Focas podem cantar como humanos, revela estudo

Após acompanhar bebês focas e estudar a plasticidade vocal deles, pesquisadores alemães descobriram que a espécie é capaz de cantar, como humanos. De forma mais ampla, o canto na natureza é entendido como a capacidade de mudar o tom, o volume, o ritmo e a frequência da voz, de forma aparentemente intencional.

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Até então inédito, o estudo sobre o canto das focas foi apresentado no 183º Encontro da Acoustical Society of America (ASA), que aconteceu nesta sexta-feira (9), nos Estados Unidos. Em breve, a pesquisa liderada por Andrea Ravignani, do Max Planck Institute, na Alemanha, será publicado em uma revista científica — e finalmente o canto da espécie poderá ser ouvido por todos.

Como as focas podem cantar?

“As focas podem ter essa capacidade devido à evolução convergente" do canto, explica o pesquisador Ravignani, em comunicado. Isso significa que a plasticidade vocal pode ser uma característica que evoluiu, de forma independente, em várias espécies devido a pressões evolutivas semelhantes, mas não necessariamente relacionadas.

“No caso de humanos e focas, a plasticidade e o aprendizado vocal podem estar associados ao controle avançado da respiração”, sugere o pesquisador alemão sobre quais características possibilitam a existência dessa habilidade.

No estudo, os cientistas também realizaram experimentos para entender se os filhotes de focas podem identificar sons rítmicos (ou os cantos) de outras focas, através da reprodução de gravações. Os animais reconhecerem os sons e mudaram o comportamento para prestar mais atenção.

Mais animais conseguem cantar, além dos humanos

Embora os seres humanos sejam a única espécie capaz de raciocinar para falar — pelo menos é o que a ciência entende hoje —, a habilidade de canto está longe de ser exclusiva. A seguir, confira outros animais que podem cantar na natureza:

• Foca;
• Baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae);
• Orcas (Orcinus orca);
• Belugas (Delfinapterus leucas);
• Gibão, primatas pertencentes à família Hylobatidae;
• Rato-marrom-de-Alston (Scotinomys teguina);
• Morceguinho-das-casas (Tadarida brasiliensis);
• Lêmure-Indri (Indri indri);
• Pássaros.

Fonte: ASA e EurekAlert