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Por que nos coçamos?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 18 de Junho de 2022 às 15h30

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Nenetus/Envato Elements
Nenetus/Envato Elements

O prurido, ou coceira, é algo que enfrentamos todos os dias, seja por simples irritações na pele ou por inflamações mais sérias. O que fazer para evitar a condição, e qual a melhor forma para se livrar dela? Spoiler: é melhor não se coçar. Isso só vai gerar um ciclo de sentir coceira e se coçar, que pode durar muito tempo e piorar os sintomas, até mesmo causando machucados.

O que é a coceira?

Pela definição médica, coceira é uma sensação de queima, ou de leve eletricidade na pele que não é dolorida — ou, ainda, a sensação de que algo está se movendo por baixo da pele. Isso é causado por estímulos das células nervosas: é uma interação entre o sistema nervoso e a pele, envolvendo proteínas e mediadores de inflamação.

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Sinais químicos liberados na pele se comunicam com a espinha através de nervos na pele, o que informa o cérebro da coceira. Uma das causas mais comuns é a pele seca, que causa microfraturas na barreira da epiderme. As células que sinalizam os nervos apresentam inflamações locais, liberando substâncias como a histamina e a quinina. Isso deixa a pele avermelhada, inchada e irrita os nervos, gerando a coceira.

Urticária e exposição da pele a elementos irritantes também pode gerar algo semelhante à pele seca. Tudo isso causa a irritação e liberação de sinais químicos pelas células, como eosinófilos e basófilos, que por sua vez irritam os nervos e também nos fazem sentir a coceira.

Porque se coçar é bom?

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A resposta mais fácil para a coceira, é claro, é ceder aos impulsos e se coçar, apesar de não recomendado. Coçar a pele gera um tipo de dor, mesmo que fraca, o que manda sinais fracos de dor ao cérebro. Isso distrai o órgão da coceira temporariamente, e também libera serotonina no cérebro, trazendo uma sensação boa. O problema é que a serotonina também reinicia o sinal da coceira — causando um ciclo interminável de sentir coceira e se coçar.

Nosso instinto natural é querer eliminar a sensação, já que ela é chata, e a estimulação tátil é uma resposta tão automática quanto o chute que damos quando algo bate no meio do joelho. É um alívio imediato, porém temporário: a coceira continua, o ciclo se repete, e podemos acabar causando uma ferida no local.

O que fazer ao sentir coceira?

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Há algumas táticas para se livrar de uma coceira mais persistente, e vamos detalhar os passos após a lista:

  • Não se coce (é sério);
  • Mantenha as mãos ocupadas;
  • Hidrate a pele;
  • Aplique gelo;
  • Aplique cremes anti-coceira;
  • Aplique um corticosteroide tópico;
  • Use um anti-histamínico.

Parece um pouco óbvio e simples demais, mas é bom segurar os impulsos: coçar só vai intensificar a sensação de coceira, e é melhor esperá-la passar ou procurar a causa primária, combatendo-a sem machucar a pele. Para evitar se coçar inconsciente e continuamente, é importante manter as mãos ocupadas. Uma bola de estresse para apertar ou atividades que utilizem ambas as mãos são boas recomendações.

Caso a pele esteja seca, calha utilizar hidratantes terapêuticos, podendo aliviar a sensação de forma relativamente rápida. Cremes anti-coceira bons contém substâncias como pramoxina, capsaicina e mentol. Caso a pele esteja inflamada, o médico deve ser consultado e pode prescrever corticosteroides ou inibidores de calcineurina.

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Também é possível aplicar gelo (envolto em tecido ou embalagem) na pele por 10 minutos, ou tomar um banho de aveia terapêutico. Outra opção, ainda, são os anti-histamínicos, que combatem alergias e condições de pele como a urticária. Medicamentos de venda livre incluem fexofenadina e loratadina, que não causam sono, ou clorfeniramina e difenidramina, que acabam causando sonolência.

Caso tudo isso não resolva e os sintomas persistam, a recomendação é visitar um dermatologista, tendo em mente que há várias razões para uma coceira mais teimosa, como condições médicas, cirurgias, medicações, suplementos, produtos de skin care tópicos, hábitos recreativos ou ocupacionais, histórico de viagens e alergias alimentares. É importante ter essas informações à mão para informar o médico no caso de uma visita.

Fonte: Healthline