Crítica As Marvels | Trio principal salva filme da mesmice do MCU
Por André Mello • Editado por Durval Ramos |

É inegável que a Marvel passa por um período um pouco complicado com suas produções para o cinema e TV. Apesar de algumas darem muito certo, outras falham miseravelmente e sempre trazem à tona a questão se o público está cansado de adaptações de super-heróis.
A impressão que dá é que existia esse desejo de fazer um filme um pouco mais provocativo, que explorava melhor esses pontos, mas alguém (possivelmente de boné) entrou no caminho e pediu para deixar tudo leve e simples.
Funciona, mas perde a oportunidade de ser muito mais do que é.
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O marketing de As Marvels foi ruim. Isso é inegável e chegamos a questionar os motivos por trás dessa aparente desconfiança da Marvel em tentar vender o filme para o público. Obviamente, existem partes da internet que reclamariam da produção antes de ver um frame sequer, algo que de fato começou quando o filme foi anunciado.
Porém, tudo foi muito estranho, parecendo que o próprio estúdio não estava botando fé no filme. O resultado final está longe de ser ruim e, quando comparado com Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, filme que recebeu vários trailers, pôsteres e afins, é uma obra-prima.
As Marvels tem um clima mais leve e, em alguns momentos, diria até propositalmente bobo, evocando um tom bem "gibi" mesmo. Existe toda uma parte do filme que certamente será criticada por muitos, por basicamente ter o seu momento "musical da Marvel", mas funciona pela interação das personagens.
O mais interessante é que todo esse receio em divulgar o filme e todas essas críticas sem antes mesmo da estreia chegam na produção que entrega exatamente algo que há anos todos querem ver nos filmes da Marvel. O estúdio até apertou o botão do pânico dias antes da estreia do filme para tentar puxar o público usando isso, mas aí a informação já tinha vazado na internet.
Não deixa de ser engraçado que um dos filmes que boa parte do público não estava tão confiante seja o escolhido para começar algo que praticamente todo mundo quer ver.
No fim das contas, As Marvels é um filme que, em boa parte, vale mesmo por conta do seu trio principal. Brie Larson finalmente parece estar mais à vontade no papel de Carol Danvers, Teyonah Parris se desenvolve mais como Monica Rambeau, e Iman Vellani recebe toda a nossa atenção e cuidado pois merece todo o MCU para ela.
Sua história não é a mais revolucionária da franquia da Marvel, mas consegue ser uma boa diversão bobinha para quem quer matar umas horas dentro de uma sala de cinema. É a fórmula Marvel em sua melhor forma — o que não víamos há algum tempo.
As Marvels está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil.