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Por que o Homem-Aranha nunca mais ficará junto com Mary Jane?

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Quem não acompanha os quadrinhos do Homem-Aranha há um bom tempo e ainda se sente uma das viúvas dos filmes de Toby Maguire, talvez não saibam que Peter Parker e Mary Jane chegaram a um ponto aparentemente sem volta, em que o amor acabou — e talvez isso nunca mais possa ser revertido. Mas por que e como isso aconteceu?

Bem, a história entre ambos começou de forma semelhante que os filmes de Sam Raimi com Toby Maguite e Kirsten Dunst bem retrataram: ambos já eram conhecidos por conta da Tia May e, mesmo quando Peter Parker ainda era apaixonado por Gwen Stacy, MJ sempre estava por perto. Depois da morte de Gwen, seu protagonismo aumentou nas revistas.

Criada por Stan Lee e Steve Ditko, ela apareceu pela primeira vez em The Amazing Spider-Man #42, de 1963, quando apareceu estonteante nos traços do lendário John Romita, em um encontro às cegas organizado pelas tia dela e pela Tia May. Ao longo de duas décadas Peter e MJ brigaram várias vezes, e, enquanto Gwen ainda estava viva, os relacionamentos viviam conturbados com o triângulo amoroso — especialmente quando Harry Osborn também entrou nessa dinâmica, como par de MJ, o que enciumava o Amigão da Vizinhança.

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Mas as diversas provações que os uniram inicialmente, passaram a escalar em um nível que os problemas superaram o amor que ambos construíram, até chegar a um ponto em que talvez não haja mais retorno.

Quando e como o relacionamento entre Homem-Aranha e Mary Jane ficou mais profundo?

Bem, o que não te mata te fortalece, diz o ditado, certo? Bem, mais ou menos. Inicialmente, sim, como em The Amazing Spider-Man #96, de 1971, quando Peter e MJ tiveram que lidar com o vício de Harry Osborn em drogas. Esse tema delicado, ainda mais para a época, aproximou ainda mais os dois amigos.

Pouco tempo depois veio The Amazing Spider-Man #122, de 1973, a histórica edição em que o Duende Verde matou Gwen Stacy. Embora tenha sido uma marca triste na vida do Homem-Aranha, essa perda aprofundou o vínculo entre Peter e MJ, pois ela é quem segurou a barra dele, até que ambos começaram a namorar depois de se apaixonarem de verdade.

E, em The Amazing Spider-Man #143, de 1975, vimos o momento mágico em que Peter e MJ se beijaram pela primeira vez, cravando o amor entre os pombinhos. E, em The Amazing Spider-Man #257, de 1984, acontece o evento que mudaria a vida de MJ para sempre, primeiramente em uma escalada de amor, para depois seguir em uma espiral decadente: é quando ela descobre que Peter é o Homem-Aranha.

Como dito, isso inicialmente parecia bom, pois assim Peter não precisava mais arranjar desculpas para suas ausências, ao mesmo tempo em que a própria MJ passou a ajudar o namorado e até seu alter-ego nas aventuras. Assim, depois inicialmente responder negativamente ao pedido de casamento em The Amazing Spider Man #290, ela aceitou se unir matrimonialmente em The Amazing Spider-Man #293, em 1987.

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Assim, em The Amazing Spider-Man Annual #21, no mesmo ano, o Homem-Aranha finalmente se casou com Mary Jane. E as aventuras do Escalador de Paredes, agora ao lado de sua esposa fiel, começaram eletrizantes e interessantes. Mas… em pouco mais de uma década isso tudo mudaria.

Quando e como as coisas começaram a azedar entre o Homem-Aranha e Mary Jane?

Bem, como esposa de um super-herói, MJ passou a ser também um alvo frequente dos bandidos, seja por conta de vilões que descobriram a identidade do Escalador de Paredes ou apenas pelos “caprichos” de escritores que ainda insistiam em tramas de “donzelas em perigo”, entre o final dos anos 1980 e meados dos anos 1990.

