor para um celular de baixo custo. A ideia do Moto G30 realmente é essa, sendo ele uma espécie de sucessor do Moto G9 Play, apesar de ter chegado apenas seis meses depois. E aí eu repito o que já havia destacado na análise do celular de 2020: o fato de a resolução ser 720p pode ser vantajoso: apesar de entregar menos nitidez e forçar menos o hardware, uma tela assim garante mais fluidez e tempo de uso.

Falando em fluidez, uma diferença para a tela do modelo da nona geração é que o Moto G30 tem taxa de atualização de 90 Hz, que funciona em alguns jogos e ao navegar na internet, redes sociais e vários aplicativos. E isso afeta a duração da bateria, mas você pode optar por uma taxa de 60 Hz, se preferir. A opção padrão é automática, ou seja, o dispositivo muda o conteúdo da tela de acordo com o tipo de app utilizado.

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Configuração e Desempenho

As semelhanças com o Moto G9 Play também podem ser vistas no hardware. O Moto G30 repete a plataforma Snapdragon 662, com 4 GB de memória RAM, mas traz o dobro de espaço de armazenamento, com 128 GB. E ainda é possível expandir com um cartão micro SD, no qual você pode guardar fotos, vídeos e outros arquivos.

Ou seja, em termos de desempenho, podemos esperar a mesma potência dos dois Moto G9 mais baratos, e é mais ou menos isso mesmo que você vai ter. Os resultados nos testes do 3D Mark indicam essa semelhança, mas testes frios assim não costumam espelhar exatamente a experiência que você vai ter, e são apenas um indicativo de até onde o aparelho consegue ir. Abaixo você também pode ver resultados do PC Mark for Android.

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O uso do dia a dia é bastante semelhante ao que eu experimentei com o Moto G9 Play e com o G9 Power. A taxa de atualização da tela realmente dá uma sensação maior de fluidez, mas também causa travamentos com mais frequência do que os outros dois modelos. Pode ficar tranquilo que isso só vai acontecer em um uso muito pesado, como ao trocar de um jogo para um aplicativo e retornar.

Falando em jogos, dá para esperar boa fluidez na maior parte dos títulos disponíveis na Google Play Store. Eu joguei um pouco de COD Mobile e Asphalt 9 e bastante Angry Birds 2, e mesmo os títulos mais pesados entregaram experiência satisfatória. Como sempre, pode ser interessante reduzir a qualidade gráfica para evitar travamentos e engasgos.

“O Moto G30 não fica devendo nada em hardware, mas poderia ter um pouco mais de memória RAM para entregar um pouco mais de vantagem do que os antecessores. Isso também garantiria vida útil maior ao aparelho, que poderia ser usado por mais de dois anos sem dar dor de cabeça ao usuário”.
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O Snapdragon 662 é um System-on-a-chip (SoC), que inclui processador, GPU, modem e vários outros componentes em uma só placa. A plataforma da Qualcomm é fabricada em litografia de 11 nanômetros e possui a GPU Adreno 610, que opera com frequência de até 2.016 MHz. Já o processador tem oito núcleos, com quatro mais potentes a 2,0 GHz e arquitetura Kryo 460 Gold, e quatro mais eficientes de 1,8 GHz e arquitetura Kryo 460 Silver.

Interface e conectividade

O Moto G30 já sai da caixa com o Android 11 e, segundo a Motorola, terá uma atualização de sistema operacional, provavelmente para o Android 12. Isso só deve ocorrer no segundo trimestre de 2022, levando em conta o tempo que a Motorola demorou para liberar Android 11 para os Moto G do ano passado. O dispositivo também receberá updates de segurança até março de 2023.

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A interface da Motorola é bastante limpa, com experiência intuitiva e que garante fluidez ao celular. Entre os recursos incluídos pela fabricante estão os gestos – agitar para ligar a lanterna ou girar o pulso para abrir a câmera e outros — e opções de notificações com a tela apagada e personalização da interface. Quanto a esta última, é possível mudar fontes, ícones e cor do sistema, além do papel de parede, pelo app Moto.

Com relação a conectividade, temos 4G, Wi-Fi dual-band (2,4 GHz e 5 GHz) e Bluetooth 5.0. O smartphone ainda pode espelhar a tela ou transmitir conteúdo para TVs ou monitores via Chromecast e, assim como praticamente qualquer celular moderno, funciona como roteador Wi-Fi.

