IA detecta Parkinson anos antes do surgimento dos sintomas
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Em estudo publicado na ACS Central Science, pesquisadores revelam o potencial de uma inteligência artificial em detectar Parkinson anos antes do surgimento dos sintomas (como tremores e lentidão nos movimentos). Na prática, a ferramenta procura compostos químicos específicos no sangue, chamados de metabólitos.
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Esses metabólitos são produzidos quando o corpo decompõe alimentos, drogas ou produtos químicos. Para o estudo, a equipe fez uso de amostras de plasma sanguíneo de 39 pacientes que desenvolveram Parkinson, e então comparou metabólitos com 39 participantes saudáveis.
Segundo o artigo, as pessoas que desenvolveram Parkinson tendiam a ter níveis mais baixos de triterpenóides no sangue, que lidam com o estresse do corpo em nível celular. Os pesquisadores também notaram a presença de substâncias chamadas PFAS em pessoas que mais tarde desenvolveram a doença.
A inteligência artificial mostrou uma capacidade de detectar o risco de Parkinson com precisão de até 96%. Por enquanto, a tecnologia está sendo disponibilizada para acesso de outros cientistas, porque a ideia é pesquisar as demais doenças que podem ser detectadas por meio de amostras de sangue.
Parkinson
Parkinson pode ser definido como um distúrbio cerebral que causa movimentos não intencionais ou incontroláveis, como tremores, rigidez e dificuldade de equilíbrio e coordenação. Os sintomas geralmente começam gradualmente e pioram com o tempo.
Conforme a doença progride, o paciente tende a ter dificuldade em andar e falar, e ainda pode ter alterações mentais e comportamentais, como problemas de sono, depressão, dificuldades de memória. Embora a maioria dos pacientes desenvolva a doença após os 60 anos, cerca de 5% a 10% têm início antes dos 50 anos.
Estudos anteriores já vêm sugerindo meios de detectar a doença. Pesquisadores chineses criaram um "nariz eletrônico" capaz de identificar Parkinson através do cheiro, por exemplo. Enquanto isso, uma equipe de cientistas norte-americanos que desenvolveu uma IA capaz de detectar a condição através da respiração.
Fonte: ACS Central Science via Science Alert