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Surto de dengue no Brasil deve piorar em 2024

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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 Mohamed Nuzrath/Pixabay
Mohamed Nuzrath/Pixabay

Uma previsão da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) estima que o surto de dengue no Brasil deve piorar em 2024. Os especialistas ainda alertam para a ameaça de uma epidemia causada pelo sorotipo 3 — a presença de múltiplos sorotipos é justamente uma das razões pelas quais a dengue pode se manifestar de forma mais grave em algumas pessoas.

Sob a ótica do presidente da SBMT, Júlio Croda, o El Niño (um fenômeno natural caracterizado pelo aumento contínuo na temperatura do Oceano Pacífico Equatorial) e o aumento da temperatura global vão impactar no vetor.

O especialista diz que o verão — período epidêmico da doença — será "bastante complicado", uma vez que poderemos ter mais casos e óbitos do que tivemos ano passado.

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A recomendação da SBMT é um plano de contingência voltado aos estados e municípios para 2024, para treinar profissionais de saúde para o atendimento a casos graves de dengue, ofertar locais para hidratação, atendimento e de organizar os fluxos de internação no período epidêmico.

Levando em consideração que no Sul do país os serviços de saúde não estão acostumados com esses casos, a medida é necessária principalmente nessa região, já que houve uma expansão do vetor, da sua área geográfica e da expansão da doença.

Dengue no Brasil

O Brasil atualmente enfrenta uma onda de casos da arbovirose. No início deste ano, os estados Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Tocantins se depararam com epidemias da doença. Até o mês de março, o surto provocou mais de 300 mil casos.

Justamente pensando nisso, o Ministério da Saúde instalou um Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses), responsável por monitorar os surtos de dengue no Brasil, além de chikungunya e zika.

Neste mês de outubro, o Brasil viu a chegada de uma espécie prima do mosquito Aedes aegypti, chamada Aedes albopictus ou mosquito-tigre-asiático, que também transmite a dengue e outras doenças relacionadas — dengue, zika e chikungunya. Essa espécie recém-chegada é mais resistente a temperaturas altas e baixas, e voa em bando.

Justamente com essa luta em vista, o Amazonas passou a instalar 1,2 mil armadilhas contra o mosquito Aedes aegypti. A ideia é ajudar a deter o surto que se apodera da cidade, uma vez que a doença chegou a matar 9 pessoas neste ano. As armadilhas são confeccionadas com um recipiente de plástico, um pedaço de pano, água e 5g do pesticida Pyriproxyfen.

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Luta contra a dengue

No último mês de outubro, vimos que o primeiro remédio contra a dengue (JNJ-1802) pode se tornar realidade nos próximos anos. A fórmula do antiviral é desenvolvida por cientistas da Janssen — a divisão farmacêutica da Johnson e Johnson.

Em junho, também tivemos a chegada da Qdenga, nova vacina contra a dengue, aplicada a princípio pela rede privada. A fórmula da empresa Takeda Pharma Ltda é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença.

Fonte: Folha de S. Paulo, Fiocruz