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Como é o cérebro de uma pessoa com esquizofrenia?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Abril de 2022 às 11h00

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alexstand/envato
alexstand/envato

A esquizofrenia é uma doença mental crônica e incapacitante, que costuma atingir uma em cada 100 pessoas, 1,6 milhão só no Brasil. Com os avanços contínuos da tecnologia, diferentes tipos de exames de imagem passaram a permitir que médicos e pesquisadores descubram como é o cérebro de uma pessoa com esquizofrenia, e quais características o diferenciam de alguém que não tem o distúrbio.

A condição envolve sintomas como alucinações, fala desordenada, motivação reduzida e problemas com atenção, concentração ou memória. As ressonâncias magnéticas são o tipo mais comum de exame de imagem utilizado para compreender melhor a esquizofrenia, uma vez que fornecem detalhes de todo o cérebro, mas existem algumas variações como:

  • Ressonância magnética funcional (mede a atividade cerebral por meio de alterações no fluxo sanguíneo)
  • Imagens por tensor de difusão (analisa a substância branca do cérebro)
  • Ressonância magnética de próton (para a compreensão de neurotransmissores)
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Diferenças no cérebro de uma pessoa com esquizofrenia

Pesquisas feitas com esses diferentes tipos de imagens já chegaram a revelar que o cérebro de uma pessoa com esquizofrenia apresenta várias diferenças estruturais, incluindo na substância branca (que constitui as vias de comunicação entre o sistema nervoso central e os locais externos ao sistema nervoso central) e na cinzenta (local de recepção e de integração de informações e respostas).

Segundo esses estudos, a esquizofrenia reduz a substância branca e muda sua densidade, além de estreitar a massa cinzenta em diferentes partes do córtex, camada mais superficial do cérebro. Essas alterações na substância branca estão relacionadas a sintomas psicóticos e uma capacidade menor de concentração.

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Enquanto isso, especialistas chegaram a apontar que os pacientes com esquizofrenia crônica são mais propensos a ter redução da massa cinzenta nos lobos frontal, temporal, parietal superior e occipital, que são as subdivisões do córtex. Essas mudanças, por sua vez, estão ligadas a alterações nas funções cognitivas e motoras. Tais funções incluem armazenar e recuperar informações verbais.

Os pesquisadores apontam que essas mudanças são progressivas, ou seja: pioram com o passar do tempo. As pessoas mais atingidas são aquelas que não buscam tratamento, ou que começaram a apresentar sinais de esquizofrenia já na adolescência.

Neurotransmissores da pessoa com esquizofrenia

Os neurotransmissores são a química do cérebro, basicamente. Trata-se da maneira com a qual os neurônios se comunicam. Segundo estudos, pessoas com esquizofrenia têm um nível elevado de dopamina (relacionada com a questão motora e com o processamento de recompensa), especialmente no subcórtex do cérebro.

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Por outro lado, especialistas ressaltam que a liberação de muita serotonina (diretamente relacionada com o humor), por sua vez, pode levar a sintomas psicóticos.

Exames de imagem podem diagnosticar esquizofrenia?

Um profissional de saúde não pode usar apenas o exame de imagem para diagnosticar a esquizofrenia, porque a doença também pode ser influenciada por histórico familiar e histórico de saúde, por exemplo. Além disso, o significado dessas imagens ainda não é bem compreendido pela ciência, então não está totalmente claro se as alterações cerebrais observadas causam esquizofrenia ou se a própria esquizofrenia causa essas alterações.

Fonte: Healthline, OMS, National Institute of Mental Health