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Crítica What If? | Série funciona bem melhor em sua segunda temporada

Por  • Editado por  Durval Ramos  | 

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Reprodução/Marvel Studios
Reprodução/Marvel Studios
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A ideia de uma animação que mostra versões alternativas de histórias do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) sempre pareceu muito interessante, vide que se baseava em um conceito comprovadamente eficaz dos quadrinhos. What If? já tinha rendido várias tramas intrigantes nas HQs e, quando a primeira temporada de sua versão em animação foi anunciada, era impossível não se empolgar.

Só que, quando a série estreou na Disney+, uma vontade de simplesmente recriar momentos dos filmes com personagens diferentes pareceu pouco criativo. Os episódios que tentavam explorar um pouco mais as possibilidades que o conceito trazia não eram necessariamente ruins, mas parece que faltava algo ali.

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Com a estreia da segunda temporada de What If?, que traz episódios diários até o final de 2023, é possível notar uma melhora considerável nas tramas, ainda que alguns episódios tropecem feio em contar pelo menos uma história legal.

Um multiverso de possibilidades

Em nove episódios, a segunda temporada de What If? consegue abordar vários cantos do MCU, misturando filmes, personagens e explorando diferentes facetas deles em histórias que parecem familiares, mas se mostram bem diferentes. Talvez a melhor coisa dessa temporada é exatamente trabalhar em cima de figuras que não têm tanto espaço nos longas ou que serviam a um propósito específico e, por conta disso, acabavam sendo pouco desenvolvidos.

Se a primeira temporada tinha episódios que beiravam o ridículo (Thor festeiro merecia ser espancado em alguma história), as novas histórias são bem mais agradáveis. Quer dizer, quase todas.

O quarto episódio, que mostra o que teria acontecido se o Homem de Ferro não conseguisse voltar para Terra depois de explodir a bomba do final do primeiro filme dos Vingadores é o mais fraco de toda a temporada. E faz todo o sentido, já que ele fazia parte da primeira parte de What If?, mas acabou sendo jogado para o segundo ano por causa dos atrasos na produção. E é nítido o quanto ele destoa do tom dos demais.

Enquanto os novos episódios parecem entender bem melhor o conceito do seriado, esse episódio traz os mesmos problemas de antes, com um humor extremamente forçado, situações que não fazem sentido e um Tony Stark que chega a ser irritante. O personagem aparece novamente em outros episódios, mas é possível perceber que ele está muito mais próximo do que se espera dele, em vez de uma versão que aumenta todos as suas piores características.

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É Natal, mas só um pouco

Boa parte do marketing da segunda temporada de What If? girou em torno do seu lançamento na época de festas natalinas, o que poderia parecer que todos os episódios trariam um pouco dessa temática. Felizmente, apenas um deles, que ainda opera como uma homenagem ao filme Duro de Matar, é uma história de Natal, enquanto o resto explora diferentes ideias para o MCU.

Inclusive, ainda comentando o episódio de Natal, ele tem alguns momentos que me deixaram impressionado por serem bastante violentos. Não é uma violência contra seres vivos, as vítimas são robôs, mas o negócio é feito para mostrar exatamente um massacre de autômatos que é impressionante.

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Uma nova heroína para o MCU

What If? faz algo bem legal ao introduzir uma nova personagem no Universo Marvel na forma de Kahhori, uma jovem moicana que ganha seus poderes após contato com o Tesseract. Todo o episódio em torno da nova heroína se passa antes da chegada de colonizadores espanhóis e é falado na língua nativa.

O Marvel Studios teve ajuda de membros da nação moicana na produção do episódio, que acaba sendo um dos mais legais da temporada exatamente porque aproveita o universo Marvel para contar uma história que não é uma simples mistura de elementos que já vimos anteriormente. Ele é justamente aquilo que a gente sempre quis ver em What If?.

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Ainda não dá pra saber como será a aceitação de Kahhori e se um dia a veremos também em uma versão live action, mas no pouco que aparece, é possível ficar bem interessado em sua história e em como ela pode ser desenvolvida no futuro.

O retorno dos Guardiões do Multiverso

A primeira temporada de What If? focou bastante em contar histórias de personagens que eventualmente foram reunidos por Uatu, o Vigia, para proteger o Multiverso. Esses Guardiões do Multiverso fizeram o seu trabalho, mas os novos episódios ainda focam bastante neles.

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Uatu chega a brincar na sua narração que não gosta de sequências, mas precisava mostrar mais da Capitã Carter, novamente dublada por Hayley Atwell, em uma história que é basicamente o seu Capitão América: O Soldado Invernal. Carter ainda retorna em mais episódios, sendo um deles aquele que considero o melhor da temporada, que se passa em 1602.

É uma linha de história que não precisava mais ser seguida para a série fazer sentido. What If? poderia tranquilamente funcionar como uma série de antologia, com histórias que não se conectam e estaria tudo bem. Só que o Marvel Studios quer juntar tudo de alguma forma e, apesar de isso funcionar em alguns pontos, parece contraprodutivo frente o próprio conceito da série.

E o retorno de quase todo mundo para brincar

Uma coisa que é bem impressionante na segunda temporada de What If? é a quantidade de atores de renome que retornaram para dublar seus personagens do MCU. Boa parte dos Vingadores está ali, emprestando suas vozes para os heróis. Temos Tessa Thompson como Valquíria, Taika Waititi como Korg. Tem um episódio com o Michael Douglas e Lawrence Fishburne.

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A participação que mais chamou a atenção foi a da ganhadora do Oscar Cate Blanchett, que retorna em dos melhores episódios da série para dar voz à Hela, a filha de Odin. Assistir aos episódios com o áudio em inglês é realmente sair identificando o retorno dos atores, o que dá um tom especial às histórias. 

Marvel consegue fechar bem 2023

O Marvel Studios não teve um ano muito fácil. Tirando a estreia de Guardiões da Galáxia 3 e a segunda temporada de Loki, o estúdio teve um lançamento bastante criticado com Quantumania, um fracasso nas bilheterias em As Marvels, fora os diversos problemas nos bastidores envolvendo o julgamento de Jonathan Majors.

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Apesar de não ser uma série perfeita, What If? mostra uma evolução sensível na qualidade em relação à primeira temporada, entregando boas histórias e lembrando que o MCU pode ser bem divertido.

What If? estreia dia 22 de dezembro na Disney+, com episódios diários até o dia 30.