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O que a Apple precisa fazer para o iPhone voltar a empolgar?

Por| Editado por Léo Müller | 24 de Março de 2022 às 14h24

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Erick Teixeira/Canaltech
Erick Teixeira/Canaltech

A Apple é uma das maiores fabricantes de celulares do mundo e é inegável que a fabricante de Cupertino tem uma legião de fãs — principalmente aqui no Brasil, apesar dos preços muito altos cobrados pela marca.

Ainda assim, comparada com concorrentes, a Maçã ainda tem uma participação consideravelmente pequena em nosso mercado. Segundo dados mais recentes da StatCounter, a companhia chefiada por Tim Cook é a quinta maior no Brasil, atrás até mesmo da Xiaomi e da LG — esta última que já não fabrica mais smartphones e anunciou sua retirada do setor no último ano.

Mas, com tantos fãs e uma reputação impecável, porque a gigante estadunidense não briga pelo topo do ranking no país com sua principal rival, a Samsung? O que a sul-coreana (ou a Motorola, Xiaomi e LG) oferecem que falta na Apple para que o iPhone volte a ter mais força no mercado brasileiro e também global.

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Levantei alguns fatores importantes que ainda deixam o consumidor “com um pé atrás” em relação a comprar um celular da Apple. Alguns desses pontos, inclusive, são opiniões quase unânime entre especialistas — pessoas que acompanham o mercado tecnológico — e também entre o público.

Abrir mão do cabo Lightning e adotar o padrão USB-C

A Apple parece estagnada neste sentido e é muito insistente em manter o cabo Lightning — que só ela usa — no iPhone. Não sei se por comodidade, saudosismo ou se para manter um aspecto mais “exclusivo”, mas a verdade é que esse tipo de conexão já não oferece tanta vantagem assim.

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Enquanto o mundo todo já utiliza o USB-C como padrão na maioria dos dispositivos móveis — seja ele um celular, tablet ou até mesmo estojo de carregamento de fones de ouvido —, a Apple ainda aposta em ser a única com conector Lightning.

Mas qual o problema nisso? É bem simples: primeiro, faz o usuário ter mais um modelo de cabo USB em casa, quando quase todo o resto já está padronizado em um único tipo.

Também dificulta se você sai de casa sem carregador e precisa pegar um emprestado com alguém. Se ninguém tiver iPhone onde você estiver, você não poderá carregar seu celular.

Esse é um problema fácil de contornar, afinal você pode levar seu próprio cabo Lightning onde for. Mas o problema é que este cabo também não é muito vantajoso em desempenho.

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O carregamento do iPhone não é um dos melhores no mercado e isso acontece principalmente por causa da sua porta. O USB-C, em comparação, é um tanto mais veloz na transmissão de carga e dados para o aparelho e poderia ser muito mais benéfico para os smartphones da Apple do que o Lightning.

A adoção do USB-C pela Apple nos iPhones já é cogitada há anos, mas, até o momento, ainda não há nada muito concreto sobre o assunto.

Já vimos alguns rumores de que a fabricante já começou a testar usar o novo cabo no iPhone 14 Pro, e a legislação europeia já propôs uma lei que obriga a padronização do conector em todos celulares, mas a verdade é que ainda pode demorar algum tempo até que isso, de fato, aconteça.

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Mudanças mais significativas de design: adeus entalhe alongado

Em 2017 a Apple surgiu com uma escolha de design que, apesar de polêmica na época, passou a ser adotada por muitas fabricantes desde então. Mesmo que não tenha sido a primeira a lançar um celular com notch — ou entalhe, como preferir —, o lançamento do iPhone X foi o estopim para que muitas marcas adotassem esse recorte no display.

De lá para cá, o formato evoluiu bastante. Ele passou daquela barra alongada para algo menor e mais discreto, depois virou uma “gota” centralizada no display até começarem a popularizar os furos no painel, sejam eles uma pequena “bolinha” ou no formato de “pílula”, como no Galaxy S10, por exemplo.

O problema é que, desde o iPhone X, a Apple não mudou a fórmula disso em seus celulares, e o entalhe permaneceu intocado até a geração passada. Apenas na linha iPhone 13 a empresa californiana mudou um pouco o visual e, mesmo assim, foi uma alteração muito tímida.

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No final das contas, o design permanece o mesmo, e o notch só perdeu alguns milímetros de cada lado para dar mais aproveitamento à tela.

O recorte no painel é o principal ponto que precisa ser mudado, mas a aparência geral dos iPhones também poderiam contar com uma repaginada.

Afinal, a cada lançamento, apesar de o mundo praticamente parar para assistir e se impressionar com os novos iPhones, a marca sempre é alvo de algumas piadas e memes pela falta de inovação no visual.

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Ela mexe aqui e ali, muda uma lente de lugar e faz algumas decisões acertadas — como a de voltar com as laterais planas no iPhone 12 — mas a identidade visual permanece quase intocada: temos um módulo de câmeras no formato “cooktop”, a maçã mordida no centro do painel traseiro e, é claro, o “bom e velho” entalhe alongado.

Os iPhones são sempre muito bonitos, e tem aquela velha máxima de que "em time que está ganhando não se mexe", mas seria bom ver a Apple se coçar um pouco para oferecer algo realmente diferente no visual dos seus smartphones.