Câmera

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A câmera é outro aspecto que diferencia o Moto G30 daquele que podemos considerar seu antecessor direto, o Moto G9 Play. O conjunto é quádruplo, com uma principal de 64 MP, uma super grande-angular de 8 MP, uma macro de 2 MP e uma de profundidade de 2 MP. Na frente, as selfies de 13 MP também prometem uma melhoria em relação ao modelo do ano passado.

“No geral, as câmeras do Moto G30 corrigiram o principal problema que eu reparei no G9 Play: a estabilização está bem melhor. Fotos com bastante luz também costumam sair boa independente do sensor utilizado, enquanto a macro pode exigir um pouco de paciência principalmente em ambientes escuros”.

Sensor principal | 64 MP

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Os sensores fotográficos aumentaram, mas as fabricantes costumam incluir tecnologia para juntar alguns pixels para ter um pixel maior, reduzindo ruídos e aumentando a sensibilidade à luz. É o caso da câmera de 64 MP do Moto G30, que une quatro pixels em um, ou seja, gera imagens de 16 MP.

As fotos com boa iluminação saem geralmente muito boas, com cores bastante naturais e equilíbrio de áreas claras e escuras bem razoável. Com pouca luz ainda dá para tirar boas fotos, mas o nível de detalhes cai bastante, e já começam a aparecer algumas “sujeiras” em áreas com muita informação. Isso dificilmente será notado na telinha do celular, e não deve afetar muito seu desempenho de likes nas redes sociais. Também dá para usar o modo noturno, que usa inteligência artificial para transformar vários cliques em uma imagem mais clara e nítida.

Super grande-angular | 8 MP

As fotos tiradas com a ultra wide possuem qualidade bastante próxima à da câmera principal, mas você ganha um campo de visão ampliado. Aqui, é bom ficar de olho ao fotografar objetos muito próximos, para evitar distorções nas bordas — normais em uma câmera do tipo.

A maior desvantagem da super grande-angular para o sensor principal é a abertura da lente, que permite passar consideravelmente menos luz, e portanto entrega fotos com menos detalhes e mais ruídos com pouca iluminação. E o Night Vision (modo noturno) só está disponível para o sensor de 64 MP.

Macro | 2 MP

A câmera macro de 2 MP é mais um sensor para fazer volume do que de fato uma opção a mais para o usuário. É muito difícil conseguir bons cliques com ela, que além de ter pouca definição e abertura pequena, ainda tem distância focal bastante complexa.

Para fazer boas imagens, é necessário muita luz e bastante paciência para acertar a distância para o objeto e registrar detalhes que nosso olho dificilmente enxerga. Quando você consegue, o resultado final pode ser recompensador (veja alguns bons exemplos na galeria de fotos).

Modo retrato e outros recursos

A quarta câmera ajuda o sensor principal a fazer o recorte e desfocar o fundo no modo retrato, além de auxiliar nos modos recorte e cor em destaque. Essas funções poderiam ser desempenhadas pelos outros sensores ou até mesmo com o uso de um algoritmo. Além disso, não funcionam tão bem quanto em celulares mais poderosos, mas dá para o gasto.

Além dos modos já citados, o Moto G30 também faz fotos panorama, insere filtros interativos, cinemagraph (espécie de GIFs movimentados apenas em áreas selecionadas pelo usuário), selfie em grupo, ultra-res (fotos com os 64 MP) e tem modo profissional.

Selfies | 13 MP

As selfies do Moto G30 possuem nível de detalhes bastante rico para um celular intermediário de baixo custo. Com o HDR ligado, a foto fica um pouco esbranquiçada, com tons de cinza mais claro mesmo onde seria quase preto. Com pouca luz também dá para tirar boas fotos, se você souber aproveitar bem a luz disponível.

O modo noturno não parece fazer muita diferença neste sensor. Já o modo retrato tem recorte razoável.

Vídeos

Os vídeos estão limitados à resolução Full HD, também chamada de 1080p. É possível gravar com 60 quadros por segundo na câmera principal inclusive na resolução Full HD+, aproveitando a mesma proporção da tela próxima à de cinema.

A frontal também grava em 1080p, com opção da proporção 16:9 e 20:9. A estabilização é muito boa para uma câmera de selfies de um celular intermediário de baixo custo. Aliás, isso vale para a qualidade geral da gravação, mesmo com pouca luz. Se você quer gravar vídeos para redes sociais, este modelo pode ser uma boa opção barata.

Sistema de Som

Se até o Moto G100 tem áudio mono, não dá para esperar que o G30 traga alto-falantes estéreo. E, realmente, o modelo que já fica mais perto de aparelhos de entrada tem apenas uma saída de som, além do alto-falante de chamadas.

