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O que é a nova rede social Bluesky?

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 05 de Maio de 2023 às 15h37

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Vitaliy Gavrushchenko/Unsplash
Vitaliy Gavrushchenko/Unsplash

A Bluesky é a nova rede social de microblogging apontada como uma das principais rivais do Twitter. A plataforma aposta na criação de conteúdos curtos, em uma linha do tempo contínua, e apresenta um visual muito semelhante ao Passarinho Azul.

O seu diferencial é o uso do AT Protocol, um protocolo exclusivo que permite com que várias redes sociais diferentes se comuniquem entre si em um mesmo espaço. Para entender melhor, pense nos sistemas de e-mails ou nos números de telefone: não importa a sua operadora, fabricante ou provedor de correio eletrônico, você consegue se comunicar com outras pessoas livremente.

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Além disso, a Bluesky terá o seu código-fonte aberto para todos, o que significa que qualquer pessoa pode estudar esses dados ou desenvolver soluções utilitárias a partir dele. Sem um controle empresarial, a comunidade é quem dita os rumos do serviço de modo mais democrático.

História da Bluesky

A história da Bluesky se confunde com a evolução do Twitter, porque o projeto surgiu com o incentivo da plataforma em 2019. A ideia era investir em um sistema aberto que possibilitasse uma rede menos centralizada sem perder a essência do serviço.

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A fundadora da Bluesky é Jay Graber, especialista em redes sociais descentralizadas e crítica do poder concentrado nas mãos das Big Techs. Compõem o conselho de administração ninguém menos que o fundador e ex-CEO do Twitter Jack Dorsey e o inventor das tecnologias Jabber/XMPP Jeremie Miller.

Dorsey se dedicou a criar o sucessor do Twitter assim que deixou o comando do Passarinho, em 2021. Sua ideia era ajudar a trazer de volta as raízes da sua rede social, como ocorria no final dos anos 2000.

A plataforma chegou a ficar sob ameaça quando Musk anunciou a compra do Twitter, porque o bilionário obviamente não investiria em um serviço rival para o seu investimento de US$ 44 bilhões. O jeito foi se desvincular do Passarinho e seguir de maneira solo com uma nova empresa; a lista de espera do Bluesky foi aberta em outubro de 2022.

O que é o AT Protocol?

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De nome completo Authenticated Transfer Protocol, o AT Protocol é uma linguagem de comunicação em código aberto construída sobre um sistema federado. A premissa é similar à do Mastodon, porém com um funcionamento muito mais amigável para o usuário leigo.

O protocolo permite criar redes sociais individualizadas dentro de um sistema maior, as quais podem se comunicar entre si de maneira integrada. É possível também migrar sua conta de um provedor para outro sem perder conteúdo e contatos.

Seria como se houvesse um app capaz de reunir Instagram, Facebook, TikTok, Snapchat e Twitter em um só lugar. Cada serviço teria suas características próprias, mas você poderia visualizar o tuíte do seu amigo no mesmo espaço onde assiste a um vídeo curto de um influenciador.

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Empresas podem criar suas próprias redes para construir uma comunidade mais próxima do consumidor, com sua própria metodologia de gestão, algoritmos personalizados e com regras de moderação exclusivas. A parte interessante é que ninguém seria dono disso tudo, então as decisões são tomadas em conjunto por todos, mais ou menos como ocorre no universo de distribuições Linux.

Como conseguir convite no Bluesky?

Há duas formas principais para conseguir um convite no Bluesky:

  1. Cadastrar-se no site da Bluesky (bsky.app) para aguardar na lista de espera;
  2. Receber um convite de algum usuário para cortar caminho.
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O segundo é difícil, porém mais eficaz, porque garante o acesso imediato a partir do recebimento de um invite code. Quem está na lista de espera pode ter que aguardar meses par ingressar na rede social — não há como saber quanto tempo isso pode demorar.

Esse sistema de convidados exige que alguém já cadastrado envie o código para você também entrar. É um modelo de ingresso que lembra bastante o Orkut e, mais recentemente, o Clubhouse.

O problema é que a quantidade de convites liberados é limitada a apenas um por semana. Em 30 dias, você provavelmente convidará no máximo quatro pessoas, o que é muito pouco se comparado às imensas listas de amigos das redes sociais.

Como saber se tenho convite para enviar?

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Usuários com convites disponíveis podem visualizá-los no Menu Lateral, logo abaixo dos seus seguidores e das pessoas que seguem. É só localizar o ícone de ingresso com o número de convites disponíveis e o texto “invite codes”.

Bluesky vs. Twitter

Visualmente, a Bluesky é muito parecida com o Twitter, especialmente com versões antigas da rede de Elon Musk. Tudo que você conhece está ali presente: as duas linhas do tempo (uma algorítmica e outra para seguidores), as quatro guias inferiores, o menu lateral, os posts curtos e as ferramentas de interação — curtida, repost e comentário.

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Porém é notável que a Bluesky ainda não tem tantos recursos quanto o concorrente. Não há suporte para vídeos, áudios ou GIFs, mas você pode anexar links externos e imagens.

O serviço também não possui sistema de assinaturas nem tantas opções de personalização de perfil. Por estar em fase de testes, somente o idioma inglês está disponível, embora você possa publicar na língua que quiser.

É preciso ressaltar a diferença na velocidade entre os sistemas: a Bluesky leva alguns segundos para carregar posts, mesmo aqueles que você já leu antes; já o Twitter faz isso quase instantaneamente e ainda atualiza com as novidades muito rapidamente.

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O sistema federado é praticamente imperceptível, porque você já se cadastra usando o endereço @nomedousuario.bsky.social. Quando outros domínios forem lançados, talvez as pessoas se confundam um pouco com essa identificação extensa, mas até agora é tudo tão simples quanto criar uma conta no Twitter.

Vale a pena usar a Bluesky?

A melhor resposta para quem está na dúvida sobre usar a Bluesky é o bom e velho “depende”. Se você usa a plataforma para interagir com amigos, e se eles estiverem cadastrados por lá, o sistema é perfeito, porque terá menos concorrência.

Para empresas e marcas que precisam divulgar seus produtos, talvez ainda seja cedo para usar a plataforma. Assim como Mastodon e Koo, que tiveram crescimentos explosivos durante crises do Twitter, o mesmo parece estar acontecendo com a Bluesky neste exato momento, mas a quantidade de usuários ainda é baixo (até porque o acesso é limitado).

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Na fase inicial, as pessoas estão empolgadas seguindo todo mundo, curtindo tudo quanto é conteúdo e em busca de se tornar conhecido na rede social. O problema é que essa euforia pode passar e tudo que foi construído ali ficaria perdido.

A dica então é usar sem muitas pretensões, sempre fazendo o reaproveitamento de conteúdos para outras redes sociais e com a consciência de que pode dar errado. Os próximos seis meses devem ser fundamentais para se ter um veredicto mais confiável sobre o sucesso ou o fracasso da Bluesky.