Assim, MJ foi sequestrada e colocada em uma lista restritiva na indústria da moda, justamente quando iniciava carreira de modelo e realizava o sonho de ser atriz. Isso a colocou em um depressão profunda, e a moça começou a fumar novamente. Em seguida, os pais de Peter reapareceram, confundindo o casal, para depois se mostrarem farsantes, o que causou uma sensação de segunda perda.

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Em seguida, o domínio de Venom sobre o Homem-Aranha tornaram o relacionamento entre Peter e Mary Jane em algo tóxico e instável. Para piorar, a Marvel fez com que o casal passasse por umas das piores tragédias já vistas nos quadrinhos, quando MJ aparentemente perdeu um bebê de Peter, justamente na época da infame Saga dos Clones, em 1996 — o desfecho disso nunca foi explicado direito e só piorou com o que viria depois.

Pois bem, já nos anos 2000, com a mudança de direção na Marvel Comics, que vivia uma fase de reestruturação depois do pedido de falência do grupo Marvel, os executivos concordaram de vez que o casamento de Peter e MJ tinha sido um erro — afinal, isso tinha envelhecido demais um personagem que sempre teve um apelo jovial.

E aí veio a “cereja” no relacionamento zoado entre Peter e MJ: em 2007, na saga Homem-Aranha: Mais Um Dia, Peter tenta de tudo para salvar Tia May, que está morrendo no hospital. Depois de pedir ajuda do Homem de Ferro, do Doutor Estranho e até do Doutor Octopus e do Doutor Estranho, mesmo com a ajuda de tantos “doutores”, nada foi capaz de resolver a situação.

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Até que, enfim, Peter cedeu a uma insólita proposta do demônio Mephisto e trocou todas as memórias e acontecimentos envolvendo seu casamento com MJ, inclusive a possível filha que poderia estar desaparecida, pela vida de Tia May, por meio de bruxaria.

Quando e como as coisas acabaram de vez entre o Homem-Aranha e Mary Jane?

Mesmo esquecendo o amor de sua vida, a conexão entre Peter e MJ era tão profunda que eles começaram a se encontrar novamente, reconstruindo aos poucos o amor que um tinha pelo outro. Em The Amazing Spider-Man #638, de 2010, a verdade sobre Mefisto vem à tona, e, ainda assim, MJ perdoa Peter e ambos se tornam amigos e amantes novamente — até parecia que as coisas engrenariam novamente.

Mas… ao longo dos anos 2010, as idas e vindas mais afastaram do que aproximaram Peter e MJ, inclusive com Tony Stark entrando na jogada, flertando com MJ, na fase em que o Homem-Aranha Superior deu as caras. Com o corpo sequestrado pela alma do Doutor Octopus, Peter construiu uma indústria de tecnologia que rivalizava com as Indústrias Stark, e sua atitude também degradou o relacionamento com a comunidade heróica.

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A chegada dos anos 2020 foi ainda pior, com o auge sendo Peter nem se importando com a presença de MJ no evento mutante Hellfire Gala. E, para completar, neste ano, em The Spider-Man #25, depois de um longo hiato MJ voltou a protagonizar uma aventura do Homem-Aranha, para ser jogada em outra dimensão e quase morrer esfaqueada.

Na trama, um deus maia a aprisionou com Paul, o filho de um cientista chamado Benjamin Rabin. Peter, que foi isolado dessa dimensão, ficou perturbado e passou a agir de forma irritou ainda mais a comunidade de heróis, somente para descobrir que MJ, aparentemente, tinha tido dois filhos com Rabin.

Ao retornar à Terra-616 original, MJ, que só não morreu esfaqueada porque a Ms. Marvel ficou no seu lugar, decidiu, então, continuar casada com Paul, criando seus filhos. Esse foi, então, o momento em que vimos a última fagulha de amor que ainda poderia existir entre Homem-Aranha e Mary Jane.

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Tudo bem que, quando falamos de quadrinhos, tudo pode acontecer. Mas, pelo que dá para notar na vontade dos executivos e editores, Homem-Aranha e MJ nunca mais ficarão juntos — até porque o lado solitário e trágico faz parte do próprio herói. E, até mesmo por esse histórico todo na trajetória do relacionamento entre ambos, nem faz mais sentido que eles sejam um casal novamente.