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Entenda por que Apple, Amazon e IBM pararam de anunciar no Twitter

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 22 de Novembro de 2023 às 21h00

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Alexander Shatov/Unsplash
Alexander Shatov/Unsplash
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Na última semana, grandes empresas de tecnologia decidiram parar de anunciar na plataforma X (antigo Twitter) após o bilionário Elon Musk apoiar um post de teor antissemita ao mesmo tempo que anúncios das companhias foram exibidos junto a conteúdos relacionados ao nazismo.

Entre as gigantes de tecnologia que suspenderam seus anúncios na rede social estão Apple, Amazon e IBM. Estúdios de Hollywood e empresas do setor de entretenimento também seguiram essa decisão, incluindo Disney, Comcast, Warner Bros Discovery, Paramount Global e Lions Gate Entertainment.

Apoio de Musk a comentários antissemitas

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Não é de hoje que o bilionário e dono da plataforma X causa polêmica com a comunidade judaica com declarações e demonstrações consideradas discriminatórias. Porém, na última quarta-feira (15), o apoio de Elon Musk a uma publicação com discurso antissemita deu início à debandada de anunciantes.

O empresário concordou com um post que afirmava que as comunidades judaicas são responsáveis pelo "ódio dialético contra os brancos" e que dão apoio para as “hordas de minorias” que estão "inundando" o país para substituir os brancos. O conteúdo da mensagem segue a linha de teorias conspiratórias de supremacistas brancos dos Estados Unidos.

Ao post, Musk respondeu que o autor "disse a pura verdade", o que repercutiu muito mal em diversas esferas. Representantes de comunidades judaicas, da Liga Anti-Difamação (ADL) e até da Casa Branca condenaram o comentário do empresário.

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Não satisfeito, Musk fez uma tentativa de retratação ao afirmar que a declaração "não se estende a todos os judeus". Em seguida, acusou a ADL de "ataca injustamente a maioria do Ocidente, apesar de a maioria do Ocidente apoiar o povo judeu e Israel".

Anúncios próximos a conteúdos nazistas

Na quinta-feira (16), um novo capítulo decretou a partida de grandes anunciantes da plataforma. Um relatório divulgado pela entidade sem fins lucrativos Media Matters for America apresentou uma seleção de anúncios exibidos ao lado de conteúdos nazistas.

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Os materiais incluem memes que retratam o nazismo como um "despertar espiritual", além de citações de Adolf Hitler. O relatório mostra casos com anúncios de empresas como Apple, Bravo, Oracle, Xfinity e IBM.

No mesmo dia, a CEO do X, Linda Yaccarino publicou na plataforma que a companhia é "extremamente clara sobre os esforços para combater o antissemitismo e a discriminação" e que "não há lugar para isso em nenhum lugar do mundo — é feio e errado. Ponto final".

A declaração da executiva não foi o bastante para impedir que as empresas suspendessem seus anúncios na rede social. Ainda na quinta-feira, a IBM soltou um comunicado em que informa que "tem tolerância zero com discurso de ódio e discriminação" e decidindo por pausar "imediatamente toda a publicidade no X enquanto investigamos esta situação totalmente inaceitável".

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Na sexta-feira, outras companhias seguiram a IBM e anunciaram a suspensão dos anúncios — incluindo a Apple que é supostamente o maior anunciante da plataforma, com gastos de quase US$ 50 milhões no primeiro trimestre de 2022.

A pausa de grandes anunciantes no X pode complicar ainda mais o valor da rede social e seus planos de monetização. No final de outubro, Musk revelou a plataforma teve uma desvalorização de 55% em um ano e agora é avaliada em US$ 19 bilhões.