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Dia Nacional de Prevenção da Obesidade: o que é importante saber

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Outubro de 2023 às 11h08

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No Dia Mundial da Obesidade e no Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, ambos celebrados nesta quarta-feira (11), é importante desmistificar as origens do excesso de gordura corporal e conhecer o que de novo a ciência propõe para as pessoas, quando o peso afeta negativamente a sua vida. São os casos das "novas" canetas emagrecedoras, da cirurgia bariátrica e de algumas novidades ainda na área de pesquisa, além da reeducação alimentar e da prática regular de atividade física.

A partir de dados do Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) estima que 6,7 milhões de brasileiros tenham algum grau de obesidade — para simplificar, a condição é marcada pelo Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30. Quando esta medida ultrapassa os 40, o indivíduo é classificado com obesidade grau III, ou seja, obesidade mórbida. Neste recorte, são mais de 860 mil pessoas.

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No Brasil e no mundo, a incidência da obesidade está aumentando. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), já são mais de 1 bilhão de pessoas com obesidade. Se a situação não for modificada, o último relatório da World Obesity Federation prevê que 51% da população mundial estará acima do peso em 2035.

Causas da obesidade

Com tantas pessoas enfrentando o excesso de peso e seus respectivos problemas — piora em algumas condições de saúde já existentes, aumento de risco para novas doenças e dificuldades em realizar tarefas do dia a dia —, o discurso simplista de que a responsabilidade pela obesidade é uma questão individual já não cabe mais.

Nessa equação, ainda é preciso considerar os fatores genéticos e problemas hormonais. Além disso, merecem ser considerados a dificuldade em acessar alimentos nutritivos e saudáveis, enquanto os ultraprocessados são muito mais acessíveis. E a falta de políticas públicas incentivando a reeducação alimentar e o corpo ativo.

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Para a OMS, são necessários pelo menos 150 minutos de exercícios moderados de "cardio" ou 75 minutos de atividades em intensidade vigorosa, por semana, para ter uma vida saudável.

Cirurgia bariátrica

Entre as alternativas para o tratamento da obesidade, está a cirurgia bariátrica, incidca até para crianças, segundo a American Academy of Pediatrics (AAP). Para o médico Rodrigo Galhego, especialista em cirurgia do aparelho digestivo e membro da Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH), a intervenção invasiva é recomendada para pessoas com IMC maior que 40 ou quando está em 35, mas é associado a algumas comorbidades.

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Hoje, são diversas técnicas disponíveis para o cirurgião escolher na hora da bariátrica, como o Bypass. Neste caso, a diminuição do estômago do paciente é feita, desviando a rota da comida através do tubo digestivo para proporcionar menos fome e maior saciedade. A técnica é associada com a manutenção de perda de massa a longo prazo e também apresenta melhor resultado para pacientes diabéticos.

Também há o Sleeve, que consiste na retirada de uma parte do estômago, restringindo o seu volume. Por piorar casos de refluxo pré-existentes, esta última tem ficado em segundo plano nas salas de cirurgia.

Apesar dos resultados nos primeiros meses, a perda de peso pode ser revertida. "Muito se discute sobre o que chamamos de recidiva da bariátrica, que é quando o paciente volta a engordar mesmo tendo passado pela cirurgia", comenta o médico Galhego. "O estômago tem seu tamanho muito reduzido com o procedimento, mas, como é um órgão expansível, pode tornar a aumentar se o paciente não seguir as orientações médicas e não mudar os hábitos alimentares”, completa.

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Canetas emagrecedoras

Em busca do controle do peso fora de uma sala cirúrgica, tem se popularizado uma nova classe de medicamentos conhecida como análogos de GLP-1. São as canetas emagrecedoras, como Saxenda (Liraglutida), Ozempic e Wegovy (Semaglutida) e Mounjauro (Tirzepatida) — este aqui é um análogo de GLP-1 e também de GIP —, ainda não disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

Originalmente, esses medicamentos foram desenvolvidos para o tratamento do diabetes tipo 2. Isso porque eles, em sua maioria, simulam o hormônio GLP-1 no corpo humano e, quando chegam ao pâncreas, aumentam a produção de insulina. Só que, mais recentemente, descobriu-se que, no estômago, reduzem a velocidade de digestão da comida e, no cérebro, ativam a sensação de saciedade. Com menos fome, a pessoa emagrece, conseguindo controlar o quadro de obesidade e sobrepeso.

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Diante dessas novas descobertas, as farmacêuticas responsáveis pelas novas medicações, como a Novo Nordisk, desenharam ensaios clínicos e têm lançado formulações específicas com mais Semagluitida para a perda de peso, como o Wegovy — já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não disponível nas farmácias brasileiras. Por isso, alguns medicamentos do tipo ainda são usados de forma off label (fora da bula).

Embora o paciente não precise entrar em uma sala de cirurgia, o uso das canetas emagrecedoras pode provocar efeitos colaterais, como náuseas, diarreia ou constipação (intestino preso). Estudos emergentes também demonstram que o uso dos medicamentos pode até aumentar o risco de pancreatite, reforçando a importância do acompanhamento médico adequado.

Novas tecnologias para perda de peso

Ainda no Dia Mundial da Obesidade e no Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, vale lembrar que uma infinidade de novas tecnologias está em fase de desenvolvimento para auxiliar pessoas que precisam controlar o excesso de peso. Entre as pesquisas inovadoras no Brasil, está um dispositivo eletroestimulador que induz o organismo a produzir hormônios que dão a sensação de saciedade.

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Desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o invento eletroestimula a parede do estômago, o que ativa o sistema nervoso cerebral e, possivelmente, gera uma resposta hormonal associada com a saciedade.

Durante os testes pré-clínicos já realizados, os pesquisadores mediram o impacto do dispositivo durante 30 dias em porcos que estavam na fase de crescimento. Neste teste, a tecnologia contribuiu com o emagrecimento, o que levou ao registro de patente. Nos próximos anos, se tudo der certo, deve ser mais uma opção contra a obesidade.

Fonte: OMSSBCBM