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Em testes, contraceptivo oral masculino impede espermatozoides de nadar

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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ktsimage/Envato
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Um novo contraceptivo masculino não-hormonal, que age impedindo que os espermatozoides consigam nadar, poderá ser testado em humanos e lançado em breve. Pesquisas estão aproveitando a descoberta de caminhos celulares que modificam o funcionamento das minúsculas células reprodutivas dos homens e conseguindo testes bem-sucedidos em camundongos, com os efeitos durando algumas horas.

Antes de chegar aos voluntários humanos, no entanto, os cientistas ainda farão exames em coelhos, observando a eficiência do promissor medicamento. A ideia é que seja possível tomar uma pílula cerca de uma hora antes da relação sexual e ficar atento ao relógio para saber quando o efeito irá acabar.

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Anticoncepcional que não deixa o espermatozoide nadar

A primeira vantagem do fármaco, como já citamos, é que ele não afeta os hormônios corporais, ao contrário de pílulas contraceptivas femininas. O medicamento não interage com a testosterona e não causa nenhum efeito colateral no corpo masculino. Isso acontece porque o alvo é a capacidade de "natação" dos espermatozoides, mais especificamente, a proteína adenilciclase solúvel (sAC), inibida ou bloqueada pelo remédio.

Um estudo publicado recentemente no periódico científico Nature Communications mostrou que uma dose única da droga — chamada TDI-11861, por enquanto — conseguiu inutilizar o esperma antes, durante e após o acasalamento dos camundongos testados. O efeito durou cerca de 3 horas e, após 24 horas, passou completamente, com as pequenas células reprodutivas retomando suas funções.

Embora a novidade possa dar uma liberdade reprodutiva sem igual aos homens, que poderão tomar a pílula quando quiserem e precisarem com facilidade, vale lembrar que ela não protegerá contra infecções sexualmente transmissíveis, que só podem ser evitadas com o uso de preservativos, as famosas camisinhas. Ainda é necessário, no entanto, que o método mostre eficácia nos testes com humanos: o remédio funcionou em espermatozoides de laboratório, mas ainda não com testes in vivo.

Diversos contraceptivos orais para os homens já foram alvo de testes nos últimos anos, mas nenhum conseguiu chegar ao mercado até agora. Outras pesquisas, inclusive, estão seguindo abordagens diferentes para impedir que os espermatozoides consigam nadar, bloqueando uma proteína em sua superfície, por exemplo. Talvez tenhamos, no futuro, diversas opções masculinas de contraceptivos orais.

Fonte: Nature Communications