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11 maneiras com que as orcas mostram sua incrível inteligência

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Novembro de 2023 às 20h30

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PxHere/Domínio Público
PxHere/Domínio Público

As orcas podem estar ganhando fama pelo comportamento agressivo contra embarcações humanas nos últimos anos, mas esses cetáceos não são apenas brutos ou “bullies do mar”. Elas são, na verdade, um tipo de golfinho que entra no pódio como uma das mais bem-sucedidas espécies marinhas, ficando no topo da cadeia alimentar em todos os oceanos que habitam. Isso se dá por conta de sua grande inteligência.

Além de serem bastante sociais e brincalhões, estes mamíferos — que a ciência conhece como Orcinus orca — desenvolveram diversas estratégias de caça que os tornou extremamente eficientes, conseguindo vencer até mesmo tubarões-brancos (Carcharodon carcharias) e baleias-azuis (Balaenoptera musculus). A seguir, elencamos 11 exemplos que mostram a grande esperteza dessas fascinantes criaturas monocromáticas.

Bom-dia em baleiês

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Por serem bichos bastante sociais, as orcas criaram rituais conhecidos como “cerimônias de cumprimento”, em uma forma de saudar grupos quando se encontram no mar. Para isso, esses golfinhos fazem uma espécie de “rodinha punk”, onde dois deles se alinham em duas filas e colidem uns com os outros.

Em uma das ocasiões, os cetáceos presentes fizeram sons de clique e assobios, e uma das fêmeas, grávida, deu à luz. Como não estavam caçando, supõe-se que a socialização tenha acontecido para garantir a presença de todos no nascimento do filhote, no mais aquático dos chás de bebê que você já viu.

Dialetos de golfinho

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Outra consequência de andar em grupo implica que esses animais vivam em bandos formados pelos seus familiares mais próximos, incluindo suas mães e outros descendentes da mesma linhagem. Cada bando tem seus chamados próprios, como dialetos da mesma língua, e as orcas conseguem aprender a imitar sons novos, o que deve ajudar na hora de desenvolver “sotaques”.

Em uma ocasião, pesquisadores ensinaram uma fêmea em cativeiro chamada Wikie a imitar palavras humanas, como “olá” (em inglês, “hello”) e “tchau” (“bye-bye”), bem como os sons de outras orcas e outros animais. Ela aprendeu rápido e passou a fazer sons novos desde a primeira tentativa, mostrando habilidades comunicativas bastante interessantes.

A última moda marinha das orcas

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Como conseguem aprender com outros indivíduos, esses animais marinhos seguem comportamentos sociais, sendo suscetíveis à “moda do bando”. Sim, quando alguns dos golfinhos do grupo começam a se comportar de um jeito diferente, outros começam a imitá-los e, rapidamente, parar de repetir os atos, sendo algo temporário.

Um grupo de orcas do Oceano Pacífico, nos anos 1980, usou “chapéus” feitos de salmão por algum tempo após uma fêmea passar a carregar o peixe morto sobre a cabeça. Em semanas, outros grupos da comunidade repetiram a atitude. Após ver o ato até cerca de um ano depois, cientistas nunca mais verificaram o comportamento. O caso foi registrado como expressão cultural não-humana em um artigo da revista Biological Conservation.

Em uma instância menos bem-humorada, acredita-se que a onda de ataques a embarcações no Mar Mediterrâneo seja um exemplo de moda entre as orcas, e espera-se que seja tão passageira quanto os chapéus cartilaginosos.

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Enjoadas para comer

Alguns bandos de orca descobriram que fígados de tubarão são especialmente ricos em nutrientes, valendo a pena até mesmo matar os grandes predadores, comer apenas esse órgão e descartar o restante da carcaça. Isso foi observado em vários grupos de orcas, que atacaram uma série de espécies de tubarão, indo dos tubarões-brancos da África do Sul aos tubarões-baleia (Rhincodon typus) da costa do México. Confira no vídeo:

Caçadoras habilidosas

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Com variações culturais e preferências alimentares, esse tipo de golfinho precisa saber caçar muito bem. Isso é refletido nas estratégias especializadas de cada grupo, passadas de geração em geração. Cetáceos da espécie na Argentina encalham de propósito para pegar focas, enquanto os da Antártida empurram as focas do gelo flutuante para que caiam na água. Elas também desenvolvem técnicas para salmão, no Pacífico, baleias-bicudas (Ziiphidae) na Austrália e arraias na Nova Zelândia.

