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Amazonas instala armadilhas contra dengue para deter surto

Por| Editado por Luciana Zaramela | 30 de Outubro de 2023 às 15h34

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Wikilmages/Pixabay
Wikilmages/Pixabay

A partir desta segunda-feira (30), a prefeitura de Manaus, no Amazonas, vai passar a instalar 1,2 mil armadilhas contra o mosquito Aedes aegypti, o mosquito da dengue. A ideia é ajudar a deter o surto que se apodera da cidade, uma vez que a doença chegou a matar 9 pessoas neste ano.

A estratégia acontece por iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). Essas armadilhas — Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) — devem ser instaladas principalmente no bairro Compensa, onde há o principal risco de infestação atualmente.

Essas EDLs utilizam tecnologia de baixo custo e são recomendadas pelo próprio Ministério da Saúde para o enfrentamento de arboviroses no país.

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Segundo a própria equipe, a técnica foi desenvolvida como forma de preparação do município para o período de alta transmissão de dengue, zika e chikungunya.

Como funcionam as armadilhas contra dengue

As armadilhas são confeccionadas utilizando um recipiente de plástico, um pedaço de pano, água e 5g do pesticida Pyriproxyfen. O pesticida, originalmente em pó, é diluído em água até formar uma massa que possa ser distribuída com um pincel. Depois disso, a massa é espalhada de forma homogênea sobre o pano, que está preso ao redor do recipiente com água.

A Fiocruz explica que essas estações são instrumentos que facilitam a disseminação de larvicida pelos próprios mosquitos, entre locais tratados com o larvicida e criadouros não tratados.

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Segundo a instituição, quando um mosquito adulto pousa na superfície da armadilha, partículas do larvicida se aderem às pernas e o corpo do mosquito. "Como as fêmeas de Aedes preferem visitar muitos criadouros para colocar poucos ovos em cada um, disseminam o larvicida para esses criadouros, que viram armadilhas letais para os mosquitos imaturos", diz a equipe da Fiocruz, em comunicado.

Como fazer armadilhas para o mosquito da dengue

A própria Fiocruz ensina a fazer as armadilhas para capturar os mosquitos Aedes aegypti em casa. Abaixo, veja os materiais necessários e como montar a sua:

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"Essa técnica, além de eficiente, não necessita de grandes investimentos, pois os materiais para a montagem de uma Estação Disseminadora de Larvicida são de baixo custo e fácil aquisição, tanto com os materiais necessários para a montagem, impregnação, instalação e manutenção das EDL’s", a equipe acrescenta.

Surto de dengue no Amazonas

Segundo o Ministério da Saúde, apenas entre janeiro e abril de 2023, o estado do Amazonas chegou a registrar mais de 3 mil casos de dengue.

Se considerarmos do início do ano até a última sexta-feira (27), foram 14.427 casos de dengue no estado em questão. Nesse último caso, as informações são da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM).

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No mesmo período, foram registradas 9 mortes pela doença. Só nos últimos 30 dias, foram notificados 760 casos da doença.

Dengue no Brasil

Mas a luta vai muito além do Amazonas: o Brasil inteiro se vê diante de uma onda de casos da arbovirose. No início deste ano, os estados Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Tocantins enfrentaram epidemias da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Até o mês de março, o surto provocou mais de 300 mil casos.

Justamente pensando nisso, o Ministério da Saúde instalou um Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses), responsável por monitorar os surtos de dengue no Brasil, além de chikungunya e zika.

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Neste mês de outubro, o Brasil se deprou com a chegada de uma espécie prima do mosquito Aedes aegypti — chamada Aedes albopictus ou mosquito-tigre-asiático — que também transmite a dengue e outras doenças relacionadas. Essa espécie recém-chegada é mais resistente a temperaturas altas e baixas, e voa em bando.

Fonte: Fiocruz (1, 2), G1, Ministério da Saúde