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Neuralink, de Elon Musk, é acusada de maus-tratos de macacos em experimento

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Fevereiro de 2022 às 18h06

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Aleksandra_Iarosh/Envato Elements
Aleksandra_Iarosh/Envato Elements

Nos Estados Unidos, uma organização que trabalha em defesa dos direitos dos animais acusa a Neuralink — startup fundada por Elon Musk — de mau-tratar macacos usados em experimentos. O objetivo da empresa é desenvolver implantes cerebrais que poderiam atuar como interfaces cérebro-computador e inúmeros testes com animais já foram realizados. Por enquanto, estudos clínicos não foram iniciados.

Após descobrir os supostos casos de maus-tratos, o Comitê de Médicos para Medicina Responsável (PCRM) anunciou, nesta quinta-feira (9), que entrou com uma ação administrativa contra a Universidade da Califórnia em Davis (UC Davis), já que é nela que estão localizados os laboratórios dos experimentos. A ideia é obter mais informações sobre experimentos com animais realizados em associação com a empresa Neuralink.

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"A UC Davis, que recebe centenas de milhões de dólares em dinheiro dos contribuintes a cada ano, está realizando experimentos cerebrais invasivos e mortais em macacos sob um contrato com a Neuralink", afirma o PCRM, em nota.

“Podemos desenvolver terapias avançadas relevantes para humanos sem prejudicar animais — usando tecido humano, voluntários humanos, cadáveres, modelos computacionais, culturas de células e métodos não invasivos avançados”, lembra Ann Lam, diretora do programa de pesquisa médica do PCRM.

Denúncia

O texto da denúncia afirma que "funcionários públicos, que trabalham em prédios financiados publicamente, cortam os crânios dos animais, implantam eletrodos em seus cérebros e, eventualmente, os matam". O PCRM estima que 15 macacos morreram ou foram sacrificados como resultado da pesquisa. Nesse processo, as cobaias teriam passado por sofrimento extremo e não receberam os cuidados adequados.

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A partir dessas acusações, a organização pede que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos investigue os experimentos da universidade e da Neuralink. Isso porque este é o órgão que regula a pesquisa com animais no país.

Um dos objetivos do processo, segundo Jeremy Beckham, coordenador da área de advocacia do PCRM, é obter imagens e vídeos internos em que os macacos dos experimentos foram registrados. “Queremos ter acesso a esses vídeos e mostrar às pessoas um pouco mais da realidade de como é dentro do laboratório financiado por Elon Musk”, afirma Beckham para a Fortune.

Por outro lado, especialistas consultados pela revista afirmam que os animais envolvidos nos experimentos parecem estar saudáveis com base nas demonstrações públicas que a Neuralink já apresentou.

Resposta das acusações

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Até o momento, a Neuralink não divulgou nenhuma declaração sobre as denúncias de maus-tratos de macacos durante os experimentos da startup. Enquanto isso, um porta-voz da universidade comentou que a parceria com a empresa de Elon Musk foi encerrada em 2020.

Além disso, a instituição pontua que “revisou e aprovou minuciosamente” os protocolos de pesquisa usados​.​ “Nós nos esforçamos para fornecer o melhor cuidado possível aos animais sob nossa responsabilidade”, completou.

Fonte: PCRM e Fortune