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O que é Mastodon? Conheça a rede social alternativa ao Twitter

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 20 de Abril de 2022 às 18h12

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Reprodução/Mastodon
Reprodução/Mastodon

O Mastodon é uma rede social inspirada no Twitter, porém com recursos próprios que a tornam diferente da plataforma do passarinho. A aparência geral, as publicações curtas e a linha do tempo com as atualizações recentes lembram bastante a mídia criada por Jack Dorsey no passado.

Se você é familiarizado com a estrutura do Twitter, provavelmente não terá muita dificuldade para lidar com o Mastodon.

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O Mastodon ganhou força nos últimos dias após um tuíte do bilionário Elon Musk pedir que o algoritmo do Twitter fosse aberto.

A principal diferença dele para os rivais é a separação de posts por comunidades temáticas, que funcionam como servidores independentes entre si.

Algumas comunidades disponíveis hoje incluem:

  • All: todas as comunidades
  • General: assuntos gerais
  • Regionais: voltada para socializar pessoas de determinado local
  • Tech: para discutir assuntos tecnológicos
  • LGBT: para unir as pessoas LGBTQIA+
  • Activism: dedicado a temas sociais
  • Games: para falar sobre projetos de jogos
  • Art: para compartilhar criações artísticas
  • Music: para amantes da música
  • Furry: para debater sobre bichos de estimação
  • Food: amantes da boa comida se encontram aqui
  • Humor: piadas, memes e coisas engraçadas
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Como funciona o Mastodon?

O usuário se inscreve em uma comunidade (servidor) para acessar conteúdos daquele local. Além disso, pode seguir gente de qualquer outra comunidade, sendo possível acompanhar as novidades de todos os lados, por assim dizer.

Cada pessoa tem uma espécie de endereço de e-mail único, utilizado para interagir com os perfis, mas que serve para identificar o seu nome de usuário e também o servidor ao qual pertence o seu perfil.

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No Mastodon não há banco de dados centralizado, coleta de dados pessoais (somente senha e um e-mail de acesso) ou uso de algoritmos para mostrar conteúdo. Todas as publicações feitas são visíveis para quem está na comunidade, que funciona como uma lista imensa de mensagens de correio eletrônico encadeadas por tema.

O uso prático do Mastodon é idêntico ao Twitter: usuários postam fotos, vídeos e emojis, desde que respeitem a limitação de 500 caracteres. Em vez do retuíte, aqui você tem o "boost", assim como o like dá lugar ao favourite (favorito, em português). Os posts aqui são chamados "toots", com usuários que beiram a casa de milhares deles — algo impressionante para uma plataforma tão jovem.

Há no "Mastodonte", contudo, alguns recursos que o rival mais conhecido não tem:

  1. Aviso de spoiler: herdado de fóruns, esse recurso permite omitir parte de um conteúdo para o outro só ler se desejar. Isso é ótimo para quem deseja comentar sobre séries, filmes ou jogos, assim as pessoas não são pegas de surpresa com revelações que estragam a trama.
  2. Restrição de acesso: assim como o recurso "melhores amigos" do Instagram, é possível escolher quem terá acesso aquele conteúdo publicado. A vantagem é ter privacidade para compartilhar coisas apenas com um seleto grupo, sem sofrer com "cancelamentos" ou interferência de terceiros.
  3. Endereços específicos: nas redes sociais modernas, você usa um único login para acessar todos os recursos. No Mastodon, cada endereço diz respeito a uma comunidade. Você pode ter alguém com o perfil fulano@mastodon.social, outro com fulano@mastodon.xyz e um terceiro com fulano@masto.donte.com.br.
  4. Denúncias efetivas: aqui todas as denúncias são analisados pelas próprios usuários, portanto há mais eficácia na apuração de quem descumpre as regras. Por outro lado, isso também permite que pessoas se juntem para penalizar algum desafeto ou atacar rivais ideológicos, por exemplo.
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Várias redes em uma só

O protocolo usado no Mastodon é o ActivityPub, de código aberto e já usado por outras redes sociais independentes. Isso significa que quem está cadastrado no Mastodon pode, por exemplo, seguir pessoas no PixelFed, uma espécie de rival do Instagram que também usa o mesmo protocolo.

Se outras redes sociais open source decidirem adotar o ActivityPub, poderia haver total integração entre os sistemas. Na prática, o uso do protocolo aberto cria uma gigantesca plataforma interconectada, cada qual com suas características próprias, voltada para mensagens de texto, fotos ou até vídeos.

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Clientes livres

Qualquer pessoa com conhecimento em programação pode criar seu próprio cliente para oferecer soluções baseadas neste protocolo. Indo ao extremo do exemplo, você pode criar um "YouTube aberto" ou um TikTok próprio, sem algoritmo de recomendação ou controle dos chineses.

No site oficial há uma lista de apps que funcionam com o código do Mastodon, assim você pode decidir qual deles tem mais a sua pegada. São três para o Android, seis para o iOS, três para a versão web (roda no navegador), sete para desktops e até uma solução para o SailfishOS.

Quais conteúdos estão presentes no Mastodon?

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Embora não seja controlado por uma empresa, o Mastodon possui regras bem claras sobre o que pode ou não ser publicado. Assim que você tenta se cadastrar, o app já mostra as diretrizes da comunidade que devem ser seguidas para evitar punições.

O sistema conta com ferramentas antiabuso e moderadores responsáveis por garantir o bom andamento das conversas. O foco, contudo, é sempre voltado para a automoderação, com usuários controlando os outros de forma colaborativa. Sabe a Wikipedia? É um sistema democrático parecido.

Hoje, são cerca de 4,4 milhões de usuários de todo o mundo. O Brasil sequer possui comunidades dedicadas para falantes de português, mas já tem vários perfis de brasileiros. Parece pouco se comparado com os 2 bilhões de pessoas do Instagram e os 321 milhões de contas ativas no Twitter, mas ainda assim é uma quantidade considerável de pessoas que desejam ter uma rede social livre das amarras das grandes corporações.

Qual o futuro do Mastodon?

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Como é gratuita e sem publicidade, a plataforma depende do suporte financeiro de organizações que apoiam o Mastodon. Em geral, são empresas que trabalha com criptomoedas, NFTs e VPNs, mas a lista tende a aumentar. Isso porque companhias podem criar suas redes próprias para juntar funcionários ou conduzir projetos.

Ainda é cedo para saber se essa rede conseguirá substituir o Twitter, mas a sua proposta é interessante porque o controle não está centrado nas mãos de poucos. Por outro lado, é difícil saber se ela conseguirá lidar com trolls, criminosos e todo tipo de pessoa que poderia entrar na plataforma.

Se você está cansado de usar as mesmas redes sociais, então talvez seja a hora de experimentar uma nova experiência com o Mastodon. Quem sabe esse não é o início de uma plataforma que pode estourar nos próximos meses.