Publicidade

Lembra do Desafio do balde de gelo? Viral ajudou na aprovação de novo remédio

Por| Editado por Luciana Zaramela | 05 de Outubro de 2022 às 13h30

Link copiado!

Major Tom Agency/Unsplash
Major Tom Agency/Unsplash

Nos Estados Unidos, a agência de saúde Food and Drug Administration (FDA) aprovou um novo tratamento experimental para Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA ou ALS, em inglês). O fato curioso da aprovação é que o remédio Relyvrio, também conhecido como AMX0035, somente se tornou viável com o dinheiro arrecadado pelo Desafio do Balde de Gelo, em 2014.

Isso porque parte do valor arrecadado com o viral foi destinado para as pesquisas do novo remédio para pessoas com ELA, segundo associação. Este é um distúrbio neurológico grave e degenerativo, que provoca paralisia motora irreversível nos pacientes. Vale lembrar que, entre os casos mais conhecidos de ELA, está o físico britânico Stephen Hawking que conviveu durante toda a vida com a doença.

Continua após a publicidade

Lembra do Desafio do Balde de Gelo?

O Desafio do Balde de Gelo (The Ice Bucket Challenge, em inglês) ganhou a internet em 2014. Na brincadeira iniciada por executivos de grandes empresas de tecnologia e celebridades, as pessoas eram desafiadas a derrubarem um balde de água fria e gelo em si mesmas em até 24 horas ou doar US$ 100 para instituições voltadas para o tratamento da ELA. Quem topava o desafio, deveria indicar outros três amigos.

Entre as celebridades que encararam o desafio, estiveram:

Continua após a publicidade

O movimento também chegou ao Brasil e foi bastante compartilhado, ultrapassando fronteiras. Na época, o Canaltech selecionou os melhores vídeos do Desafio do Balde de Gelo em um especial sobre o viral. Segundo a ALS Association, mais de 17 milhões de pessoas compartilharam a brincadeira apenas no Facebook.

Como o Desafio do Balde de Gelo ajudou a desenvolver o medicamento?

Como resultado do Desafio do Balde de Gelo, a ALS Association recebeu milhões de dólares e parte desse montante foi investido no tratamento recém-aprovado pela agência FDA. Em 2016, foram doados US$ 750 mil (cerca de R$ 3,9 milhões) para um teste inicial e, passados alguns meses, uma segunda doação de US$ 1,46 milhão (cerca de R$ 7,6 milhões) foi feita para cobrir parte dos custos do ensaio clínico de Fase 2.

Durante todo o processo, a associação explica que também forneceu consultoria regulatória, médica e de pesquisa para ajudar a acelerar o progresso dos testes para tornar viável o remédio Relyvrio.

Continua após a publicidade

“Agradecemos aos milhões de pessoas que doaram, participaram e nos permitiram investir em terapias promissoras como AMX0035, que ajudarão imediatamente as pessoas que vivem com ELA”, afirmou Calaneet Balas, presidente e CEO da ALS Association, em comunicado. Outros 130 projetos de pesquisa estão em andamento, com algum nível de financiamento da associação.

Aprovação do novo remédio para ELA é controversa

"Esta aprovação fornece uma importante opção de tratamento da ELA, uma doença com risco de vida que atualmente não tem cura", pontuou Billy Dunn, diretor do Escritório de Neurociência do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, em nota sobre a autorização do remédio.

No entanto, a licença concedida pela FDA não é consenso no mundo científico. Isso porque a terceira e última fase do estudo clínico que avalia a eficácia do Relyvrio contra a ELA ainda não foi concluída. A questão é detalhada no relatório apresentado pela própria agência.

Continua após a publicidade

Só que, na atual falta de tratamentos para a doença degenerativa, o entendimento é que os benefícios superam os riscos, já que efeitos adversos graves não foram identificados com o uso do remédio.

Fonte: FDA e ALS