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Molécula que imita insulina pode ser novo tratamento para diabetes

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Dezembro de 2022 às 21h15

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Twenty20photos/Envato Elements
Twenty20photos/Envato Elements

Cientistas estão dando passos importantes para a eventual fabricação de uma pílula oral para manter o açúcar no sangue em cheque em pacientes diabéticos, que precisam receber injeções de insulina regularmente, checando o estado sanguíneo e tendo inúmeras outras inconveniências por conta da condição de saúde.

Promissora, a ideia de uma pílula de insulina é antiga, mas fica impedida por conta da instabilidade do hormônio em questão: ele não passa pelo trato digestivo sem ser quebrado pelos ácidos estomacais, não conseguindo chegar até o sangue da forma necessária.

Para contornar isso, cientistas trabalham ideias como embalagens biocompatíveis que mantêm a substância protegida das enzimas da digestão e desenvolvendo pequenas moléculas de remédio que não se quebram, bem como cápsulas orais que injetam insulina por microagulhas.

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Revelando segredos dos receptores

O maior avanço recente foi realizado por pesquisadores do Instituto Walter and Eliza Hall, que utilizaram crio-microscopia eletrônica para analisar moléculas complexas e minúsculas em detalhes mais minuciosos. Construindo simulações em 3D de receptores de insulina, os cientistas observaram como diferentes moléculas interagem entre si.

Um dos fatores interessantes revelados pelo estudo é a complexidade das interações, muito maior do que se imaginava. Aparentemente, tanto a insulina quanto seus receptores mudam de formato drasticamente durante suas ligações. Para começar, foram reconstituídos diversos peptídeos que já sabemos interagir com os receptores de insulina, sendo em seguida abertos e deixados ativos.

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Com isso, foi possível identificar um peptídeo específico que faz o mesmo tipo de abertura e ativação com a insulina. O hormônio evolui para se ligar ao receptor com cuidado, como uma mão segurando uma pinça em posição — os peptídeos utilizados funcionam em par, ativando o receptor de insulina como um par de mão segurando os braços de uma tenaz pelo lado de fora.

A importante descoberta é, ainda assim, apenas um dos passos envolvidos na fabricação de pílulas ou outras soluções aos portadores de diabetes. Os resultados resolvem um longo mistério ao redor da insulina: será que outras moléculas, não relacionadas ao hormônio, conseguiriam mimetizar suas funções? Com a resposta afirmativa, será possível utilizar caminhos antes bloqueados para o controle da sinalização de receptores, emulando o papel da insulina.

Animados, os cientistas agora têm uma luz para o desenvolvimento de medicamentos orais, em especial para portadores de diabetes tipo 1, quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina.

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Fonte: Nature Communications