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Aranhaverso | Conheça Brian Bendis, criador do Homem-Aranha Miles Morales

Por| 01 de Junho de 2023 às 13h57

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A primeira parte de Homem-Aranha Através do Aranhaverso chega nesta semana nos cinemas brasileiros, e, mais uma vez, a história destaca Miles Morales como protagonista de universos com diversas versões do Homem-Aranha. E quem é Brian Michael Bendis, o criador de Morales? E como o roteirista conseguiu emplacar um personagem tão carismático quanto o clássico Peter Parker?

Brian Michael Bendis, estadunidense de 56 anos, faz parte de uma geração de roteiristas que ajudou a revitalizar o mercado de super-heróis no começo dos anos 2000, após a decadência do segmento nos anos 1990. Fã de artistas consagrados, como George Pérez, Jack Kirby e Frank Miller, o autor começou a chamar a atenção no mercado independente com história policiais, influenciadas pelo trabalho de Jim Steranko, especialista em tramas de espionagem e nome de destaque em HQs inovadoras em sua passagem por Nick Fury nos anos 1970.

Embora tenha se popularizado como roteirista, Bendis começou sua carreira como ilustrador, enquanto ainda procurava seu jeito particular de contar histórias. Isso aconteceu em 1996, quando seu primeiro trabalho autoral, Jinx, aprofundou-se no estilo noir, a partir de uma versão do faroeste Três Homens em Conflito, do cineasta Sergio Leone.

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O que chamou a atenção da Marvel Comics foi seu trabalho com Powers, série de investigação em que dois detetives da divisão de homicídios tentam solucionar casos envolvendo pessoas com superpoderes — aliás, o título, inicialmente publicado pela Image Comics, chegou a ser adaptado para a TV depois de ser reimpresso e continuado na Casa das Ideias.

Heróis de rua e Homem-Aranha no Universo Ultimate

Bendis sempre esteve muito antenado com o que acontecia com a cultura pop, e desenvolveu a habilidade de construir cenários e atmosferas a partir do diálogo ágil de seus personagens. Mesclando coisas da vida real, o escritor conseguia criar sequências com o timing direcionado pelas falas dos protagonistas e coadjuvantes.

Essa habilidade fez com que, em 2000, o editor-chefe na Marvel Comics o escalasse para participar da revitalização dos heróis de rua da editora, assim como do Homem-Aranha de uma linha experimental, chamada de “Ultimate”, que serviria como porta de entrada para novos leitores.

Logo de cara, ele conseguiu tornar Luke Cage e Punho de Ferro novamente relevantes, a partir de arcos sensacionais à frente de Demolidor, que exploravam a atmosfera policial noir adorada pelo escritor; e de uma criação de uma personagem que antecipava o movimento de empoderamento feminino com Jessica Jones, no título Alias — se você curtiu esses heróis na Netflix, então, saiba que quase tudo ali foi inspirado justamente nos primeiros trabalhos de Bendis à frente da Marvel.

Já no Universo Ultimate, uma Terra alternativa com versões modernas e mais agressivas de propriedades da Marvel, Bendis e Mark Millar receberam carta branca para criar versões diferentes de personagens clássicos, sem deixar para trás o conceito básico que os tornaram um sucesso. O Homem-Aranha Ultimate, que voltou a explorar a fase colegial de Peter Parker, logo se tornou um grande sucesso, principalmente por conta do que já foi citado acima: os diálogos, o cenário, as preocupações e a própria cultura pop ao redor do herói dialogavam muito melhor com os leitores da nova geração.

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E, justamente quando o Homem-Aranha Ultimate começou a fazer tanto sucesso, ao ponto de superar as vendas do Escalador de Paredes tradicional, Bendis matou Peter Parker em uma saga envolvendo os Supremos (os Vingadores da Terra Ultimate). Ver um personagem tão icônico se despedir assim, mesmo em uma Terra alternativa, foi chocante.

O sucesso do Homem-Aranha Miles Morales

Embora todo mundo se sentisse viúvo de Peter Parker quando Miles Morales chegou, Bendis sabia o que tinha em mãos quando matou o clássico Escalador de Paredes na Terra Ultimate. Tudo o que fazia de Peter tão querido pelos leitores foi atualizado para um personagem que trazia representatividade e a cultura negra, assim como muitas das coisas que estavam na moda no mundo na época — especialmente as coisas relacionadas à tecnologia.

Ainda se tratava de um jovem criado com valores que o impedem de se corromper; de um rapaz que aprende que “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Mas tudo isso foi direcionado para o cotidiano de uma comunidade de leitores que não se via representada. E isso não foi feito de maneira forçada ou segmentada, tanto é que o mundo todo, não importa a cor, raça ou etnia, adora Miles Morales.

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Aliás, a morte de Peter na Terra Ultimate e o desenvolvimento de Morales como um Homem-Aranha com valores semelhantes, mas com personalidade e comportamento completamente distintos, até mesmo fizeram o Homem-Aranha da linha tradicional retomar o rumo de suas histórias. Depois disso, Morales passou a se multiplicar nas histórias, até dividir tramas com o Peter Parker clássico, antes mesmo de ser transportado de vez para a Terra principal, a 616, como resultado das Guerras Secretas, 2015.

A retomada dos Vingadores e o adeus de Bendis

Paralelamente a isso, Bendis passou a se tornar um dos principais “arquitetos” da Casa das Ideias durante toda a década de 2000, ao lado de Mark Millar. Foi ele quem colocou os Vingadores, mais uma vez, em lugar de destaque na Marvel, reposicionando a equipe como a franquia número um da editora.

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Foi Bendis que construiu o trajeto de desconstrução da equipe com Vingadores: A Queda, que culminou com a chegada dos Novos Vingadores e a integração com os X-Men, especialmente com o evento Dinastia M. Ele também ajudou a consertar vários problemas cronológicos, de maneira muito esperta, ao dizer que muitos personagens irregulares eram, na verdade, Skrulls, durante Invasão Secreta.

Bendis ajudou Millar com Guerra Civil, e, até o final dos anos 2000, manteve o nível acima da média. Mas, com o tempo, suas fórmulas começaram a se desgastar, e ele mesmo passou a se dedicar a trabalhos autorais em outras editoras. Bendis se despediu dos Vingadores em 2012, e ainda continuou na Marvel até 2017, quando assumiu o Superman na DC Comics.

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Embora esteja meio parado, depois de algumas histórias elogiadas na DC Comics, Bendis ainda hoje é lembrado por seus 17 anos na Marvel: afinal, ele criou pérolas como Jessica Jones e Miles Morales, e ajudou os Vingadores a se tornarem novamente o carro-chefe da Casa das Ideias.