Mais opções de biometria em todos os celulares

O FaceID é uma das melhores coisas em um iPhone: o reconhecimento facial é preciso e rápido. Isso torna ele uma excelente forma de autenticação nos celulares da Apple e deixa o desbloqueio da tela bem rápido. Mas ele tem suas falhas — que começaram a ser corrigidas só agora na última versão do iOS, que foi disponibilizada nos últimos dias.

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Antes disso, não era possível desbloquear o celular quando se usa uma máscara. Dois anos de pandemia depois a Apple lançou um update que permite que o sensor faça a leitura mesmo com o uso da proteção contra covid-19. Antes, já tinha um método que permitia fazer o desbloqueio com Face ID ao usar máscara, mas apenas para quem tem Apple Watch.

Ainda assim, isso só funciona para a linha iPhone 12 ou com modelos posteriores. Quem ainda usa iPhone X ou 11 não pode aproveitar essa “vantagem”. Dessa forma, seria muito interessante se a Apple começasse a oferecer alternativas de biometria em todos os modelos.

Atualmente, quem tem iPhone X ou um modelo mais recente só pode desbloquear com o FaceID ou digitando a senha. Já quem tem um iPhone lançado de 2017 para trás (iPhone 8 ou anterior) ou o iPhone SE conta apenas com o TouchID, que é a autenticação por impressão digital da marca.

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Com isso, os usuários ou propensos iriam gostar de ter mais opções de desbloqueio nos próximos iPhones. Mesmo que a marca não queira colocar o Touch ID sob a tela, seria uma boa ideia colocar um sensor de impressões digitais na lateral ao mesmo tempo que mantém o Face ID para a autenticação facial em todos os modelos, pelo menos nas linhas principais.

Bateria melhor em todos os modelos

Não é de hoje que o iPhone é piada entre usuários do Android — e algumas vezes até mesmo entre os próprios donos — por conta da sua capacidade e autonomia baixas das baterias. É fato que a Maçã também melhorou bastante isso nos últimos anos, e as variantes “Pro Max” oferecem um bom desempenho desde a linha 11.

Mas isso é apenas para o high-end da série e, na maioria dos casos, as versões mais simples ficam no mesmo patamar de sempre, com uma autonomia aquém do desejado.

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Como comparação, o iPhone 13 Pro Max oferece 4.352 mAh, enquanto o iPhone 13 mini chegou com 2.438 mAh, o iPhone 13 com 3.240 mAh e o 13 Pro com 3.095 mAh.

As diferenças também são grandes na geração anterior: são 3.687 mAh no iPhone 12 Pro Max, mas o iPhone 12 mini tem apenas 2.227 mAh, enquanto o iPhone 12 e 12 Pro têm 2.815 mAh cada.

A impressão que fica é que a empresa estadunidense está muito preocupada em manter um aspecto visual melhor, com aparelhos bem finos, e tem medo de “engrossar” um pouco a estrutura dos smartphones para caber baterias maiores que oferecem uma performance compatível com os dias de hoje.

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Tudo bem, você pode pagar mais caro para ter um aparelho com melhor autonomia — no caso as variantes Pro Max — mas os usuários já desembolsam uma boa quantia pelas versões mais simples, que não perdem apenas na duração da carga, mas também tem outras especificações mais simples, como um conjunto de câmera menos potente.

iOS com melhorias mais empolgantes a cada versão

A Apple é bastante comprometida com a liberação de novas versões do seu sistema operacional e, todo ano, o iOS ganha algumas melhorias interessantes. No entanto, nem sempre elas são tão empolgantes e não atingem bem as expectativas dos usuários.

Normalmente, a fabricante libera alguns recursos novos para aplicativos nativos, como o Facetime que ganhou uma opção de compartilhamento por link — similar ao que ocorre com o Google Meet. O Apple Maps e o app de mensagens da empresa também recebem novidades com bastante frequência.

No entanto, o visual é sempre basicamente o mesmo, com alguns novos ícones e widgets, mas apenas isso. Não há uma renovação significativa da interface há vários anos, ao ponto de realmente empolgar os usuários, e isso é algo que poderia virar o jogo para a Maçã no Brasil.

Apple tem tudo para voltar a crescer no Brasil

A Apple ainda é bastante querida por seus fãs e não faltam elogios para seus celulares. Os iPhones sempre se destacam bastante pelo processador potente — que sempre bate nos modelos mais avançados disponíveis para Android — e pelo conjunto de câmeras que é referência de qualidade.

Mas a insistência da marca em alguns pontos é o que pode impedir a marca de realmente empolgar mais. A demora para aposentar o Lightning em favor do USB-C é um dos principais pontos, além do visual repetitivo e das mudanças tímidas da interface do iOS.

A empresa de Cupertino também precisa começar a dar mais versatilidade aos usuários e pode começar oferecendo mais opções de biometria em todos os aparelhos — ou pelo menos nos modelos da linha principal. Ter tanto o Face ID quanto o Touch ID disponíveis nos aparelhos seria uma boa forma de agradar os usuários.

Por fim, também seria bom se expandisse a boa autonomia de bateria dos modelos Pro Max para as versões mais simples das linhas principais.

Afinal, a maioria dos usuários não iria se incomodar de ter um aparelho ligeiramente mais espesso se isso fosse compensado com uma capacidade de carga decente.