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Prêmio Nobel vai para responsáveis pelas vacinas de mRNA contra covid

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Outubro de 2023 às 09h16

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Niklas Elmehed/Nobel Priz
Niklas Elmehed/Nobel Priz

Na segunda-feira (2), a bioquímica húngara Katalin Karikó e o médico estadunidense Drew Weissman receberam o Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina de 2023. Ambos os cientistas atuaram no desenvolvimento das vacinas de mRNA (RNA mensageiro) — durante a pandemia de covid-19, foi esta tecnologia que permitiu a fabricação dos primeiros imunizantes contra a doença e salvou milhões de vidas.

"As descobertas dos dois laureados com o Nobel foram fundamentais para o desenvolvimento de vacinas de mRNA eficazes contra covid-19 durante a pandemia, que começou no início de 2020", afirma a organização do Prêmio Nobel, em nota. Isso porque a tecnologia que desenvolveram viabilizou a produção das vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

Por esta contribuição para a humanidade, os dois cientistas recebem o prêmio e 11 milhões de coroas suecas — aproximadamente 5 milhões de reais. Hoje, Karikó é vice-presidente da BioNTech, e Weissman atua como diretor do Penn Institute for RNA Innovations. Vale dizer que, em 2021, a mesma dupla ganhou o Breakthrough Prize.

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Como o mRNA pode ser usado em prol da saúde?

Há anos, a premiação reconhece a importância das vacinas para o desenvolvimento da humanidade. Tanto é que, em 1951, o Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina foi concedido a Max Theiler pela criação da vacina contra a febre amarela. Neste caso, o cientista usou um vírus vivo, mas atenuado (enfraquecido), para desencadear a proteção imunológica contra a doença.

Passados 70 anos, a dupla de cientistas Karikó e Weissman usam uma tecnologia completamente diferente para estimular a imunidade. Spoiler: não é mais preciso usar o coronavírus SARS-CoV-2, o vírus da covid-19, e nem mesmo um de seus fragmentos para produzir este tipo de imunizante com mRNA.

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Para além da covid-19, o mesmo mecanismo já é replicado em outros tipos de imunizantes, como a vacina de mRNA contra o vírus sincicial respiratório (VRS), que devem chegar, em breve, no mercado. Fórmulas contra o câncer também são testadas. Em comum, essa nova leva de vacinas de mRNA usam a biologia molecular a seu favor para induzir a imunidade contra um patógeno.

Como são as vacinas de mRNA?

No organismo, é o DNA que contém as informações genéticas humanas mais fundamentais. Só que, quando o DNA precisa enviar algum comando a células, ele usa um mRNA, como se fosse uma “receita de bolo”. Isso porque o mRNA induz o corpo a fabricar uma proteína específica relacionada àquele comando inicial, o que tem diferentes implicações para o corpo.

No caso das vacinas contra a covid-19, o mRNA presente nas fórmulas induz a produção da proteína S (spike), presente na membrana viral do coronavírus. Quando o sistema imunológico entra em contato com esse fragmento recentemente fabricado, ele gera uma resposta imunológica e aprende a se proteger contra o agente infeccioso. No futuro, se a pessoa entrar em contato com o vírus, ela terá proteções, reduzindo significativamente o risco de complicações.

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Entender esse processo é simples, mas, por muitos anos, foi um mistério. Desde os anos 1980, já se conhece a capacidade do mRNA em produzir proteínas. A questão é que essas instruções genéticas eram taxadas como instáveis e provocavam reações inflamatórias no organismo, o que impedia o uso em vacinas.

Apesar das limitações técnicas, Karikó e, mais tarde, Weissman seguiam apostando na potencial tecnologia, desde os anos 1990. Com a pandemia da covid-19, a tecnologia — que já estava em testes, podendo chegar ao mercado em 2025 — foi acelerada. Isso permitiu o desenvolvimento das vacinas contra a covid-19 em tempo recorde.

Vencedores do Prêmio Nobel 2023

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Na semana da premiação, o Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina é o primeiro de seis a ser anunciado. Nesta terça (3), será a vez do público conhecer o vencedor do Nobel de Física. Em seguida, serão conhecidos os vencedores do prêmio nas categorias Química (4), Literatura (5), Paz (6) e Economia (9).

Vale mencionar que, no ano passado, o Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina foi concedido ao pesquisador sueco Svante Pääbo, que desvendou e sequenciou o genoma de hominídeos extintos.

Fonte: Prêmio Nobel