A qualidade do áudio é bem razoável, com foco nos médios e bastante distorção em volumes altos. Ainda há um conector para fones de ouvido na parte superior, e o aparelho também possui Bluetooth 5.0, ou seja, dá para aproveitar headsets e alto-falantes sem fio com boa qualidade de conexão.

Bateria e Carregamento

O Moto G30 também repete a capacidade de carga de bateria do Moto G9 Play, com 5.000 mAh. É um tamanho que tem se tornado comum em celulares intermediários. A Motorola fala em até dois dias de uso normal, e meus testes mostraram que realmente dá para extrair tudo isso do aparelho, mas com algumas ressalvas.

O nosso tradicional teste de reprodução de vídeo na Netflix apontou autonomia estimada de 27 horas. É o mesmo tempo que eu vi no Moto G60 e no Moto G9 Plus, e bem mais do que as 16 horas calculadas pela própria Motorola. Aqui é bom lembrar que o teste é feito com brilho em 50% e que a atualização da tela se ajusta na reprodução de vídeo para a taxa de quadros do conteúdo exibido, geralmente entre 24 fps e 30 fps.

Já o meu teste de uso real deu indícios de que os dois dias longe da tomada são plausíveis. Passei um dia inteiro assistindo a vídeos no YouTube e Netflix, jogando COD Mobile, Angry Birds 2 e Asphalt 9 e navegando na internet, além de tirar várias fotos, e o celular chegou ao final da noite com 53% de carga, e pouco mais de 6 horas de tela. É um uso bem equilibrado, e até um pouco mais pesado do que a média do usuário brasileiro.

Mas é bom ter em mente que falar em autonomia de bateria é sempre uma estimativa. O uso varia de pessoa para pessoa e depende de muitas variantes, que vão desde a potência do sinal de rede móvel — não utilizada em nossos testes, para termos uma comparação melhor entre cada modelo — até brilho da tela e quantidade de apps rodando em segundo plano.

A recarga pode ser um problema, já que o dispositivo vem com adaptador de 20 W de potência. Não é um carregador fraco, mas com a capacidade de 5.000 mAh, você vai esperar uma média de 2,5 horas para ir de 0% até 100%, segundo os meus testes.

Concorrentes Diretos

O Moto G30 é um ótimo celular intermediário barato, mas o preço pode assustar um pouco. Entre as alternativas disponíveis no mercado nacional, você tem o Moto G9 Play, com tela quase idêntica, mesmo hardware — com menos espaço de armazenamento — e câmeras de menor qualidade. Mas pelo preço mais baixo, pode compensar, caso você não tire muitas fotos.

Uma segunda alternativa da própria Motorola é o Moto G9 Power, que tem o mesmo espaço de armazenamento e ainda traz mais bateria. Vai ficar um pouco atrás na qualidade das câmeras, apenas.

O Galaxy A32, da Samsung, já é uma opção com preço semelhante, mas características um pouco mais interessantes. A tela também tem 90 Hz de taxa de atualização e ainda é Super AMOLED, ou seja, cores mais vivas e contraste mais marcante. Também tem um conjunto de câmeras um pouco superior.

Outra opção é o Poco M3, que é mais barato, mas vai ficar devendo a garantia de 12 meses. O celular da submarca da Xiaomi vai ser barato com importadores, que trazem o dispositivo da China para revender por aqui. E é um smartphone com características semelhantes ao Moto G30, porém com mais bateria, de 6.000 mAh.

Conclusão

O Moto G30 é um bom celular intermediário, com especificações honestas. No entanto, não é um aparelho realmente novo. Ele herda o hardware e a bateria o Moto G9 Play, além da tela ser quase a mesma, mas com taxa de atualização um pouco maior, de 90 Hz. As boas notícias são o dobro do espaço de armazenamento e as câmeras, com estabilização melhor para não entregar imagens tremidas.

A proposta dele é oferecer um conjunto bacana a preço não muito alto, e provavelmente vai atrair muito mais aquele usuário que ficou sem smartphone e precisa de um novo sem gastar muito. Fazer um upgrade de um dos Moto G de oitava ou nona geração não vale muito a pena — a menos que você tenha o G8 Play ou G8 Power Lite.

O preço de lançamento do Moto G30 é de R$ 1.799, bastante salgado para o que ele entrega. Mas já dá para encontrar por menos de R$ 1.400, e aí já é um valor razoável considerando que, diferente dos Moto G9 Play e Power, ele deve receber pelo menos o Android 12.

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