Qdenga: vacina da dengue chega ao Brasil
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Na última segunda-feira (26), a nova vacina contra a dengue chegou ao Brasil. Por enquanto, a intitulada Qdenga é aplicada apenas pela rede privada, o que significa que ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Por enquanto, não há uma data para a sua chegada à rede pública.
De acordo com informações da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), o imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março, por conferir ampla proteção contra a dengue: a eficácia contra a dengue para quem não teve infecção anterior pelo vírus foi de 66,2%. Já para indivíduos que tiveram infecção anteriormente foi de 76,1%.
Na prática, a fórmula da empresa Takeda Pharma Ltda é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença. Já a Tecnocold Vacinas, distribuidora especializada em vacinas, que faz parte do ecossistema Viveo, é uma das empresas que farão a distribuição da vacina.
“Como ecossistema, estamos sempre em busca de inovação para o setor. Por isso, cada vez mais investimos em imunização. Nós iniciamos a distribuição da primeira vacina contra a Dengue e agora, temos uma nova vacina. Fazemos parte dessa trajetória e queremos participar da diminuição e controle da dengue”, afirma o Head da Tecnocold Vacinas, André Almeida.
Quanto vai custar a vacina da dengue?
A vacina da dengue deve custar entre R$ 350 e R$ 500, dependendo do estado, segundo nota da ABCVAC. Em São Paulo, por exemplo, o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) autorizado pela Anvisa para as clínicas é R$ 379,40.
“As clínicas devem utilizar esse parâmetro na composição da sua precificação final, que também inclui o atendimento, a triagem, a análise da caderneta de vacinação, as orientações pré e pós-vacina, além de todo o suporte que os pacientes necessitam para se informar corretamente sobre a questão da vacinação”, aponta a ABCVAC.
Quem pode tomar a vacina contra a dengue?
A Anvisa diz que a vacina é indicada para crianças acima de 4 anos, adolescentes e adultos até 60 anos, diferente do imunizante aprovado anteriormente, Dengvaxia, que só pode ser utilizado por quem já teve dengue.
Vale acrescentar que a nova vacina é administrada via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.
Existe tratamento para dengue?
Segundo Amanda Alecrim, médica, representante regional da Sociedade Brasileira de Imunizações, a dengue é uma doença infecciosa, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, e é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil, causando grande impacto na saúde coletiva.
"Não existem remédios para o tratamento da doença, só podemos controlar o vetor com as medidas sanitárias, e agora podemos contar com uma forte e eficaz ferramenta na proteção contra esta virose, uma vacina que protegerá contra os 4 sorotipos da dengue, que poderá ser utilizada tanto para quem já teve a doença e por quem ainda não teve contato com o vírus”, explica a médica.
A especialista reitera que os principais sintomas da dengue são semelhantes aos de outras doenças virais, eles incluem: a febre alta de início abrupto, que pode ser acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, fraqueza e dor atrás dos olhos. "É importante lembrar que é uma doença que pode evoluir com gravidade precisando ter atenção a sinais de alerta como dor abdominal, vômitos persistentes, sangramento de mucosas e sonolência”, conclui. Amanda alerta que para tomar a vacina, é necessário prescrição médica.
Fonte: Agência Brasil