Cigarro eletrônico não ajuda a parar de fumar, segundo especialistas
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
No ano passado, cientistas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontaram que o risco de iniciação ao tabagismo é significativamente maior entre usuários de cigarro eletrônico. Nesta terça (31), em entrevista à Folha de S. Paulo, especialistas reforçaram que o dispositivo não ajuda a parar de fumar.
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Apesar da finalidade de diminuir a dependência de nicotina, o cigarro eletrônico costuma possuir a substância na sua composição, então além de não ajudar a parar de fumar, ainda estimula novos fumantes. Os especialistas apontam que as pessoas "até conseguem trocar o convencional pelo eletrônico, mas não param de fumar".
Segundo o relatório Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), 19,7% dos brasileiros de 18 a 24 anos já experimentaram o cigarro eletrônico, ainda que seja proibido no país.
Os médicos também fazem um alerta para outras substâncias tóxicas do vape além da nicotina, como partículas de metais pesados, níquel, elementos aromáticos, glicerol e outros aditivos que geram uma capacidade inflamatória e ataca a saúde respiratória e cardiovascular.
Cigarro eletrônico faz mal?
No último mês de abril, a Fiocruz lançou uma campanha para alertar sobre os riscos à saúde oferecidos pelo uso de dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs). Enquanto isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vem recebendo evidências técnicas e científicas sobre a segurança do uso desses dispositivos.
A agência também apresentou um relatório falando sobre possíveis riscos e impactos da liberação do uso do cigarro eletrônico no Brasil, como o risco de aumento do tabagismo, a recaída de ex-fumantes e a renormalização do ato de fumar.
Em estudos anteriores, especialistas afirmaram que o cigarro eletrônico pode causar disfunção erétil, além de infeccionar o cérebro, pulmão, coração e cólon. O uso de vape também está associado a mutações gênicas similares às do fumo, e a essência de vape pode fazer mal ao coração.
Fonte: Folha de S. Paulo