Amizade no fundo do mar

Estudos mostram que as orcas possuem laços sociais tão fortes quanto os dos primatas, incluindo os nossos. Cada orca interage mais com certos membros do bando, geralmente do mesmo sexo e de idade mais próxima. Uma observação em particular viu dois jovens machos com parentesco distante, sempre vistos interagindo juntos durante anos de pesquisa. Eles foram considerados, sem sombra de dúvidas, amigos pelos cientistas.

Orcas também ficam de luto

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No ano de 2018, pesquisadores observaram uma orca fêmea carregando seu recém-nascido já falecido consigo através de empurrões, seguindo com o ato por 17 dias. De nome Tahlequah, a aparentemente triste cetácea percorreu 1.600 km levando o filhote, até finalmente deixar o corpo partir.

Várias espécies de golfinhos e baleias, aliás, já foram vistas fazendo o mesmo, e acredita-se que o comportamento seja comum entre mamíferos sociais e de vida longa. Mesmo assim, os cientistas evitam a palavra “luto”, “pesar” e outras definições sentimentais para não projetar emoções humanas nos animais, cujas motivações não conhecemos muito bem.

Uma nadadeira lava a outra

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Orcas já foram vistas, diversas vezes, ajudando membros do bando, em atitudes que vão de trazer comida a familiares machucados ou deformados. As mães também cuidam dos filhotes de perto até chegarem à vida adulta, e as avós cetáceas cuidam dos netos após chegarem à menopausa, assim como outros mamíferos.

As fêmeas mais velhas costumam guiar o bando até locais com mais comida, especialmente em épocas de escassez, mostrando que as orcas que não se reproduzem mais ainda contribuem com sabedoria para o grupo.

Treinamento e aprendizado

Nós, humanos, temos treinado orcas em cativeiro há muito tempo. Em locais como o parque SeaWorld, é possível ver esses golfinhos fazerem poses, molharem plateias de propósito, balançar as nadadeiras peitorais e se movimentar pelo chão sob comando.

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Apesar da impressionante habilidade, manter os animais presos é controverso e apontado como causa de estresse e doenças. Ao menos o SeaWorld já anunciou o fim da criação de orcas em cativeiro em 2016, estando com a última geração treinada do animal no parque.

Grandes cérebros

Os cérebros das orcas podem chegar a pesar 6,8 kg, sendo muito bem equipados para analisar o ambiente submarino. Uma das habilidades da espécie é a ecolocalização, feita através de cliques que geram ondas sonoras, que, ao colidir com presas, retornam e informam a localização à orca.

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Pesquisadores acreditam que a população da costa noroeste do Pacífico consegue distinguir salmão-rei (Oncorhynchus tshawytscha) de outras espécies pelo tamanho e orientação de suas bexigas natatórias, que geram uma assinatura acústica diferenciada.

Orcas caçam com humanos

Por cerca de mil anos, uma população de orcas da costa australiana caçou baleias junto a povos indígenas locais, e, quando os baleeiros europeus chegaram, continuaram a fazer o mesmo junto aos recém-chegados. As orcas batiam na água para avisar os humanos da chegada dos cetáceos maiores, às vezes até mesmo rebocando os navios até o local ao puxar suas cordas.

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Em troca, os humanos davam os lábios e línguas das baleias para as orcas. Isso acabou em 1930, quando a caça comercial causou a queda vertiginosa das populações de baleias de barbatana (Mysticeti) na região, fazendo com que as orcas deixassem a região. Acredita-se que essa comunidade específica tenha se extinguido.

Fonte: Biological Conservation, Smithsonian Magazine, IUCN Red List, PotRSB, Science, WDC, Current Biology, NOAA, Australian Geographic