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Adolescentes saudáveis sofrem risco de arritmia por exposição à poluição

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Setembro de 2022 às 18h40

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Lana Elcova/ Shutterstock
Lana Elcova/ Shutterstock

Estudo descobre que mesmo os adolescentes saudáveis têm chances de apresentar batimentos cardíacos irregulares após respirarem partículas finas de poluição do ar — essas arritmias podem aumentar o risco de doenças cardíacas e morte cardíaca súbita. O aspecto mais preocupante é que, segundo os novos dados, isso é causado mesmo quando a qualidade do ar está com níveis de poluição considerados normais.

Para a pesquisa, foram monitoradas a atividade cardíaca e o ar respirado por mais de 300 adolescentes estadunidenses saudáveis por períodos de 24 horas. Ao serem expostos a concentrações maiores de partículas finas, chamadas PM2,5 (partículas menores do que 2,5 mícrons), o risco de batimentos cardíacos irregulares aumentava pelas 2 horas seguintes. O mesmo efeito havia sido notado em adultos.

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Origem da poluição e problemas cardíacos

Escapamentos de veículos e combustão industrial são os principais emissores de PM2,5, que, mediante inalação, podem chegar fundo nos pulmões e até mesmo nos vasos sanguíneos, causando inflamações que podem se tornar doenças mais sérias. Dado que adolescentes saudáveis são considerados de baixo risco para doenças cardiovasculares, os resultados da pesquisa são preocupantes.

Os 332 adolescentes do estudo foram acompanhados por 7 anos — eles tinham de 6 a 12 anos e tiveram de carregar monitores cardíacos e kits móveis para coleta de amostras aéreas 24 horas por dia, independente de estarem dentro ou fora de casa, sedentários ou realizando atividades. Foram detectados dois tipos de arritmia, que fazem parecer que o coração "pulou" uma batida.

Uma delas é uma contração prematura das câmaras superiores do coração, e a outra é uma contração prematura das câmaras inferiores, ou ventrículos. Essas condições são raramente tratadas a menos que causem sintomas, mas as contrações ventriculares prematuras podem aumentar os riscos de infarto, falência cardíaca e morta cardíaca súbita em estágios mais avançados da vida.

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O risco destas últimas contrações ocorrerem duas horas após à exposição ao ar poluído aumentaram 5% a cada aumento de 10 microgramas por metro cúbico nas PM2,5. Esse efeito foi notado até mesmo em médias diárias de 17 microgramas por metro cúbico — como comparativo, no Reino Unido uma média diária de 35 microgramas por metro cúbico é considerada poluição de baixo nível.

Poluição pode causar outros problemas

Na Inglaterra, centenas de pessoas a mais são levadas à emergência hospitalar após sofrerem infartos, derrames e ataques de asma em dias com alta poluição. A poluição por partículas também aumenta as taxas de câncer de pulmão ao despertar mutações dormentes que causam tumores, e já foram encontradas ligações entre problemas de saúde mental e níveis de poluição do ar — até tamanho do pênis, fertilidade e libido podem ser afetadas.

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Melhorar a qualidade do ar pode melhorar a saúde cardíaca de toda a população e diminuir as chances de condições crônicas se desenvolverem, como câncer e doenças pulmonares. Na ausência de melhorias na qualidade do ar, no entanto, recomenda-se o uso de máscaras e que atividades físicas sejam evitadas em dias mais poluídos e em horários de pico.

Fonte: Journal of the American Heart Association