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Dia Mundial do Diabetes | Dá para ter a doença e não saber?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Novembro de 2022 às 06h00

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LightFieldStudios/Envato
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Você já escutou falar sobre o Diabetes Mellitus (DM) e, muito provavelmente, tem algum conhecido que convive com a condição. Mas você se lembra quando foi a última vez que fez um exame de sangue para medir a glicemia? Esta é a forma mais simples de confirmar o diagnóstico da doença associada à baixa ou nenhuma produção de insulina, mas nem sempre é feito. Nesta segunda-feira (14), que marca o Dia Mundial do Diabetes, é preciso lembrar que milhões de brasileiros convivem com a doença, mesmo sem saber.

Para entender como é possível ter diabetes sem saber e compreender o real desafio que esta doença impõe ao Brasil — e também ao mundo —, o Canaltech entrevistou Carlos Eduardo Zenni Travassos, pediatra e Gerente Médico da Novo Nordisk. "É muito importante dar uma real dimensão do diabetes, porque os números são alarmantes", adianta o médico.

Quantas pessoas têm diabetes no Brasil?

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No Brasil, é estimado que 16 milhões de adultos convivam com o diabetes, independente de conhecerem o diagnóstico ou não, segundo relatório da Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês), divulgado em 2021. Neste ponto, o médico Travassos lembra que "a quantidade de pessoas com diabetes aqui é maior que a população total de alguns países, como Portugal ou Bolívia".

Segundo a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), cerca de 12,5 milhões destas pessoas têm o diabetes do tipo 2, que é adquirido ao longo da vida e impactado por fatores genéticos.

Outro fato que deve ser destacado é que 18 milhões de brasileiros (11,9%) têm tolerância diminuída à glicose. Em outras palavras, têm alto risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, o que pode aumentar ainda mais as estáticas nacionais.

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Quando analisamos a população global, o IDF calcula que 537 milhões de pessoas com mais de 18 anos têm diabetes. Em relação ao relatório de 2019, é possível observar um aumento de 16%, ou seja, de 74 milhões de novos diagnósticos.

Custos anuais do diabetes para o Brasil

Com parte considerável da população brasileira diabética, é inevitável que isso não se traduza em altos custos para a saúde. Em 2021, o Brasil foi o terceiro que mais gastou com a doença no mundo. No total, US$ 42,9 bilhões (cerca de 229 bilhões de reais) foram investidos no tratamento da condição. Muito provavelmente, estes recursos poderiam ser reduzidos com diagnóstico precoce e políticas públicas que conscientizem para formas de prevenção.

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É possível viver com o diabetes sem saber?

Diante desses números, vale se perguntar se é possível viver com o diabetes e não saber. Infelizmente, a resposta é sim. Afinal, esta é "uma doença por vezes silenciosa e nem sempre apresenta sintomas", explica o médico Travassos. Sem exames preventivos, na forma assintomática, o indivíduo dificilmente descobrirá o quadro.

Inclusive, quase um terço (32%) das pessoas que vivem com diabetes no Brasil não tem diagnóstico confirmado. São mais de 5 milhões de brasileiros. "Quando o diabetes não é detectado ou quando ele é tratado de forma inadequada, os pacientes correm o risco de complicações graves, como insuficiência renal, cegueira e amputação de membros inferiores", lembra o especialista.

Sinais e sintomas que podem acender um alerta para o diabetes

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Para quem não tem um diagnóstico de diabetes, alguns sinais e sintomas podem servir de alerta para buscar por ajuda médica, como:

  • Fome frequente;
  • Sede constante;
  • Vontade de urinar diversas vezes ao longo do dia;
  • Perda de peso;
  • Fraqueza;
  • Fadiga;
  • Mudanças de humor;
  • Demora na cicatrização de feridas;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Visão turva.

"Se uma pessoa tiver um ou mais desses sintomas com frequência, pode não significar que tenha diabetes, mas indica que algo pode não estar bem com a saúde e que é preciso procurar atendimento médico", orienta Travassos.

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É importante cuidar da sua saúde

"É importante fazer exames periódicos", reforça Travassos. Também é necessário que o profissional da saúde avalie o risco cardiológico de seu paciente e, sempre que necessário, indique um tratamento com medicamentos que ofereçam segurança cardiovascular. Afinal, o número de pacientes diabéticos que morrem em decorrência de doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco (infarto) e AVC (derrame cerebral), é alto.

Por outro lado, "quando a pessoa com diabetes mantém a doença sobre controle, seguindo corretamente as orientações e o tratamento indicados pelo médico, isso diminui consideravelmente a probabilidade de desenvolver essa série de complicações associadas", afirma.

Além disso, outros cuidados básicos com a saúde também são importantes, como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas com regularidade, parar de fumar, controlar o peso, controlar o estresse e ter boa qualidade de sono. Inclusive, devem ser praticados também por aqueles indivíduos sem o diagnóstico da doença.

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Fonte: Com informações: Senado, IDF e ADJ