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O Koo flopou? Como estão os números na rede social

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 02 de Abril de 2023 às 12h00

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Reprodução/YouTube
Reprodução/YouTube

Em outubro de 2022, o universo das redes sociais foi abalado por causa de uma aquisição bilionária: Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, desembolsou US$ 44 bilhões de dólares para adicionar o Twitter a seu portfólio. Essa compra gerou temor nos usuários, uma vez que o magnata prometeu mudanças significativas, incluindo enfraquecer as regras de moderação — o que poderia dar brechas para discursos extremistas. Com o público em busca de alternativas, a rede social indiana Koo entrou no radar — e viralizou dentro do próprio Twitter. 

A plataforma ganhou mais de 2 milhões de novos usuários em aproximadamente uma semana, incluindo nomes de peso como o influenciador Felipe Neto, o ator Bruno Gagliasso e o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho. O sucesso foi tamanho que a equipe do site precisou adicionar novos servidores para suportar a alta demanda e até mesmo criar um suporte inteiramente dedicado ao Brasil.

Os meses se passaram, muitos memes e trocadilhos foram feitos com o nome da rede social, mas a verdade é que pouco se fala sobre ela atualmente. Afinal de contas, o Koo flopou? Como anda o interesse do público brasileiro pela plataforma depois do "hype"?

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Como está o Koo hoje em dia?

Após o furor inicial, é possível dizer que o Koo não cumpriu a promessa de ser o “novo Twitter”, embora ainda esteja na ativa. Apesar de ostentar mais de 10 milhões de downloads só na Google Play e mais de 50 milhões de usuários cadastrados, o grande interesse pela rede social só permaneceu em alta durante novembro de 2022, seguindo em queda livre desde então — conforme mostra o Google Trends, que monitora o interesse do público em torno de diferentes temas ao longo do tempo.

Um apontamento semelhante também é observado pelo SimilarWeb, outra plataforma de monitoramento de tráfego da web. Somente no Brasil, a dispersão do público gira em torno 62% e o usuário médio não passa mais do que três minutos dentro da rede. Em contrapartida, o nosso país ainda segue sendo o segundo maior público do Koo, perdendo somente para a Índia.

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Em uma livre análise dentro da plataforma, passeando por alguns perfis famosos, dá para notar que ainda há atividade diária com publicações pontuais, mas essa participação é bem reduzida se comparada ao que é postado no Twitter desses mesmos canais.

Por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz duas ou três publicações por dia no Koo, enquanto compartilha até cinco ou sete mensagens diariamente no Twitter — sem contar os retuítes e outros tipos de interação. O motivo disso pode estar associado ao número de seguidores de cada rede social, visto que o mandatário brasileiro tem mais de 7 milhões de seguidores na rede social de Elon Musk e somente 267 mil na plataforma indiana de nome engraçado.

Por que o Koo não segurou o sucesso?

Não existe um estudo formalizado explicando o porquê de o Koo não ter conseguido manter o sucesso de novembro de 2022. De acordo com a especialista em redes sociais e CSO da agência de marketing digital Ninho Digital, Larissa Ilaídes, essas plataformas precisam de tempo para caírem no gosto do público, pois elas se tornam uma “rota alternativa” temporária de outra rede social maior que passa por uma crise em um determinado momento.

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“É natural que os usuários retornem para a rede principal da qual saíram após ela estabilizar, pois é lá que estão seus seguidores, sua base de engajamento e relação. Então [os usuários] tentarão voltar, pois até criarem uma base de novos seguidores em uma nova rede demora bastante. É uma relação custo x benefício, por vezes consciente ou até mesmo ‘sem perceber’”, explica a especialista.

Já na visão do jornalista da rádio CBN Curitiba e coordenador do curso de pós-graduação de Mídias Digitais da Universidade Positivo (UP), Felipe Harmata Marinho, é muito difícil para uma nova empresa competir em um setor que conta com ampla dominância das Big Techs, pois o usuário que já está acostumado a acompanhar discussões em uma plataforma consolidada — como é o caso do Twitter — dificilmente vai migrar para uma rede menor se não houver um diferencial.

“É mais fácil uma rede social com uma proposta nova vingar do que ela fazer as mesmas coisas que as redes antigas já fazem. Quando você observa uma plataforma como o Koo, ela está entregando algo muito parecido com o que o Twitter já entrega. Só poderia dar certo se o Twitter morresse, o que não é o caso”, comenta o professor.

Harmata ainda cita o êxito do TikTok como exemplo de contraponto ao Koo. “O TikTok fez sucesso por apresentar um projeto que se distanciava de tudo que existia anteriormente. O Koo não repete esse feito, servindo de ‘backup’ quando há algum problema ou crise na rede maior”, complementa.

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Ilaídes reforça que o Twitter está entre as 15 redes sociais mais populares do mundo e também é a sétima mais usada, de acordo com dados do Digital 2023: Global Overview Report. “Para uma nova rede similar se consolidar, ainda pode levar muito tempo. E o Twitter é considerado a rede social ‘rádio da internet’, uma das primeiras, o que pode consolidar sua preferência”, conclui.

Estratégias para retomar o público

Para não perder o grande público que abraçou durante os dias em que o Twitter foi rejeitado no ano passado, os responsáveis pelo Koo implementaram algumas funcionalidades dedicadas a cativar novamente os brasileiros.

Aproveitando o hype da chegada do Big Brother Brasil 2023 (BBB), o aplicativo ganhou uma aba dedicada ao reality, onde se concentram notícias, vídeos, discussões e todas as novidades envolvendo a atração da TV Globo.

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Além disso, a plataforma lançou um programa de recompensas no Brasil. Anunciado em fevereiro, o projeto visa estimular a participação diária dos usuários com base em algumas tarefas, como navegar pelo Koo por mais de 10 minutos e indicar a plataforma para os amigos ingressarem. As vantagens envolvem cupons de descontos em lojas como Amazon, Dell, Lenovo, Netshoes, Hering e Casa Bahia.

Não exatamente focado no público brasileiro , mas que pode ser muito bem-vindo por aqui dado o sucesso mundial, o ChatGPT ganhou integração com o Koo App. É possível criar conteúdo no microblog indiano com a ajuda da inteligência artificial da OpenAI, que fica responsável por complementar publicações acerca de diversos assuntos, como política e cultura pop. Ainda sem previsão de lançamento para o público geral, a ferramenta estará disponível inicialmente para usuários com contas verificadas.

Será que o Koo tem chances de bater de frente com o Twitter e as demais redes sociais que ainda dominam a preferência brasileira? Você chegou a criar uma conta na rede social indiana e não sabe bem o que fazer de legal por lá? Se a resposta é sim, confira seis dicas para usar o Koo e fique expert na plataforma!