Giro da Saúde: maior bactéria do mundo; "bebê" na puberdade; losartana recolhida
Por Luciana Zaramela | 26 de Junho de 2022 às 08h00
Nesta semana, tivemos destaques incríveis em saúde e medicina! Aliás, uma bactéria gigantesca, visível a olho nu, foi descoberta no Caribe, mas não causa doença alguma em humanos. Também temos resultados da vacinação contra covid no mundo, em pesquisa que mostra quantas vidas foram poupadas. E um caso que chamou a atenção da mídia nos últimos dias: o garotinho que apresentou sinais de puberdade aos 2 anos. Confira tudo isso e mais um pouco, agora, no Giro da Saúde!
Descoberta maior bactéria do mundo, visível a olho nu
Um mangue no Caribe mostrou a pesquisadores aquela que, hoje, é conhecida como a maior bactéria do mundo, visível a olho nu! Trata-se da Thiomargarita magnifica, uma bactéria gigante de estrutura fina e tubular e estruturas muito complexas.
“É cinco mil vezes maior que a maioria das bactérias. Para contextualizar, seria como um humano encontrando outro humano tão alto quanto o Monte Everest”, explica Jean-Marie Volland, cientista do Joint Genome Institute (JGI) e um dos autores do estudo, em comunicado. Veja:
Apesar do tamanho, a T. magnifica é inofensiva, isto é, não causa doenças aos humanos.
Sucesso das vacinas: 20 milhões de mortes evitadas
Um estudo recente, elaborado por pesquisadores do Imperial College London, no Reino Unido, e publicado na Lancet, trouxe dados incríveis sobre o panorama da vacinação contra covid-19 no mundo: apenas em 2021, 19,8 milhões de mortes foram evitadas pelo uso de imunizantes contra o coronavírus. Sem os imunizantes, o número de mortos em um ano teria sido de 31,4 milhões, mas as campanhas de imunização globais conseguiram reduzir esta previsão em 63%, segundo os envolvidos no estudo.
"A vacinação contra a covid-19 alterou substancialmente o curso da pandemia, salvando dezenas de milhões de vidas em todo o mundo. No entanto, o acesso inadequado a vacinas em países de baixa renda limitou o impacto nesses ambientes, reforçando a necessidade de equidade e cobertura global de vacinas", completam os pesquisadores.
Anvisa manda recolher lotes de losartana das farmácias
Na última quinta-feira (23), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mandou recolher das farmácias todos os lotes de anti-hipertensivos cujo princípio ativo é a losartana potássica em que foram encontradas impurezas. A decisão foi tomada após a identificação de “azido”, elemento tóxico que vem em concentração acima do limite de segurança aceitável em algumas fórmulas.
Segundo a agência, "as impurezas azido são substâncias que podem surgir durante o processo de fabricação do insumo farmacêutico ativo e que tem potencial mutagênico". Ou seja: alguns medicamentos analisados apresentaram determinadas substâncias químicas que podem causar mudanças no DNA de uma célula e, assim, aumentar o risco de um paciente desenvolver câncer.
Veja, abaixo, quais medicamentos foram afetados pela medida:
- Losartana potássica 50 mg, da Prati-Donaduzzi;
- Losartana potássica 50 mg, da Cimed;
- Aradois 50 mg, da Biolab;
- Losartana Potássica + Hidroclorotiazida, da Biolab;
- Losartana potássica 50 mg, da Aché;
- Corus H, da Aché;
- Losartana potássica 50 mg, do Laboratório Teuto;
- Losartana potássica 50 mg, da Brainfarma;
- Losartana potássica 50 mg, da Geolab;
- Arartan, da Geolab;
- Losartana potássica 50 mg, da Eurofarma;
- Zart, da Eurofarma.
Apesar da extensa lista, "a Anvisa esclarece que os lotes que foram mantidos no mercado são considerados seguros e podem ser consumidos".
Suplementos alimentares são "desperdício de dinheiro", diz estudo
Se você faz uso de suplementos alimentares, talvez essa notícia te desagrade. Um estudo recente publicado na JAMA Network ressalta os riscos dos suplementos alimentares, que não devem ser considerados como 100% benéficos, uma vez que não há na literatura científica evidências que comprovem que esse tipo de produto protege nosso organismo contra câncer ou doenças cardiovasculares. No fim das contas, suplementos podem fazer mais mal do que bem.
Composta por 16 especialistas, a equipe revisou 84 estudos e descobriu que os suplementos de vitamina E não tiveram efeito benéfico na prevenção de morte prematura, doenças cardiovasculares ou câncer, e que o betacaroteno — um pigmento convertido em vitamina A no corpo — pode aumentar o risco de câncer de pulmão.
Para a maioria da população (salvo as que possuem deficiências de vitaminas e minerais), suplementos alimentares são "provavelmente uma perda de tempo e dinheiro", segundo pesquisadores da Northwestern University. Aliás, suplementos podem levar pessoas a ignorar medidas cientificamente comprovadas contra o câncer e doenças cardiovasculares que já conhecemos, como atividades físicas regulares e dieta saudável.
O caso do menininho com sinais de puberdade
Um menininho inglês de apenas dois anos começou a apresentar sinais de puberdade muito antes da hora, como pelos pubianos, crescimento acelerado e tamanho de pênis desproporcional para a idade. A causa, após investigação, foi apontada como contato com gel tópico de testosterona, utilizado pelo pai da criança.
Segundo a mãe do menino, ele pesava 12 quilos quando tinha apenas 1 ano e "engordava" 900 gramas mensais entre os 12 e os 18 meses. E não era gordura, e sim músculos. Além do peso e altura, ele apresentava ereções massivas e prolongadas. Ao realizar exames de sangue, constatou-se que o garoto estava com altíssimos níveis de testosterona, hormônio masculino que aumenta consideravelmente na puberdade.
A descoberta foi feita por um dos médicos consultados pela mãe da criança: pai do garoto havia nascido com uma condição testicular complexa e aplicava gel de testosterona na pele há vários anos. Como o produto é usado nos ombros, braços ou abdome, o menino, provavelmente, entrava em contato com o gel na pele do pai. Agora, para evitar que o garoto cresça com mais problemas hormonais, o pai optou por aplicar testosterona por via intramuscular. Já o menino, segundo os médicos, acabará crescendo e chegando à idade correta para os hormônios que possui, que o fazem ter o tamanho de uma criança 2 anos mais velha.
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