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Cães farejam câncer? 10 doenças identificáveis pelo olfato canino

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Agosto de 2023 às 12h00

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Couleur/Pixabay
Couleur/Pixabay

Não há dúvidas de que os cães são os melhores amigos do homem, mas eles podem ser muito mais, incluindo “parceiros de trabalho”. Por causa do olfato canino, com 300 milhões de receptores olfativos, os cachorros conseguem detectar drogas em aeroportos, explosivos, aparelhos eletrônicos e até casos de câncer. Sim, este animal pode detectar pelo menos 10 tipos diferentes de doenças, se bem treinado.

A capacidade do cachorro em farejar doenças já é conhecida pela ciência, mas ainda é pouco usada na prática. Dificilmente, você vai encontrar um cão na fila de triagem de um hospital ou num consultório médico, só que isso tende a mudar, em algum grau, com tantas evidências científicas apontando para a incrível capacidade olfativa do melhor amigo do homem. Hoje, os cães-guia já fazem a diferença na vida de pessoas com problemas de visão, mostrando os benefícios desse tipo de assistência.

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A seguir, confira a lista de 10 doenças identificáveis pelo olfato dos cachorros:

1. Câncer

Os cães farejam câncer em humanos quando são treinados para este tipo de atividade. Hoje, já existem estudos científicos que revelam essa capacidade para inúmeros tipos de tumores, como câncer de pulmão, de próstata, de ovário ou de intestino (colorretal).

Nesta emergente área do conhecimento, há uma pesquisa liderada por cientistas da Nippon Medical School, no Japão, que mediu a capacidade de cachorros em identificar o câncer de mama, a partir de amostras de urina.

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Publicado na revista Biology, o estudo revelou que os animais atingiram 100% de precisão na tarefa. Diferente dos cães, a ciência ainda não sabe quais são esses odores farejados pelos investigadores de quatro patas.

2. Covid-19

Com a pandemia da covid-19, foram vários os estudos desenvolvidos com cachorros para a identificação de infecções ativas pelo coronavírus SARS-CoV-2. Reunindo parte dessas pesquisas, cientistas da University of California (UC), nos Estados Unidos, publicaram uma revisão sistemática sobre esses estudos e descobriram que a taxa de acerto dos cães é semelhante ao dos exames do tipo RT-PCR, considerados padrão-ouro.

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“É importante ressaltar que o tempo de espera pelos resultados da detecção de cães farejadores para a covid-19 é de segundos, em vez de horas ou dias para o teste RT-PCR”, afirmam os autores. Na época em que o artigo foi publicado, em janeiro de 2021, os testes confiáveis não estavam amplamente disponíveis em todos os lugares.

3. Epilepsia

Na França, pesquisadores da Normandy University descobriram que pessoas que têm quadros de epilepsia produzem odores específicos. E o pico de produção desse odor ocorre na iminência das convulsões, onde o indivíduo pode precisar de ajuda. Embora esse cheiro não seja captado por um humano, pode ser farejado por um cão com uma sensibilidade que varia de 67% a 100%.

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Conforme indica o estudo publicado na revista Scientific Reports, os cachorros poderiam operar como um mecanismo de alerta para avisar outros humanos em casos de crise convulsiva do seu tutor.

4. Diabetes

Não subestime o poder do olfato dos cachorros, já que eles são capazes de detectar até os níveis de açúcar no sangue de uma pessoa, algo fundamental para pessoas com diabetes. Para ser mais preciso, eles identificam quando ocorrem alterações nas concentrações de açúcar, sendo maior ou menor que o "normal" para aquele indivíduo. É o que revela estudo publicado na PLoS One.

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Para os pesquisadores da University of Bristol, no Reino Unido, estes cães poderiam auxiliar pacientes diabéticos no dia a dia, se programas de treinamento fossem espalhados pelo globo.

5. Doença de Parkinson

"Testes com cães farejadores podem ser um método útil, não invasivo, rápido e econômico para identificar pacientes com doença de Parkinson durante a triagem comunitária e em exames preventivos de saúde, bem como na prática neurológica”, afirmam os pesquisadores da Central South University, na China, em estudo publicado na revista Movement Disorders Journal.

