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Expectativa de vida menor em esquizofrênicos tem relação com sua idade cerebral

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Janeiro de 2023 às 19h24

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Bret Kavanaugh/Unsplash
Bret Kavanaugh/Unsplash

Cientistas estão desvendando os segredos cerebrais envolvidos com a esquizofrenia e o porquê dos pacientes com a condição ter uma expectativa de vida consideravelmente menor — pelo menos 15 anos a menos do que os que não sofrem dela. Segundo um estudo publicado em 9 de dezembro de 2022 na revista científica Molecular Psychiatry, o principal responsável seria o envelhecimento cerebral.

O risco de morte prematura associado à patologia está associado a suicídio e saúde física mais debilitada, mas outro fator já proposto por outras pesquisas para as chances maiores de contrair doenças e declínio cognitivo a longo prazo seria a prevalência da idade biológica do cérebro, que suplantaria a idade cronológica.

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Idade cerebral e a esquizofrenia

Essa diferença é chamada de diferença na idade cerebral prevista, e estudos menores já notaram que ela é maior em pacientes esquizofrênicos, além de determinar que a discrepância cresce durante os primeiros anos desde que a doença se manifesta. Para definir melhor essa prevalência, o estudo mais recente buscou estudar cérebros em uma escala muito maior.

Foram comparados os parâmetros de idade cerebral em mais de 5.000 participantes de 26 instituições internacionais diferentes, abarcando 2.803 pacientes esquizofrênicos com 2.598 indivíduos saudáveis, de 18 a 73 anos. Para determinar a idade cerebral, foram usados modelos treinados para observar 68 medidas de espessura do córtex e volume intracranial total, coletados por ressonância magnética cerebral de pulso T1.

Os resultados confirmaram uma maior diferença na idade cerebral prevista nos pacientes com esquizofrenia, como era de se esperar: em comparação com os pacientes saudáveis, a discrepância entre a idade cronológica e a apresentada pelo cérebro chegou a uma média de 3,5 anos a mais.

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Pacientes de longa data

Também foi investigado se essa diferença tinha relação com a idade do paciente na primeira manifestação da patologia, o tempo de convivência com ela, a severidade dos sintomas e o uso e dosagem de remédios antipsicóticos, não encontrando associação. Isso sugere que a discrepância na idade não é movida pela progressão da doença ou efeitos do tratamento, já que podemos ver a diferença aparecendo ainda nos pacientes com as primeiras manifestações de esquizofrenia e também de psicose.

Agora, estudos mais específicos, estudando mais a fundo cada caso da doença, podem investigar a relação entre a idade cerebral e indicadores da doença para descobrir se poderemos, no futuro, utilizar ferramentas de detecção como essa para prevenir a esquizofrenia ou buscar estratégias para intervenção quando ela já se estabeleceu.

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Fonte: Nature