43% da população mundial tem algum transtorno ou doença neurológica
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
As doenças neurológicas estão muito mais comuns do que antes, segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Após analisar dados de mais de mais de 190 países, a conclusão é de que 43,3% das população mundial convive com alguma doença ou transtorno que afeta o sistema neurológico. São mais de 3 bilhões de pessoas nesta situação, mesmo que muitas não tenham acesso ao diagnóstico.
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Para dimensionar o impacto das condições neurológicas, é como se 2 pessoas a cada 5 convivessem com um transtorno ou doença, o que pode incluir o Alzheimer, o autismo ou ainda as sequelas do Acidente Vascular Cerebral (AVC).
“As condições neurológicas causam grande sofrimento aos indivíduos e às suas famílias”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em nota. Além disso, a carga dessas doenças afeta a economia global, de diferentes formas.
Afinal, as condições neurológicas são a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo. Isso resulta em milhares de dias perdidos de trabalho, como aponta o relatório publicado na revista científica The Lancet Neurology.
10 condições neurológicas mais comuns
A seguir, confira quais são as 10 condições neurológicas mais comuns em todo o mundo, segundo relatório da OMS, em ordem decrescente:
- Acidente Vascular Cerebral (AVC);
- Encefalopatia neonatal;
- Enxaqueca;
- Doença de Alzheimer;
- Neuropatia diabética;
- Meningite;
- Epilepsia;
- Complicações neurológicas devido ao parto prematuro;
- Autismo;
- Câncer do sistema nervoso.
Fora do ranking principal, o estudo revela que as complicações e as sequelas da covid-19, o que inclui o comprometimento cognitivo e a síndrome de Guillain-Barré, afetam também um grande número de pessoas. No mundo, são responsáveis por 23 milhões de casos.
Anos de vidas perdidos
Segundo o relatório, doenças neurológicas são as principais causas de anos de vida perdidos por incapacidade (DALYs). Inclusive, este grupo já supera os danos causados pelas doenças cardiovasculares.
Considerando os dados de 2021, a estimativa é que tenham sido perdidos 443 milhões de anos de vida saudável por causa das doenças neurológicas. Em relação ao ano de 1990, houve um aumento de 18% na métrica.
OMS pede atenção
“Este estudo deve servir como um apelo urgente à ação para ampliar as intervenções direcionadas para permitir que o número crescente de pessoas que vivem com condições neurológicas tenha acesso aos cuidados, tratamento e reabilitação de qualidade de que necessitam”, defende o diretor-geral da OMS.
“É mais importante do que nunca garantir que a saúde do cérebro seja melhor compreendida, valorizada e protegida, desde a primeira infância até à vida adulta”, completa Tedros.
Fonte: The Lancet Neurology e OMS