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Tudo o que sabemos sobre a vacina da gripe

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Outubro de 2022 às 14h30

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Twenty20photos/Envato Elements
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Para a prevenção da gripe (influenza), as pessoas precisam tomar uma nova dose da vacina todos os anos. O que pouca gente sabe é que a fórmula é refeita anualmente e este processo envolve a Organização Mundial da Saúde (OMS), responsável por definir contra quais cepas do vírus o imunizante irá imunizar. Aparentemente, este também deve ser o caminho da próxima geração de vacinas contra a covid-19.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) aplica, de forma gratuita, doses da vacina trivalente — que imuniza contra três cepas da gripe. A produção e o desenvolvimento desse imunizante são normalmente feitos pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e cerca de 80 milhões de doses são fabricadas por ano. Apesar da campanha de imunização já ser tradicional e aguardada por muitos brasileiros, existem inúmeras dúvidas sobre a fórmula e quem pode recebê-la.

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A seguir, o Canaltech respondeu as principais questões envolvendo a vacina da gripe, a partir da bula da versão trivalente do Butantan e da última nota técnica sobre a imunização, elaborada pela Sociedade Brasileira Imunizações (SBIm):

Quem é o grupo prioritário da vacina da gripe no Brasil?

Quando o assunto é a vacinação da gripe no SUS, existem grupos que são considerados prioritários. Isso porque têm mais riscos de contrair o vírus influenza e, em alguns casos, a possibilidade de complicações, como pneumonias e óbitos, é significativamente mais alta.

Pensando nisso, o Ministério da Saúde estabelece a seguinte lista de grupos prioritários para a vacina da gripe no Brasil:

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  • Pessoas com 60 anos ou mais;
  • Profissionais da área da saúde;
  • Crianças de 6 meses a menores de 5 anos;
  • Gestantes e puérperas;
  • Povos indígenas;
  • Professores;
  • Pacientes com comorbidades;
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Forças de segurança e salvamento e Forças Armadas;
  • Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso;
  • Trabalhadores portuários;
  • Funcionários do sistema prisional;
  • Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos, sob medidas socioeducativas;
  • População privada de liberdade.

Após o período oficial da campanha de vacinação, é relativamente comum que sobrem algumas doses da vacina da gripe. Nesses casos, as doses restantes podem ser aplicadas em todos os indivíduos que buscarem os postos de vacinação. Neste ano, isso ocorreu em alguns estados.

Grávidas podem receber a vacina da gripe no SUS?

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Por conta da gravidez, algumas vacinas não são recomendadas para gestantes, mas este não é o caso da vacina da gripe distribuída no SUS. Inclusive, as grávidas "constituem grupo prioritário para a vacinação pelo maior risco de desenvolverem complicações, pela transferência de anticorpos ao bebê e devido à importância de prevenir a transmissão da gripe da mãe para o bebê nos primeiros meses de vida", explica a SBIm.

Quem tem alergia a ovo pode ser imunizado?

Antes de responder a esta pergunta, vale explicar como é feita a vacina da gripe. O imunizante é produzido a partir da inoculação do vírus em ovos embrionados de galinhas. Após o período de incubação, o líquido que envolve o embrião é colhido e passa por diferentes processos, como centrifugação e filtragem. Este composto também é fragmentado e inativado, o que causa a "morte" do agente infeccioso.

No final, os produtores têm uma fórmula que imuniza especificamente contra uma cepa e, posteriormente, esta será agregado com outras duas fórmulas, o que resulta na versão trivalente. No caso da quadrivalente, são quatro fórmulas agrupadas numa única dose.

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Após saber sobre o processo, refazemos a pergunta: pessoas com alergia a ovo podem ser imunizadas? "Sim. Reações alérgicas a ovo, mesmo quando graves, como a anafilaxia [reação alérgica intensa], não são mais consideradas contraindicação nem precaução para o uso da vacina Influenza. Em geral, essas pessoas não apresentaram eventos alérgicos ao serem vacinadas", orienta a SBIm.

Esta é a mesma orientação do Ministério da Saúde?

No Informe Técnico da 24ª Campanha Nacional de Vacinação Contra Influenza, o Programa Nacional de Imunização (PNI) mantém a precaução em casos de anafilaxia após ingestão de ovo. Por isso, quando a pessoa vai tomá-la pela primeira vez deve fazer isso, preferencialmente, com supervisão médica e em um ambiente adequado para o possível tratamento.

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Na bula do Butantan, consta apenas a importância do paciente avisar aos responsáveis de que se tem alergia ao ovo ou à proteína de galinha.

Quem não pode tomar a vacina da gripe?

Atualmente, a principal contraindicação para a vacinação contra a gripe é para pessoas com alergia a algum composto da fórmula. Neste caso, o Butantan destaca as seguintes substâncias:

  • Timerosal (conservante);
  • Neomicina ou a antibióticos da mesma classe;
  • Formaldeído;
  • Triton-X-100 (octoxinol 9).
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Quais são os principais efeitos colaterais da vacina contra influenza?

De acordo com a bula do Butantan, os efeitos colaterais mais comuns após a imunização são:

  • Dor de cabeça;
  • Dor muscular;
  • Mal-estar;
  • Perda de força (astenia);
  • Vermelhidão e dor no local da aplicação;
  • Suor excessivo;
  • Dor nas articulações;
  • Febre.
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Em casos mais raros, a vacina da gripe também foi associada com quadros de trombocitopenia transitória — diminuição temporária da quantidade de plaquetas —, linfadenopatia transitória — inchaço temporário das glândulas no pescoço, axilas ou virilha — e síndrome de Guillain-Barré — doença rara que acomete os nervos.

"Em caso de sintomas não esperados (febre muito alta, reação exagerada, irritabilidade extrema, sinais de dor abdominal, recusa alimentar, sangue nas fezes, entre outros), é recomendado procurar imediatamente atendimento médico ou serviço de emergência para que sejam descartadas outras causas, pois, em princípio, não são relacionados à vacina Influenza", orienta a SBIm.

Além da vacina do SUS, existe outro imunizante?

Até 2014, as vacinas da gripe aplicadas no Brasil eram todas trivalentes. As primeiras fórmulas quadrivalentes foram licenciadas pela inciativa privada em 2015. Atualmente, os brasileiros podem se imunizar com a versão trivalente do imunizante, disponível no SUS, ou adquirir a quadrivalente junto à iniciativa privada. Ambas são inativadas e usam a mesma tecnologia de produção.

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O que tem na vacina da gripe?

A gripe pode ser provocada por diferentes tipos de vírus Influenza, sendo o A e o B os mais relevantes para humanos. Em especial, o vírus Influenza A é classificado em diversos subtipos, com ênfase para o H1N1 e H3N2. Já o Influenza B possui duas linhagens: Victoria e Yamagata.

Pensando nisso, uma fórmula quadrivalente contém um tipo de cada um desses vírus. Para ser mais específico, são as cepas que mais circularam e foram definidas pela OMS, como explicamos no começo da matéria. No Brasil, a fórmula distribuída no SUS excluí o vírus Influenza B da linhagem Yamagata, que não é tão comum no país. No futuro, o Butantan deve produzir a versão mais completa do imunizante também e, para isso, testes já estão em andamento.

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Fonte: Instituto Butantan SBIm