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Oceanos estão mudando de cor no mundo inteiro

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Joshua Stevens/NASA EODIS LANCE
Joshua Stevens/NASA EODIS LANCE

Através de imagens de satélite, cientistas notaram mudanças nas cores de mares por todo o mundo, acontecendo ao longo de 20 anos. Não é o tipo de coisa possível de se ver indo à praia por alguns dias, sendo perceptível apenas por imagens do avião ou tiradas do espaço.

A pesquisa é de Stephanie Dutkiewicz, cientista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que afirmou não ser apenas coisa de modelos de previsão — é uma mudança a olhos vistos, notada em várias partes do espectro de luz visível, que foi contabilizada e publicada na revista Nature.

Mudanças nos oceanos e no ecossistema

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Mas o que essa diferença nas cores quer dizer? Segundo os pesquisadores, ela não pode ser explicada por variações naturais, apenas, caindo na conta das mudanças climáticas causadas pelos seres humanos. Regiões tropicais, próximas da linha do equador, estão ficando cada vez mais verdes. Isso vem da influência das camadas mais superficiais do oceano, habitadas por organismos como o fitoplâncton.

Eles são pequenos seres semelhantes a plantas que contêm clorofila, lhes conferindo a cor esverdeada. Sendo um pilar da cadeia alimentar marinha, sua função na captura de dióxido de carbono da atmosfera é inestimável ao planeta. Mudanças em suas populações, então, podem causar impactos significativos nos ecossistemas dos oceanos, impactando diretamente no ciclo de carbono do planeta.

Mais da metade de todos os oceanos do planeta estão passando por mudanças nas cores — esse indicador é importante, já que monitorar apenas a mudança na clorofila dá retratos muito lentos da situação do fitoplâncton.

As análises de satélite, que usaram o espectroradiômetro MODIS, da NASA, descobrir que as diferenças nas cores causadas pelas mudanças climáticas são perceptíveis dentro de 20 anos

E como nós contribuímos para essas mudanças? Bem, para começar, o aquecimento global faz com que os oceanos fiquem mais quentes, o que impede que o plâncton e fitoplâncton subam até a superfície como de costume, ficando mais fundo. Isso impede que capturem tanto carbono quanto antes, criando um ciclo vicioso de aquecimento que só tende a piorar.

Ficando sem alimento e diminuindo ou modificando suas populações, esses seres param de alimentar peixes e mamíferos que deles dependem, perturbando todo o ecossistema e atingindo tanto os oceanos quanto nós, humanos, que estamos intrinsecamente ligados à natureza e aos bens naturais.

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É mais um lembrete da nossa influência no meio ambiente, e mais um chamado para que repensemos a emissão de gases poluentes na atmosfera.

Fonte: Nature