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Neuralink, de Elon Musk, vai implantar primeiro chip no cérebro humano

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Setembro de 2023 às 15h57

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Duncan Hull/Wikimedia Commons
Duncan Hull/Wikimedia Commons

Após inúmeras idas e vindas das agências regulatórias, o plano da startup Neuralink de implementar o primeiro chip no cérebro humano, durante um estudo clínico, está próximo de se concretizar. Nesta semana, a empresa fundada pelo bilionário Elon Musk liberou um formulário para receber os dados e os prontuários médicos de pacientes que se interessam em testar a nova interface cérebro-máquina. Para este momento de pesquisa, o foco são indivíduos com paralisia.

A busca pelos primeiros voluntários humanos a testar o chip cerebral de Elon Musk foi anunciada, na terça-feira (19), após a startup ter recebido a aprovação de um conselho independente para a pesquisa. Em maio deste ano, a agência federal norte-americana Food and Drug Administration (FDA) já tinha dado o sinal verde para o início dos preparativos.

Para que serve o chip cerebral do Elon Musk?

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Desde 2020, a startup trabalha em formas de viabilizar os testes com a nova tecnologia em humanos, após experimentos com macacos e outros modelos animais. Apesar da demora, o investimento de tempo se justifica, já que, caso o chip cerebral seja considerado seguro e eficaz, a aposta de Musk é que a humanidade entre em um novo momento marcado pela simbiose entre a máquina e o humano, democratizando as potencialidades da inteligência artificial (IA).

Inicialmente, esse primeiro estudo clínico tem como objetivo permitir que pessoas com paralisia possam desenvolver a capacidade de controlar um cursor ou teclado de computador, usando os seus pensamentos — o mecanismo é um pouco mais complicado do que apenas pensar, já que envolve o uso do chip, de 1.024 eletrodos e da leitura da atividade cerebral com IA, mas o pontapé inicial é, de fato, o pensar em algo. "Em última análise, isso tem o potencial de restaurar o movimento total do corpo", afirma Musk, nas redes sociais.

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Na mesma postagem, Musk comentou sobre o que o físico Stephen Hawking poderia ter feito, se na época dele, tecnologias emergentes, como a que a Neuralink quer construir, estivessem disponíveis. Isso porque o gênio britânico enfrentou, durante a sua vida, a esclerose lateral amiotrófica (ELA) — uma condição sem cura conhecida, capaz de paralisar os músculos do corpo, sem afetar a mente.

Hoje, outros grupos de pesquisa testam formas de leitura da mente para devolver o movimento de pessoas com paralisia. Inclusive, já existem alguns resultados promissores, usando diferentes técnicas. Por exemplo, cientistas do Lausanne University Hospital (Chuv), na Suíça, permitiram que um homem com paralisia voltasse a andar com o poder do pensamento.

Quem pode ser recrutado para os testes da Neuralink?

Na primeira fase do estudo clínico, oficialmente conhecido como Precise Robotically Implanted Brain-Computer Interface (Prime), o objetivo da Neuralink é recrutar pacientes com paralisia decorrente de lesão da medula espinhal cervical ou ELA. Além disso, eles precisam ter mais de 22 anos e devem precisar de suporte de um cuidador.

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Neste momento, serão avaliados tanto a viabilidade do chip cerebral quanto a funcionalidade do robô R1, responsável por auxiliar a equipe de cirurgiões durante o implante da tecnologia. Durante o procedimento, o implante chamado de N1 será colocado em uma região específica do cérebro responsável por controlar a intenção do movimento (os pensamentos). Quando instalado, o chip irá registrar e transmitir sinais cerebrais, sem fio, para um aplicativo que decodifica a intenção do movimento, o que se traduz no controle do cursor ou do teclado.

Por enquanto, ainda não foram divulgadas as datas oficiais de quando o primeiro ser humano passará pelo procedimento de implante do chip da Neuralink. Para evitar infecções decorrentes da cirurgia invasiva ou mesmo rejeição, esses voluntários serão monitorados continuamente.

Fonte: Neuralink