Associação dos EUA indica bariátrica para combater obesidade infantil
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
No início de fevereiro, a American Academy of Pediatrics atualizou suas diretrizes referentes a obesidade infantil. Na ocasião, a associação apoiou a utilização de remédios e cirurgia bariátrica para reverter o quadro. A orientação vem com base nos 14,4 milhões de casos de crianças e adolescentes afetados pela condição, que se enquadra como uma das doenças crônicas pediátricas mais comuns.
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"Há muito estigmatizada como uma consequência reversível de escolhas pessoais, a obesidade tem contribuintes genéticos, fisiológicos, socioeconômicos e ambientais complexos. Como o ambiente se tornou cada vez mais obesogênico, o acesso ao tratamento baseado em evidências tornou-se ainda mais crucial", afirma o relatório.
Nas novas diretrizes, a associação cogita "integrar componentes e estratégias de controle de peso em disciplinas apropriadas, que podem incluir comportamento de saúde intensivo e tratamento de estilo de vida, com farmacoterapia e cirurgia metabólica e bariátrica, se indicado".
No entanto, a associação exige a adaptação do tratamento às necessidades contínuas e mutáveis de cada criança ou adolescente, e ao contexto familiar e comunitário. "Um histórico abrangente do paciente inclui uma revisão dos sistemas; história de família; história da doença atual; e nutrição adequada, atividade física e história psicossocial".
Cirurgia bariátrica
Conforme nos explica o Ministério da Saúde, a cirurgia bariátrica muda a forma original do órgão e reduz sua capacidade de receber alimentos, dificultando a absorção de um número exagerado de calorias. Uma pessoa não operada tem espaço para consumir aproximadamente de 1 litro a 1,5 litro de alimentos. Já um estômago pós-bariátrica tem capacidade para 25 ml a 200 ml (equivalente a um copo americano).
A cirurgia afeta ainda a produção do hormônio da saciedade, o que diminui a vontade de comer, mas a redução da capacidade é a principal responsável pelo emagrecimento.
Atualmente, as técnicas mais utilizadas são sleeve, que retira parte do estômago sem alterar o intestino e normalmente é recomendada para pacientes que apresentem um quadro menos grave de obesidade, ou bypass, em que o estômago é reduzido com cortes ou grampos e é feita uma alteração no intestino para reconectá-lo à parte do estômago que irá permanecer funcional.