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Anafilaxia: entenda o efeito colateral que pode surgir com a vacina da Pfizer

Por| Editado por Jones Oliveira | 11 de Março de 2021 às 17h20

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Karolina Grabowska/Pexels
Karolina Grabowska/Pexels

Você já ouviu falar de anafilaxia? Trata-se de uma reação alérgica intensa, com sintomas que incluem irritação na pele, náuseas, vômitos, dificuldade respiratória e choque hemorrágico. Muitas pessoas relataram esse efeito colateral depois de tomar a vacina da Pfizer/BioNtech contra a COVID-19, e os cientistas perceberam que é mais comum do que se pensava.

No Japão, as pessoas que receberam a vacina  parecem ter sofrido essa reação em uma taxa maior do que nos Estados Unidos e na Europa, segundo o próprio ministro encarregado da campanha de vacinação no Japão, Taro Kono. Ele disse a um comitê parlamentar que entre 107.558 profissionais de saúde que foram vacinados, 17 tiveram casos de anafilaxia.

A taxa se compara a cinco casos em cada 1 milhão de doses administradas nos Estados Unidos e 20 casos por milhão na Grã-Bretanha, embora o Japão esteja mais atrasado em seu lançamento de vacinas e possa mudar essa proporção à medida que mais pessoas recebem o imunizante.

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Com a possibilidade de reação alérgica e outros efeitos colaterais à vista, as pessoas que tomam a vacina contra COVID-19 desenvolvida pela Pfizer e BioNTech estão sendo orientadas a permanecer no local por pelo menos 15 minutos. De acordo com o Ministério da Saúde do Japão, os sintomas experimentados cinco a 30 minutos depois de receber a injeção incluem dor de garganta, urticária e dificuldade para respirar, mas todos se recuperaram após receber tratamento.

Em resposta a esse número de casos, a ministra da Saúde do Japão, Norihisa Tamura, disse que um painel do ministério planeja revisar o assunto na próxima sexta-feira (12), investigando se os sintomas relatados no país são tão graves quanto os do exterior.

 Vacina da Pfizer e Anafilaxia

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Enquanto isso, um estudo norte-americano publicado no último dia 8 apontou uma em cada 4 mil pessoas experimentou anafilaxia após receber as vacinas fabricadas pela Pfizer ou Moderna, ainda que com uma recuperação rápida. No entanto, segundo os pesquisadores, mesmo com essas novas estatísticas, as chances de alguém ter a reação permanecem extremamente baixas.

No estudo, os pesquisadores analisaram 64.900 profissionais de saúde. 40% deles receberam a vacina da Pfizer e 60% receberam o imunizante da Moderna. Reações alérgicas agudas foram relatadas por 2% deles. 16 pessoas tiveram anafilaxia. Dessas 16, nove foram tratadas com epinefrina (EpiPen) e três que tinham histórico de anafilaxia optaram por não procurar atendimento. Apenas uma pessoa foi admitida em terapia intensiva. No fim, todos se recuperaram.

As reações anafiláticas começaram em média 17 minutos após a administração da injeção. A idade média dos envolvidos era de 41 anos e 15 das 16 pessoas eram mulheres. 63% tinham histórico de alergia e 31% de anafilaxia. No entanto, vale perceber que as reações graves foram cerca de 22 vezes mais altas do que o relatório do CDC, o órgão de saúde dos EUA. “Reações graves consistentes com anafilaxia ocorreram a uma taxa de 2,47 por 10.000 vacinações”, escreveram os autores do estudo. Isso é cerca de 22 vezes a taxa relatada pelo CDC em janeiro.

"A taxa de incidência de anafilaxia confirmada neste estudo é maior do que a relatada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças. No entanto, o risco geral de anafilaxia para uma vacina de mRNA COVID-19 permanece extremamente baixo e amplamente comparável a outras exposições de cuidados de saúde comuns", afirmou o estudo. 

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"Dado que aproximadamente 5% dos adultos têm históricos graves de alergia alimentar e 1% dos adultos têm históricos graves de alergia a medicamentos, o coorte do estudo norte-americano provavelmente incluiu cerca de 4.000 indivíduos com histórico de alergia alimentar ou medicamentosa que foram vacinados com segurança", o artigo científico ainda cita.

Kelly Blumenthal, imunologista que liderou o estudo, disse que o CDC se baseou em relatórios de pessoas que receberam a vacina, enquanto sua equipe estudou um grupo específico e teve acesso a todos os seus dados. "Às vezes, faltam informações importantes nos relatórios ou nos registros", escreveu. Ela também alegou que os dados não são motivo para se assustar. "São ótimas vacinas e todos com anafilaxia se recuperaram", afirmou.

Fonte: The Japan Times, ETNT Health