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Vacinas evitaram quase 20 milhões de mortes por covid no mundo em um ano

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Dante Doria/ Pixabay
Dante Doria/ Pixabay

Desde a chegada das primeiras doses da vacina contra a covid-19 no Brasil, viralizaram fotos nas filas dos postos de vacinação e o uso da hashtag Vacinas Salvam Vidas nas redes sociais. De acordo com um recente estudo britânico, a frase nunca fez tanto sentido. Apenas em 2021, 19,8 milhões de mortes foram evitadas pelo uso de imunizantes do coronavírus SARS-CoV-2 em todo o mundo.

Publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases, o estudo sobre o impacto da vacinação e as mortes evitadas na pandemia foi desenvolvido por pesquisadores do Imperial College London, no Reino Unido. Foram coletados dados de 185 países, entre os dias 8 de dezembro de 2020 e 8 de dezembro de 2021.

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Quantas mortes foram evitadas pela vacina da covid?

"Avaliamos o impacto do primeiro ano da vacinação contra a covid-19, revelando como as vacinações reduziram, para mais da metade, o número potencial de mortes globais devido à covid-19, com uma estimativa de 19,8 milhões de mortes para a covid-19 evitadas", afirmam os autores do estudo.

Sem os imunizantes, o número de mortos em um ano teria sido de 31,4 milhões, mas as campanhas de imunização globais conseguiram reduzir esta previsão em 63%, segundo os pesquisadores. Para chegar a estas estimativas, os cientistas trabalharam com diferentes variáveis, como o número de mortes oficiais por covid-19 e o excesso de mortalidade registrado em cada país.

"Não é possível medir diretamente o impacto dos programas de vacinação na mortalidade por covid-19, pois o contrafactual (ou seja, sem vacinas) não pode ser observado. Os modelos matemáticos são uma ferramenta valiosa para quantificar o impacto das campanhas de vacinação na dinâmica epidêmica", explicam.

Número poderia ser maior?

Na análise dos pesquisadores, o número de vidas salvas pelos imunizantes é significativo, mas poderia ser ainda maior. O desafio foi o número limitado de doses de vacinas que estavam disponíveis para a imunização em países pobres ou em desenvolvimento.

"Em países de baixa renda, particularmente países que não atingiram as metas de 20% estabelecidas pela COVAX [programa da OMS para a distribuição igualitária de vacinas], o impacto da vacina foi substancialmente menor", explicam os cientistas britânicos.

Para citar um exemplo nacional do impacto que teve a falta das vacinas, basta lembrar do colapso da saúde enfrentado pelo estado do Amazonas. Em janeiro de 2021, sem vacinas, os hospitais não conseguiam mais atender a demanda por pacientes da covid-19. Infelizmente, faltou oxigênio para indivíduos internados e óbitos foram relatados.

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Futuro da vacinação

"A vacinação contra a covid-19 alterou substancialmente o curso da pandemia, salvando dezenas de milhões de vidas em todo o mundo. No entanto, o acesso inadequado a vacinas em países de baixa renda limitou o impacto nesses ambientes, reforçando a necessidade de equidade e cobertura global de vacinas", completam os autores.

Hoje, o acesso aos imunizantes ainda é um desafio para algumas nações, especialmente no continente africano. De acordo com a plataforma Our World in Data, apenas 17,8% das pessoas em países de baixa renda receberam pelo menos uma dose de alguma vacina. O entendimento é que este cenário ainda precisa mudar.

Fonte: The Lancet Infectious Diseases e Our World in Data