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Para dimensionar o poder desses focinhos, os cachorros conseguiram detectar 91% dos pacientes com Parkinson medicados e 89% dos que não tinham recebido os seus remédios no experimento chinês. A precisão é realmente alta, considerando que o diagnóstico do quadro não é simples.

6. Narcolepsia

Pouco conhecida, a narcolepsia é um distúrbio crônico do sono capaz de provocar sonolência excessiva durante o dia. Em alguns casos, o indivíduo pode simplesmente “apagar” em uma atividade rotineira, como ao dirigir um carro. Por conta desse risco, os pacientes precisam estar sempre atentos.

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Apesar de rara, pesquisadores do Instituto de Investigaciones del Sueño (IITS), na Espanha, descobriram que o olfato canino pode identificar a condição, com 90% de precisão, segundo estudo publicado na revista Semergen.

7. Malária

Já sentiu o cheiro de sua meia após usá-la por uma boa noite de sono? Para cachorros treinados, o odor e o suor gerado pelos pés pode indicar a presença do parasita Plasmodium, conhecido por causar a malária, mesmo que o indivíduo seja assintomático. O estudo foi publicado na revista The Lancet Infectious Diseases.

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Durante os testes olfativos com cachorros, os pesquisadores da Durham University, no Reino Unido, recrutaram crianças e adolescentes, de 5 a 13 anos, que moravam na Gâmbia. Os animais treinados detectaram 70% dos pequenos doentes, e 90% dos saudáveis.

8. Enxaqueca

Pode parecer até estranho, mas os cães domésticos estão intimamente ligados com os seus tutores ao ponto de que, mesmo sem treinamento, identificam quando os seus humanos favoritos vão ter crises de enxaqueca, segundo estudo da revista Journal of Alternative and Complementary Medicine (JACM).

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Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da University of Pittsburgh, nos EUA, entrevistaram mais de mil pessoas que sofrem com enxaquecas. Segundo os entrevistados, em média, duas horas antes da crise, os animais mudam de comportamento. Em outras palavras, os cães ficam olhando fixamente para os seus tutores, querem ficar mais próximos e dão lambidas excessivas e persistentes.

"Cerca de um em cada quatro pacientes com enxaqueca que vivem com um cão de companhia reconhece uma mudança no comportamento de seu cão antes dele próprio identificar os sintomas iniciais de uma crise de enxaqueca”, afirmam os autores .

9. Estresse

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Na Irlanda do Norte, uma equipe de pesquisadores da Queen's University Belfast descobriu que o estresse humano tem um odor específico e, novamente, este cheiro pode ser farejado por cães. No experimento, os animais identificaram todos os indivíduos estressados incluídos nos testes, sem precisar de nenhuma informação complementar, como sinais visuais ou alterações na voz.

De forma mais curiosa ainda, os cães sabiam quando o humano estava com um alto nível de estresse ou com o estresse moderado. No começo da pesquisa, os autores nem sabiam que este “detalhe” poderia ser captado através dos odores associados ao suor.

10. Enfermidade Debilitante Crônica

Diferente das outras nove condições, a última doença identificável pelo olfato não envolve humanos. Embora seja mortal e provocada por príons — partículas proteicas infecciosas —, a Enfermidade Debilitante Crônica (EDC) afeta quase exclusivamente cervídeos, como cervos e alces.

Em experimento da Penn's School of Veterinary Medicine, nos EUA, os cientistas descobriram que os cães conseguem distinguir outros animais doentes com a EDC, através dos odores liberados pelas fezes. No estudo da revista Prion, os autores revelam que o método é tão eficaz quanto o teste considerado padrão-puro, que só pode ser feito após a morte dos animais, já que envolve necropsia e análise do cérebro.

Mais animais que farejam doenças

Embora os cães tenham olfatos incríveis, é preciso lembrar que eles não são os únicos animais capazes de sentir o cheiro de doenças. Por exemplo, lobos, lontras, furões e até mesmo formigas podem ajudar no diagnóstico de determinadas condições previamente conhecidas. Diferente deles, o olfato humano é muito menos sensível e bem mais limitado.

Fonte: The Conversation, Prion, Biology, PLoS One, Semergen, Scientific ReportsJACM, Movement Disorders Journal e The Lancet